O SUSTO E A VIRADA!
- ADVÍNCULA NOBRE
- 22 de jul. de 2020
- 3 min de leitura

WELLINGTON PAULISTA - O ARTILHEIRO DA PARTIDA! (Foto Divulgação).
O SUSTO E A VIRADA!
No jogo isolado da última rodada da Copa do Nordeste, cujo desfecho dar-se-á na noite de hoje, o Fortaleza venceu, de virada o América (RN) por 3 x 1 e deu um passo importante para confirmar a primeira posição no grupo e na classificação geral, supremacia, primazia que disputa com o Bahia.
Foi uma partida de certa forma atípica no primeiro tempo, isto porque o Tricolor teve as rédeas da partida, mas não agredia o adversário de forma consistente, naquilo que os analistas costumam denominar de domínio aparente
O Fortaleza tinha o controle do jogo, mas faltava intensidade ou mais força ofensiva e num dos poucos lances de ataque do América, o Romarinho, o americano, chutou do bico da área esquerda com a bola resvalando num defensor tricolor e entrando no ângulo esquerdo do Felipe Alves, que nada poderia fazer para desviar a sua trajetória.
Ressalve-se que o América, nesse interstício da partida acertou a marcação e conseguiu neutralizar as investidas do Fortaleza. Por outro lado, empolgado pela abertura do marcador foi para cima e conseguiu construir duas boas jogadas com chances reais de ampliar o marcador.
A leitura que a partida nos permitia fazer era a de que o Fortaleza, não obstante ter o controle de bola, se ressentia da falta da saída em velocidade, aliada à ausência de uma das suas características letais, representada passagem dos laterais, em jogadas agudas pela linha de fundo.
O Carlinhos que é especialista no assunto ficou muito preso à defesa, apenas com algumas poucas estocadas e pela direita o Derley como não tinha muita familiaridade com a posição de lateral, de modo que o Rogério se viu despojado de uma das suas boas alternativas táticas.
No meio de campo o Romarinho e o Vasquez atuavam relativamente bem, mas faltava aquela tradicional tabela curta e envolvente, sempre muito perigosa, afora se manterem distante dos atacantes.
Apesar desses problemas de natureza tática, ainda assim o time, no primeiro tempo, criou duas chances para empatar e até virar o jogo, a mais cristalina com o Yuri César que, frente à frente com o gol chutou em cima do goleiro, quando poderia ter tirada a bola do seu alcance com um leve toque.
O Rogério no segundo tempo acionou o David, logo ao término do intervalo, na vaga do Derley que não vinha rendendo a contento, até porque, como dissemos não está muito acostumado à função, deslocando o Marlon para o setor.
Essa alteração começou a render dividendos de imediato, uma vez que o Marlon deu mais dinamismo à lateral e dialogou mais com o David que, por sua vez, passou a trocar mais passes com os meios campistas, que passaram a trocar passes com mais celeridade.
A troca do Roger Carvalho pelo Bruno Melo, presumidamente ocorreu por razões físicas, contudo o Bruno se houve bem e trouxe mais segurança ao setor, liberando o Carlinhos para atuar com mais agudez, exatamente o que faltou na primeira etapa.
Então veio a modificação que mudaria a configuração do Fortaleza e da própria partida, a alteração do Yuri, que não vinha rendendo o esperado, pelo Osvaldo, que deu ao time a versatilidade ofensiva de que precisava.
Fácil de explicar. Em decorrência do time não ter apresentado a eficiência pelas laterais do campo, que lhe é peculiar, o Wellington Paulista ficou perdido no meio da defesa adversária, limitando-se a cumprir o seu papel tático de marcar e sem possibilidades de concluir em gol.
O Osvaldo e o Carlinhos passaram a se revezar pela esquerda, trocando passes com muita eficiência e rapidez, permitindo ao Osvaldo o protagonismo na consecução dos três gols.
Na construção dos dois primeiros tentos fez os cruzamentos perfeitos para o Wellington Paulista, que não perdoou, fazendo o gol do empate e o da virada e, numa incursão em diagonal, viria a sofrer a penalidade que seria convertida pelo Éderson.
O Edson Cariús substituiu o Romarinho e teve papel preponderante na construção dos gols, atuando como pivô e chamando a marcação para si e me fazendo lembrar o Evair. O Éderson atuou mais fixo no meio de campo, pela intermediaria ofensiva, oferecendo suporte ao ataque e proteção à defesa.
O Wellington cumpriu muito bem o seu papel de artilheiro, merecendo louvores, mas a minha referência foi o Osvaldo, que deu outra dinâmica ao time, alterando consubstancialmente o seu desenho tático e fazendo do Tricolor outra equipe no segundo tempo. Méritos para o Ceni.
Por hoje c’est fini.
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