FORTALEZA DOMINA, MAS O GOL SÓ SAIU NOS ACRÉSCIMOS
- ADVÍNCULA NOBRE
- 30 de jan. de 2020
- 4 min de leitura

FORTALEZA DOMINA, MAS O GOL SÓ SAIU NOS ACRÉSCIMOS
O Fortaleza estreou nessa terça-feira à noite, às 21 horas na Segunda Fase do Cearense, no Estádio Presidente Vargas, contra um Caucaia que veio com uma proposta de jogo estritamente defensiva e buscando surpreendê-lo em esporádicos contra-ataques.
Contrariando a alguns analistas defendo a premissa de que o Tricolor foi o único time que buscou a vitória em todos os momentos da partida, diante de um adversário com 11 jogadores no seu campo defensivo e muito bem formatado na sua estratégia defensiva. O Caucaia não foi, portanto, um time que tenha trazido um perigo incessante e iminente para o nosso Leão do Pici.
É evidente que numa partida de 90 minutos, mesmo o time atuando na sua defesa, chega um momento em que, dado à velocidade dos seus avantes, consegue encontrar a defesa adversária desarrumada e isso aconteceu, no máximo, em três momentos da partida.
Em duas delas o Boeck fez excelentes defesas e na última chance arquitetada pelo Caucaia o atacante caucaiense entrando pela esquerda, porém acossado pelo nosso defensor, chutou rente à trave, ensejando que os seus pouquíssimos torcedores gritassem gol.
O Fortaleza nem fez um primor de partida, dado ao desentrosamento das suas peças e nem foi tão ruim como apregoam os “donos da verdade”. Foi um time que, a despeito de se mostrar desentrosado no primeiro tempo, ainda criou as melhores oportunidades, chutando duas bolas nas traves, uma com o Cariús e outra com o Vasquez.
O principal impasse do Tricolor para chegar ao gol foi a falta de velocidade no meio de campo e a ausência de atletas rápidos pelas extremas, que levassem efetivo perigo à meta adversária, especialmente nos cruzamentos que possibilitassem ao Cariús concluir em gol e, nesse fundamento, o Tinga, surpreendentemente errou três, somente no primeiro tempo.
Os laterais, por sua vez, que no modelo do Ceni exercem papeis de protagonismo, não foram muito à linha de fundo, principalmente pela falta de meio-campistas com os quais pudessem dialogar, fazendo dois em um, um dos fundamentos essenciais para vencer retrancas.
No meio de campo com três volantes o Derley foi um verdadeiro cão de guarda, o Bonilha mostrou elegância e toques refinados, atuando bem, mas não é exatamente um jogador que tenha por características posicionar-se mais perto dos atacantes. O Michel faz isso muito bem, mas é nítida a sua falta de ritmo.
Temos um jogador que merece um capítulo à parte, até porque foi a principal peça do Fortaleza em campo, o Mariano Vasquez. No primeiro tempo estava muito preso a um único setor e não rendeu bem, mas no segundo mais solto e mais lépido foi o dono do jogo.
E os que me acompanham sabem que sempre reconheci qualidades nesse atleta, como a sua rapidez e habilidade, mas fazia censura ao seu individualismo excessivo, próprio de quem acha que pode resolver tudo sozinho e dizia enfaticamente que o Ceni poderia burilá-lo muito mais.
Coincidência ou não o Vasquez cresceu na partida no momento em que abriu mão da individualidade e aderiu a coletivismo, visto que, em função da sua rapidez, distribuía a bola, recebia na frente e dava mais dinâmica e velocidade ao lance. Oxalá continue assim!
O Lance do gol foi exatamente construído dessa maneira: Recebeu em velocidade no meio de campo defensivo, passou para o Osvaldo, deslocou-se com uma rapidez impressionante pela esquerda, recebendo a bola de volta e cruzando na medida para o Cariús cabecear como manda a regra: Forte no chão.
Nessa tabela de alto nível o Osvaldo teve o mérito pelo primor de passe preciso e em velocidade. Estava decretada a vitória Tricolor aos 47 minutos do segundo tempo, que é um número emblemático e que foi possível também, em função das substituições do Ceni, que colocou o time com quatro atacantes e mais ofensivo.
Terminou a partida com o Romarinho pela direita, o Osvaldo pela esquerda e o Wellington Paulista e o Cariús pelo meio, com o primeiro saindo mais da área e o segundo ficando mais perto da pequena área onde terminaria por fazer o gol da vitória.
Não foi fácil, especialmente em função da péssima arbitragem, que deixou de assinalar um pênalti legítimo sobre o Cariús, não deu cartão amarelo para os jogadores do Caucaia em faltas criminosas e amarelou os jogadores do Fortaleza, com raríssimas exceções, em faltas de jogo.
A imprensa marrom admite o pênalti, mas conseguiu enxergar um toque de bola da defesa do Tricolor no gol ilegítimo do Caucaia que, por sinal, a irregularidade foi apontada antes do arremate em gol, através de um apito do árbitro que pode ser ouvido em todo a extensão do Presidente Vargas. o.
Ressalte-se que os dois últimos toques foram de jogadores do Caucaia, ambos impedidos. Valeram os três pontos, pela dificuldades impostas pelo Caucaia, que tem os seus méritos na sua estratégia defensiva e que foi conquistada contra uma arbitragem que, mesmo diante do presidente da FCF não tem vergonha de garfar o Fortaleza.
Dessa forma era natural que escutássemos o grito estridente da torcida que gritava unânime: Quadrilha, quadrilha, quadrilha! Trazia assim para à atualidade a frase famosa que outrora consagrou o ex-presidente Renan Vieira.
Essa frase do Renan está na história, do mesmo modo que as tiradas filosóficas do Neném Prancha, ou as frases de efeito do Pepellin que enfatiza que “o Tricolor contratará jogadores para cantar e não para compor”, ou como o seu desabafo do passado, quando afirmou alto e de bom som que “Série C era o carvalho”.
Por hoje c’est fini.
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