ESSE IMPONDERÁVEL FUTEBOL!
- Advincula Nobre
- 21 de jul. de 2020
- 3 min de leitura

ESSE IMPONDERÁVEL FUTEBOL!
As semifinais foram muito econômicas em termos de gol. O Fortaleza no sábado, em que pese ter jogado praticamente os 90 minutos no campo do Guarany, conforme comentamos, não foi eficiente nas finalizações, vencendo por minguados 1 x 0.
Ontem Ceará e Ferroviário fizeram a outra semifinal, numa partida de dois tempos. No primeiro o Time de Porangabuçu dominou as ações, assinalou o gol, mas perdeu inúmeras oportunidades para ampliar ao marcador.
Não quero tirar o mérito do meia Baixola, que fez o gol com estilo, antecipando-se ao defensor, por sinal um belo gol, mas a bem da verdade o zagueiro do Ferroviário se encontrava dormitando e, quando saiu da madorna Inês já era morta, pois a bola já havia ganhado o fundo das redes.
No segundo tempo, especialmente na parte final, o Ferroviário foi mais perigoso e teve, pelo menos, duas chances reais de gol, uma delas aos 45 minutos, em que o atacante chutou para fora, dentro da pequena área.
O treinador do Ceará não gostou da produtividade do time e a torcida muito menos, posto que na sua visão o clube que, ao que consta tem a segunda maior folha de pagamento entre as agremiações do Nordeste, não vem correspondendo dentro das quatro linhas. Assunto para a diretoria e a torcida, não vamos meter o bedelho.
O certo é que, para não fugir à regra, teremos mais uma decisão entre os dois clubes e não podemos falar em favorito, isto porque a história tem nos mostrado sobejamente que em jogos decisivos os clubes se nivelam, anulando a possíveis vantagens a favor de um ou de outro.
Para não volvermos tanto ao passado, basta que se diga que em 2002 o Fortaleza era tido como o mais indicado para levantar a taça, mas o Ceará surpreendeu e arrebatou o título.
Em 2015 o Ceará era favoritíssimo, uma vez que tinha um time fortíssimo, tanto é que se sagrou campeão invicto da Copa do Nordeste, enquanto o Fortaleza iria para a sua quinta participação na Série C, de onde não conseguia sair.
Naquela decisão o Fortaleza começou a estarrecer na primeira partida quando inopinadamente triunfou por 2 x 1. Nada que abalasse o Ceará e a sua torcida, que considerava fosse um acidente de trabalho, razão por que ninguém acreditava nas possibilidades tricolores.
E o ponto de vista do torcedor alvinegro e da maioria da imprensa tinha fundamento, visto que o Ceará pensado no penta, havia formado um time forte, que viria a ser campeão invicto do Nordeste, enquanto o Fortaleza estava confinado na Série C há quatro anos.
Dizem que o chopp já se encontrava estupidamente gelado nos freezers de Porangabuçu, haja visto que todos estavam confiantes, tanto é que pela manhã daquele domingo só víamos nas ruas camisas do Ceará.
Dentro de campo a história foi outra. O Fortaleza saiu na frente e quando julgava estar com o título na mão e a torcida já comemorava, depois dos 40 minutos o Ceará empatou e virou o placar, e o pior, com o Assisinho, que havia sido do Tricolor, e que já estava sendo louvado por parte da imprensa como um jogador “predestinado”.
Quando a dor da torcida tricolor era tamanha, que não cabia dentro do peito, eis que veio o gol do Cassiano e a história todos já sabem, pois naquele dia o aquele dia o futebol não foi apenas uma caixa de surpresa: Foi o baú da imponderabilidade.
Não saem das nossas retinas aqueles cinco minutos em que uma torcida ria e a outra chorava! E não mais do que de repente a que chorava passou a rir, para em seguida voltar a chorar novamente, enquanto o riso, mais uma vez mudava de lado.
Se alguém disser que o futebol é a loucura personificada eu acredito, e por isso volto a afirmar, especialmente para a torcida tricolor, que considera o time mais bem postado, que a cautela é imprescindível, porque em luta de gigantes é melhor acalmar a alma com os acordes de um guitarra elétrica e se possível dizer: Hey, mãe! Nós vencemos!
Por hoje c’est fini
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