MUDAR O ESCUDO POR QUE E PARA QUE?
- ADVÍNCULA NOBRE
- 7 de jan. de 2020
- 3 min de leitura

MUDAR O ESCUDO POR QUE E PARA QUE?
Não Entendo o porquê dessa campanha para mudança do escudo do Fortaleza. O atual é bonito, tem grande identificação com a maioria absoluta dos torcedores do Tricolor e os demais estão no passado, fazem parte da história. Daqui a pouco alguém vai querer fazer uma campanha para voltar aos modelos das camisas antigas, com listas verticais e assim por diante.
Por outro lado, essa é a minha opinião pessoal, enquanto conselheiro, reunir uma Assembleia Geral para discutir a mudança de um escudo me parece contraproducente. O assunto pode até ser discutido, quando for criada uma comissão para estudar alterações estatutária, quando então a mudança do escudo poderá entrar na pauta. Antes disso acho inviável.
Pincei no site oficial a definição e explicações sobre esse importante símbolo tricolor:
“No decorrer dos seus quase cem anos de existência (Retificamos essa parte do texto, pois agora o escudo é centenário), o escudo do Fortaleza Esporte Clube passou por algumas evoluções até chegar ao modelo que hoje é estampado no lado esquerdo do peito dos verdadeiros tricolores. Com o passar dos anos estrelas foram sendo inseridas no símbolo tricolor para representar suas conquistas”.
“Hoje, a estrela acima do escudo do Fortaleza representa a maior conquista do futebol cearense, e claro, do Tricolor. o título de Campeão Brasileiro da Série B de 2018. É importante que o torcedor saiba que esse escudo carrega as cores, a esperança e a paixão da maior torcida do nosso estado”.
Na minha ótica e pela definição que vislumbramos e evidenciamos, essa seria uma discussão que não teria fim, isto porque esse pedido não representa unanimemente o desejo da grande Nação Tricolor, que adora o seu escudo mais vitorioso a nível nacional.
Com esse escudo no peito dos seus jogadores o Tricolor ganhou dois Vice-Campeonatos Brasileiros da Série A; dois Vices da Série B; um Vice-Campeonato da Série C e um Campeonato Brasileiro da Série B e a nível internacional a Paramaribo Cup, em 1962.
Acredito que essas conquistas encerrem definitivamente essa discussão, contudo, vamos falar um pouco dos escudos anteriores, posto que, se houver alteração a pergunta é: Qual dos escudos anteriores vai ser parcialmente utilizado? Dessa forma vamos analisar um por um.

O primeiro, o da fundação do clube, tem as três cores verticalmente iguais e a parte inferior é arredondada. Não tem mais nada a ver com o Fortaleza atual, cujas listas brancas ficam intercaladas entre a vermelha e a azul e são mais finas. Além do design ser horrível está em discrepância com o modelo atual do uniforme tricolor.

O segundo, das décadas de 30 e 40 foge das características do precedente e serve de modelo em termos estéticos para os emblemas posteriores, a exceção do atual. Os subsequentes seguem o seu design, quanto ao formato. O fundo é totalmente branco e contém as iniciais do clube quando ainda se denominava de Fortaleza Sporting Club - FSC. As letras ficam no centro, são finas e intercalam as cores azul e vermelha: O F é azul, o S é vermelho e o C também é azul.

Na década de 40, parece-me que em 1942, por força de um decreto do então Presidente Getúlio Vargas, que proibia palavras estrangeiras na denominação dos clubes, embora algumas agremiações, a exemplo do Ceará, não tenham obedecido. O Fortaleza sempre cioso em cumprir as normas processou a alteração exigida pelo decreto, abrasileirou o nome para FEC – Fortaleza Esporte Clube.

Os outros dois, continuam com o formato do anterior contendo, porém, três cores em sentido horizontal: O Vermelho em cima; o branco numa lista tênue no meio e o azul embaixo. As letras têm o formato do escudo do Fluminense, contudo tanto no escudo da década de 40, como no da década de 50 as letras são ilegíveis. Não vejo o que se pode extrair desses escudos.

Por fim o penúltimo distintivo que, obviamente antecedeu o atual, que a história relata ser da década de 60, mas que teve utilização efêmera, vez que o Fortaleza, quando se sagrou Vice-Campeão da Taça Brasil em 1960 já estampava no peito dos seus jogadores a atual insígnia e disso sou testemunha ocular.
Esses escudo mantinha o formato dos antecessores, mas as listas em sentido vertical, voltaram à similaridade do distintivo da fundação: Azul à esquerda; no centro o branco, um pouquinho mais estreito e o vermelho à esquerda e da mesma largura do azul. Esse símbolo assemelha-se ao formato do primeiro distintivo e como aquele não é dos mais belos não tendo, pois a pujança do atual.
Isto posto, respeito a opinião de quem defende a mudança, mas não vejo nela qualquer sentido prático, até porque para que continuasee a convergência entre os símbolos tricolores as listas das camisa também teriam que ser alteradas.
Concluo, por conseguinte, que temos coisas mais importantes para debater e mais títulos para conquistar com esse escudo vitorioso. Discordo dessa tentativa de regressão ao passado, que me parece extemporânea e carecendo de uma explicação mais plausível.
Por hoje c’est fini.
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