O ANTÍDOTO CONTRA O DETERMINISMO É A DETERMINAÇÃO”.
- ADVÍNCULA NOBRE
- 12 de set. de 2019
- 3 min de leitura

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“O ANTÍDOTO CONTRA O DETERMINISMO É A DETERMINAÇÃO”.
Faço parte de cerca de 40 grupos de tricolores no WhatsApp, que avalio produzam diariamente, no mínimo, dez mil mensagens, ficando humanamente impossível acompanhá-las na sua plenitude e completude.
Temos que filtrá-las, lendo o que é possível. No cômputo geral são mensagens de otimismo, de realismo, de pessimismo, de determinismo e, utilizando esse termo recém criado na Língua Portuguesa coloquial, de “cornetagem”.
Cornetar, de acordo com o dicionário informal da nossa língua significa “zuar”, ou criticar aos brados e de forma incessante, os dirigentes, jogadores e, de modo especial, o treinador de futebol. Passou a significar também o modo de criticar de forma contumaz e sistemático.
Para os corneteiros de plantão tudo o que for feito, ou está errado ou não passa de obrigação. Acontece muito com referência às contratações, haja vista que o jogador contratado, por melhor que seja, ainda não agradará aos críticos de plantão, que não estão apenas na torcida, mas também na imprensa.
Trouxessem o Leonel Messi no auge da sua carreira e ainda encontrariam defeito. Não tivessem o que criticar em termos técnicos certamente o criticariam por ser argentino. A “imprensa corneteira”, por sua vez, desfiando o seu rosário de restrições alegaria não o conhecer. O termo “corneteiro” se origina e tem correlação com o som constante e irritante de uma corneta.
Feita essa pequena amostragem do teor das mensagens críticas, analisemos aquelas que encerram uma elevada dose de “determinismo” que, a meu ver, representam o “pessimismo” na sua mais pura essência.
Para nos situarmos pesquisei no dicionário, consagrado popularmente como ”Aurélio” e ainda cognominado de “pai dos burros”, o significado de “determinismo” que, mais do que um vocábulo se configura como uma espécie de “filosofia”.
Determinismo: “Princípio segundo o qual todo o universo, e até mesmo a vontade humana, está submetido a leis necessárias e imutáveis, de tal forma que o comportamento humano está totalmente predeterminado pela natureza, e o sentimento de liberdade não passa de uma ilusão subjetiva”.
Traduzindo em palavras mais simples “determinismo” significa simplesmente a crença alimentada por algumas pessoas de que “nada pode ser mudado e que tudo é determinado pelo destino, contra o qual nada podemos fazer”.
Na Índia o sistema social de castas, profundamente determinista e que é a base da religião hindu, determina que quem nasceu de uma família de garis, será sempre gari, e jamais poderá galgar uma classe social mais elevada. Um filho de agricultor, por exemplo, tem que ser eternamente agricultor e jamais poderia ser médico.
Fizemos esse preâmbulo para dizer que não entendo o determinismo de grande parte das postagens da nossa torcida, que acredita que o Fortaleza é tecnicamente inferior ao Bahia e que por essa razão já está derrotado antecipadamente.
Essas mensagens pessimistas e deterministas baseiam-se em comentários da imprensa, na última derrota do time, em estatísticas dos confrontos entre as duas equipes, enfim, numa série de parâmetros que funcionam como se fossem imutáveis e irreversíveis.
Bem que eu poderia buscar na Bíblia muitos ensinamentos que me permitissem contrapor-me à essa ideia derrotista. Irei para o mais simples, vez que Jesus nos ensinou que “a fé remove montanhas e que se dissermos a monte que se mude de lugar ele se mudará”.
Essa mensagem é mais profunda ao passo que nos ensina, nas entrelinhas que “mandar o monte se mover” é uma ação e, portanto, as coisas mudarão, assim como o monte mudará de lugar.
A conclusão a que chegamos é a de que para enfrentarmos o “determinismo” ou a imutabilidade das coisas é necessário termos fé em nós mesmos, fé em Deus e na nossa capacidade de agir e de reagir e, sobretudo, trabalharmos pela mudança.
Quem já viu o Fortaleza sair perdendo em 2010 para o Guarani por 4 x 1 e reagir no segundo tempo, chegando aos 4 x 4 e eliminando o rival no pênaltis para ganhar um turno que foi determinante para a conquista do “tetracampeonato”, jamais duvidará da capacidade do Fortaleza.
Quem já viu o Tricolor sofrer uma virada nos minutos finais de uma decisão com o Ceará, por 2 x 1 e marcar o gol de empate aos 47 minutos do segundo tempo, quando o árbitro já olhava o cronômetro, sagrando-se campeão e mais ainda, evitando um “penta”, que seria legítimo, do rival, não duvida de nada.
O Bahia é forte, mas não é dois e, conforme demonstramos e até poderíamos escrever um livro sobre a sua capacidade de superação, o Fortaleza nos momentos das maiores dificuldades costuma vencer e transpor obstáculos tidos como intransponíveis.
Então Nação Tricolor, acreditemos nos nossos profissionais, na nossa capacidade de transmontar obstáculos quase intransponíveis e vamos buscar a vitória! Eu acredito! E você por que não?
Por hoje c’est fini.
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