O PLACAR NÃO TRADUZ O DOMÍNIO DO FORTALEZA.
- Advincula Nobre
- 19 de jul. de 2020
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1º gol do Tiago Orobó pelo Fortaleza (Foto: Globo Esporte
O PLACAR NÃO TRADUZ O DOMÍNIO DO FORTALEZA.
Não li nada sobre a partida entre Fortaleza 1 x 0 Guarany de Sobral para não me deixar influenciar por outros pontos de vista, contudo fiquei com a impressão de que o Tricolor, durante todo o embate, dosou as energias, priorizando o toque de bola e deixando o tempo passar.
O Guarany sem sombra de dúvidas é um time voluntarioso, averso ao chutão, sendo possível, perfeitamente vislumbramos a filosofia do Jorge Veras, tão nossa conhecida, desde às nossas categorias de base.
Prevaleceu, no entanto, a maior capacidade técnica do Leão que, somente foi incomodado em duas oportunidades, pode ser até que, se formos mais condescendentes encontremos ou descubramos três.
No primeiro minuto de jogo o avante Léo, do Guarany, recebeu um lançamento na intermediária direita e, numa indecisão entre o Paulão e o Bruno Melo, penetrou sozinho e, cara a cara com o gol, chutou buscando o canto, tendo o Felipe Alves defendido com o pé e o Paulão se encarregado de despachar a bola para o mato.
Na segunda chance perdida, em circunstâncias parecidas, porém numa bola trabalhada em que não houve descuido da defesa, o avante do Guarany, acredito que o Bolota, entrou sozinho e chutou forte para o Felipe Alves fazer uma boa defesa e foi só isso.
Durante todo o embate o que vimos foi o Fortaleza com a bola dominada, buscando o momento correto para tentar o gol, mas encontrando dificuldades nas proximidades da área em razão da forte marcação do time sobralense. Devemos louvar o seu cinturão defensivo que conseguiu neutralizar as jogadas ofensivas do Tricolor.
O Fortaleza martelou muito e só veio a construir o gol da vitória, pelos 22 minutos do primeiro tempo, numa cabeçada do Gabriel Dias para a pequena área em que o Tiago Orobó, numa demonstração de garra e coragem, se jogou na bola para cabeceá-la para o fundo das redes.
No lance o nosso atacante foi atingido pelo zagueiro, que procurava salvar e ainda se chocou o goleiro, mas não aconteceu nada de grave, ressalvando que os choques foram involuntários.
O placar na verdade não diz o que foi a partida, isto porque o domínio do Fortaleza foi incontestável, diante de um Guarany que aceitava passivamente o domínio..
Para o Fortaleza golear o Guarany nem precisaria de muitos esforços, bastava que as chances cristalinas de gol, que foram surgindo no decorrer da partida fossem convertidas.
Podemos contabilizar três chances de ouro desperdiçadas pelo Éderson que, seguramente não estava numa noite de sorte, uma delas debaixo da trave, em um cruzamento do Osvaldo, de três dedos e com efeito, daqueles que, como dizem os locutores, até a minha avó faria.
O Orobó também perdeu um gol e estamos falando de chances claras, porque se incluíssemos as demais, incluindo duas defesas providenciais do goleiro Jonatan, chegaríamos a umas dez boas oportunidades desperdiçadas, que se aproveitadas, proporcionariam uma radiografia fiel do domínio tricolor.
O Rogério escalou um time alternativo, com o meio de campo formado pelo Derley, o Mariano Vasquez e o Éderson, este com a incumbência de chegar como atacante surpresa.
O Ceni fez muitas cobranças acerca da movimentação do Éderson pelo meio, além de pedir mais ação ao Vasquez, que tinha a função precípua de flutuar e distribuir a bola, enquanto o Derley se fixava mais na proteção da zaga.
O sistema deu certo e as cinco substituições não contribuíram para a alteração do cenário da partida, que continuou o mesmo: O Fortaleza tocando a bola e procurando uma abertura para tentar o gol e o Guarany se defendendo.
A nossa previsão era de que o Guarany iria optar pela saída em contra-ataques, mas a marcação alta do Fortaleza não permitiu. Acho até que foi bom para o Rogério, que teve a oportunidade de treinar esse fundamento com afinco.
Na minha ótica, se os jogadores do Fortaleza tivessem caprichado mais nas finalizações a goleada teria sido desenhada com matizes mais fortes. Excelente jogo para o Tricolor, que não se desgastou e, merecidamente, está na final, que será quando o tempo der e quando Deus quiser.
Por hoje c’est fini.
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