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O VAR É QUEM TEM QUE MANDAR!


O VAR É QUEM TEM QUE MANDAR!

O sonho de todo torcedor ou adepto de um clube, para nos atermos à linguagem de Portugal, é o de que o placar de uma partida reflita e traduza fidedignamente o que ocorreu em campo, posto que, não raro, todo o trabalho e os esforços desprendidos por um clube de futebol vão por água a abaixo, em decorrência de uma falha involuntária, ou não, de um árbitro de futebol.


Para complicar criou-se no Brasil a cultura de que o árbitro, comumente chamado de juiz, terminologia incorreta, vez que a meu ver, juiz é o togado, é um semideus, ou um imperador da Idade Antiga, que tinha poderes sobre a vida e a morte, cuja palavra jamais poderia “voltar atrás”, pleonasmo que patenteia que a sua decisão era inflexível e imutável.


Essa argumentação que embasa os defensores de que a decisão do mediador de uma partida não pode sofrer reparos, isto porque, em assim ocorrendo, tiraria a autonomia e os poderes da arbitragem não se sustenta.


O árbitro continua com autonomia de 99%, vez que tem poderes para tomar decisão em quase todos os lances, de unir, de expulsar e de conduzir a partida com toda a autoridade que lhe confere o cargo, deixando de ser semideus em lances cruciais para se transformar num simples mortal, como todo nós.


Contraponho-me à essa linha de pensamento absolutista por entender que o erro deve ser punido em quaisquer circunstâncias, posto que se assim não acontecer estaremos sendo paladinos da impunidade, que tem grassado e imperado no país em todos os setores, mas isso é outra história. O certo é que ninguém está acima da lei, nem o árbitro e nem o juiz.


Dentro desse princípio tenho sido um dos defensores entusiastas e intransigentes do VAR e faço votos de que o mesmo não seja “desmoralizado” no Brasil, porque tem funcionado magnificamente bem e há um tempo considerável, nos principais países europeus e especialmente em outros esportes.


E quais são os problemas que depõem contra o VAR no Brasil, ao ponto de arranhar a sua imagem e de pôr à prova a sua utilidade, eficiência, integridade e imparcialidade, que chegam a serem questionadas?


O primeiro senão do VAR diz respeito à sua lisura, vez que está se tornando uma ferramenta regional, que tem decidido sempre, nos lances duvidosos, a favor dos clubes do eixo Rio-São Paulo e, em menor escala, do Sudeste como um todo e do Sul.


Na opinião da grande maioria de torcedores o VAR é um instrumento “caseiro”, que sempre dar “ganho de causa” nos lances aludidos aos clubes das regiões que citamos, prevalecendo a verdade das imagens somente quando a dúvida envolve lances de clubes do Sul/Sudeste. Aplicar a expressão fiel das imagens de forma justa, em lances que levantam dúvidas, a favor de um clube nordestino e, principalmente do nosso estado, nem pensar!


Os árbitros atuando em solo nordestino deixam de ser caseiros e passa a proteger o “forasteiro”. Na partida contra o Internacional o erro principal resultou na perda de no mínimo 2 pontos. Se a falta tivesse sido marcada, não teriam ocorrido os erros de posicionamento do nosso sistema defensivo.


Outro ponto controverso refere-se à demora no exame do lance que, por vezes, ultrapassa a casa dos 5 minutos, cujo resultado tem sido por demais desfavorável ao uso do VAR, embora este não tenha culpa, que é totalmente do árbitro de campo.


Esta longa demora está completamente fora e aquém dos padrões da FIFA e dos países europeus, sem falarmos dos outros esportes. Ainda poro cima e por mais paradoxal que possa parecer, a decisão nem sempre é a correta porque o árbitro de campo é soberano para decidir.


Ora, se fosse para o árbitro continuar decidindo acerca de lances duvidosos, por que gastar dinheiro com a parafernália e com o pessoal do VAR? Parece-me um contrassenso.


O VAR para não ser contestado tem que ser autônomo e soberano, conforme ocorre em outros esportes. O árbitro tem que decidir em consonância com a situação apresentada pelas imagens, que jamais deverão ser contestadas, por estarem acima “do que pode ser captado pelo olho humano”. Em não sendo assim, os árbitros do VAR serão figuras decorativas e teremos dinheiro sendo jogado fora!


Em termos de outros esportes exemplificamos um lance do Tênis, visto que, quando há dúvidas se a bola tocou fora, ou na linha, que é uma extensão da quadra, o VAR é acionado e o árbitro rigorosamente determina a marcação de acordo com o resultado da imagem, e nem por isso perde a autonomia e a dignidade.


Continua tendo prevalência e soberania na condução da partida, na marcação de todas as faltas normais, na decisão sobre os lances não capitais e com relação à parte disciplinar. Funciona assim em todos os outros esportes, por que não no futebol?


Os presidentes de Fortaleza e Ceará, pajeados pelo presidente da Federação, vão à reunião da CBF sobre o assunto, que será infrutífera se a decisão sobre os lances polêmicos e cruciais continuar a cargo e sob a alçada do árbitro de campo. A imagens têm que prevalecer absolutas, pois somente assim teremos lisura no futebol.


Por hoje c’est fini.









 
 
 

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POR TRÁS DO BLOG
Advíncula Nobre

Advíncula Nobre, colaborava com o site Razão Tricolor e quando esse encerrou, passei a colaborar com os Leões da Caponga, que também encerrou as atividades, quando então ainda residindo em Guarabira (PB), resolvi criar o site para publicar a Coluna do Nobre, que eu já publicava no Leões da Caponga. Isso aconteceu há cerca de 11 (onze) anos. Sou formado em História pela Universidade Estadual da Paraíba, turma de 1989 e funcionário aposentado do Banco do Brasil. Torço pelo Fortaleza Esporte Clube desde Outubro de 1960 e comecei a frequentar o Estádio Presidente Vargas, na condição de menino pobre na "hora do pobre". O estádio abria 15 minutos antes do término da partida para que os menos favorecidos tivessem acesso. Foi assim que comecei a torcer pelo Fortaleza. Morei em Guarabira (PB) por 27 anos e sempre vinha assistir a jogos do meu time. Guarabira (PB) dista 85 Km de João Pessoa capital Paraíbana e 650 km de nossa cidade Fortaleza (CE). Também morei em Patos (PB), Pau dos Ferros (RN), Nova Cruz (RN) União (PI) e Teresina (PI). Também cursei Administração de Empresas e Direito, em virtude de transferências, não terminei essas duas faculdades. Era o meu emprego e o pão de cada dia ou as faculdades.

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