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A PRECAUÇÃO É IRMÃ GÊMEA DO BOM SENSO


COLUNA DO NOBRE

Advíncula Nobre


A PRECAUÇÃO É A IRMÃ GÊMEA DO BOM SENSO!


“A teoria na prática é outra” diz o adágio popular. Alguns intelectuais, que geralmente são avessos à filosofia popular, defendem que esse ditado serve somente para explicar as coisas que não funcionam como deveriam. Será? Não podemos ser taxativos, posto que a intelectualidade deve ter razão em alguns casos, mas não em todos.


Sabemos que a maioria das pessoas letradas e cultas sabem de cor e salteado como plantar um pé de capim-de-burro, de nome científico “andropogon bicornis”, mas provavelmente, muito poucos ou nenhum chegaram a plantar um pé de capim, ou seja, não têm conhecimento prático, embora o científico sobeje e abunde.


A propósito disso o Rogério Ceni ao responder a pergunta de um repórter que afirmava que “na teoria o Fortaleza é o favorito na semifinal”, respondia que no futebol a teoria não decide jogo, mas sim a prática a ser empregada dentro de campo.


E explicava que o Fortaleza pode ser o favorito, mas um jogo eliminatório pode ser decidido por detalhes, como por uma falha individual ou coletiva da equipe, uma bola vadia, um time menos aquinhoado tecnicamente que, bafejado pela sorte não leva gol e ainda faz o da vitória num descuido, ou em um lance casual, situação que supera toda a teoria tática e o planejamento de jogo.


Vimos uma situação parecida na partida entre Atlético Cearense e Pacajus, vez que, nenhum analista poderia sequer cogitar a possibilidade de acontecer um empate, conforme ocorreu.


O Atlético dominou todo primeiro tempo, fez um gol e poderia ter ampliado, mas de repente o vento começou a soprar para o lado oposto, o Pacajus que, em lances pontuais, virou o jogo, embora tenha cedido o empate.


No gol de empate em 2 x 2 tivemos a malfadada “bola vadia”, haja vista que o Cassaco estava impedido, mas a bola com requintes de crueldade, caprichosamente resvalou no defensor atleticano tirando o impedimento, lance passível de acontecer numa decisão, na qual o time de menor quilate técnico se fecha em copas e num lance fortuito consegue eliminar o favorito, portanto, cada jogo tem a sua história.


O Fortaleza terá que ir para a decisão compenetrado e não esperando as facilidades que encontrou na penúltima rodada, pois o Guarany poderá estar bastante motivado em razão da classificação, devendo jogar fechado e esperando uma oportunidade oferecida pelo destino.


Dessa forma o Rogério tem razão e, pela experiência como jogador, afeito às decisões e que já foi vítima de eliminações por times pequenos, em jogo que o São Paulo era o favorito. Lembramos 2007, quando foi surpreendentemente eliminado dentro do Morumbi pelo São Caetano, que venceu por 4 x 1. O jogo de ida pelas semifinais do Paulistão havia sido 1 x 1.


Ele está certíssimo em falar à imprensa com cautela e parcimônia e, sobretudo, demonstrando respeito pelo adversário, visto que alguns repórteres avaliavam que o Fortaleza iria jogar contra o Guarany com um time reserva.


Vou parafrasear o Jardel, se realmente a frase for dele, para afirmar que “decisão é decisão e vice-versa”. O próprio Fortaleza, não faz muito tempo foi eliminado pelo Ferroviário numa semifinal, quando era o mais indicado para vencer, por ter um time “teoricamente” superior.


Além do São Paulo e do Fortaleza podemos citar o Palmeiras, eliminado pelo ASA em 2002 e o tricampeão em eliminações humilhantes, o Vasco que em 2002 foi eliminado na Copa do Brasil, empatando em Campo Bom (RS) em 1 x 1 e sendo derrotado em pleno São Januário por 3 x 0.


As desventuras vascaínas não pararam por aí, pois em 2005, foi eliminado no Maracanã, pelo Modesto Baraúnas de Mossoró por 3 x 0 e em 2007 pelo Gama do Distrito Federal, novamente em São Januário.


Diz o ditado que “quando vermos as barbas do vizinho ardendo temos que colocar as nossas de molho”, donde se depreende que o Rogério está certíssimo em não se deixar levar pelo “oba-oba”, especialmente por parte da imprensa.


A sabedoria popular diz que “a partida só termina quando acaba”. Pode ser redundância, mas enquanto o juiz não trilhar o apito final tudo pode acontecer, razão por que, para nós o Guarany é um adversário brioso, que exige cuidados e determinação.


Não conheço nenhuma equipe que tenha ganhado um jogo de véspera, de modo que vamos nos acercar dos cuidados necessários, enxergando no Guarany um obstáculo difícil que precisa ser transposto. Não sou o arauto dos maus presságios, mas “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.


Por hoje c’est fini.






 
 
 

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POR TRÁS DO BLOG
Advíncula Nobre

Advíncula Nobre, colaborava com o site Razão Tricolor e quando esse encerrou, passei a colaborar com os Leões da Caponga, que também encerrou as atividades, quando então ainda residindo em Guarabira (PB), resolvi criar o site para publicar a Coluna do Nobre, que eu já publicava no Leões da Caponga. Isso aconteceu há cerca de 11 (onze) anos. Sou formado em História pela Universidade Estadual da Paraíba, turma de 1989 e funcionário aposentado do Banco do Brasil. Torço pelo Fortaleza Esporte Clube desde Outubro de 1960 e comecei a frequentar o Estádio Presidente Vargas, na condição de menino pobre na "hora do pobre". O estádio abria 15 minutos antes do término da partida para que os menos favorecidos tivessem acesso. Foi assim que comecei a torcer pelo Fortaleza. Morei em Guarabira (PB) por 27 anos e sempre vinha assistir a jogos do meu time. Guarabira (PB) dista 85 Km de João Pessoa capital Paraíbana e 650 km de nossa cidade Fortaleza (CE). Também morei em Patos (PB), Pau dos Ferros (RN), Nova Cruz (RN) União (PI) e Teresina (PI). Também cursei Administração de Empresas e Direito, em virtude de transferências, não terminei essas duas faculdades. Era o meu emprego e o pão de cada dia ou as faculdades.

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