O QUE É MAIS FÁCIL: CRITICAR OU PONDERAR?
- ADVÍNCULA NOBRE
- 20 de ago. de 2019
- 3 min de leitura
O QUE É MAIS FÁCIL: CRITICAR OU PONDERAR?
O Fortaleza anuncia o zagueiro Adalberto, que vinha atuando pelo ABC (RN), que foi rebaixado para a Série D no ano em curso. Uma lástima para o futebol nordestino e de modo particular para o norte-rio-grandense, outrora tão exuberante, e que já conta com o América naquela divisão.
O ABC é um time tradicional do Nordeste que no âmbito nacional detém o título de Campeão da Série C de 2010 e que infelizmente fará companhia ao rival América, que vem disputando a divisão desde 2018 e que neste ano classificou-se apenas em 11º lugar. Decadência de um futebol que costumava rivalizar com o nosso.
Isto posto vamos ao nosso foco que é a contratação do Adalberto, que tem gerado uma onda de aversão nas redes sociais, especialmente pelo fato do jogador vir de um time rebaixado da Série C.
Os que se manifestaram contra à sua contratação, alegam tratar-se um jogador que não é mais uma criança, que não tem o perfil de Série A, razão por que, após se sagrar campeão brasileiro da Série B pelo Tricolor não teve a sua permanência chancelada pelo Rogério Ceni.
Fôssemos falar nos motivos que embasam a resistência dos opositores, seriam necessárias várias laudas, que não valeria a pena repetirmos nesse espaço, não sendo demais frisar que, a maioria desses argumentos se fundamenta em parte da imprensa que qualifica o jogador como refugo, letreca e outros adjetivos pejorativos.
O que tenho a contrapor é que nos referimos a um jogador com uma grande identificação com o nosso clube, pelo qual teve passagens de 2013 a 2015, com interregno em 2016, voltando em 2017 e 2018 e ora retornando mais uma vez, assinando contrato até o fim do ano, para terminar de escrever a sua historia.
Fez 96 partidas pelo Tricolor, assinalando 4 gols e conquistando o único título da sua carreira e o mais importante, o de campeão brasileiro pela Série B de 2018. Desnecessário dizer que tem e faz parte da história no nosso clube.
O Adalberto é uma pessoa do bem, de excelente caráter e, acima de tudo humilde e não merece essa execração pública que está sendo feita por pessoas que não têm o menor respeito pelo profissional e pelo ser humano, atitude que condenamos e repudiamos.
Além do mais, não podemos afirmar que estamos diante de um craque consumado, que a qualquer momento possa vir a ser convocado para a seleção brasileira, contudo, podemos afirmar, sem medo de errar, que o mesmo se identifica por demais com o Fortaleza, pela raça e pela intrepidez com que se entrega às partidas, sendo capaz de dar o sangue e a alma pelo Tricolor.
O meu conselho à torcida tricolor, já expresso nas redes sociais, se é que tenho autoridade para tal, é no sentido de que “não se deixe levar por aqueles que querem apenas e tão somente tumultuar o ambiente tricolor” e, em assim sendo, que dê uma chance ao Adalberto para mostrar o seu valor, e só então, expressar a sua opinião crítica ou elogiosa.
Criticar um jogador que foi importante para o clube, mormente nos momentos de grandes dificuldades, a exemplo do tempo de Série C, e que ainda pode contribuir com o clube, principalmente pelo seu elevado senso de profissionalismo, parece-me uma temeridade e um contrassenso.
O momento é de apoio ao clube e ao jogador e qualquer atitude diferente desta, ao meu ver, se configura como um comportamento contrário à razão, uma verdadeira insensatez, ou uma espécie de hostilidade que não se justifica.
Pode até ser que eu esteja errado, mas tenho a sensação de que o Adalberto ainda vai calar a boca de muita gente, portanto, antes de falar, de criticar, de execrar e de apupar lembrem-se do Romarinho que, de jogador non grato para a torcida, passou a ser uma das nossas principais peças.
Vou torcer pela nossa vitória sobre o Santos por 1 x 0. Por que não? E o gol será do Adalberto e de cabeça. Diz o ditado popular que “quanto maior for a árvore, maior será a queda”. Sou Tricolor e sempre acreditarei na força desse rifão e, sobretudo, na fortaleza que emana da alma do nosso amado clube.
Por hoje c’est fini.
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