NINGUÉM TEM TANTO CALOR HUMANO QUANTO A NAÇÃO TRICOLOR!
- ADVÍNCULA NOBRE
- 14 de ago. de 2019
- 3 min de leitura


ZÉ RICARDO RECEPCIONADO NO AEROPORTO PELA TORCIDA TRICOLOR - FOTO/DIVULGAÇÃO
NINGUÉM TEM TANTO CALOR HUMANO QUANTO A NAÇÃO TRICOLOR!
Os analistas de sempre estão batendo numa tecla já desgastada de que o Ceará pegará nesse final de Primeiro Turno adversários mais difíceis tecnicamente do que o Fortaleza, de cuja assertiva não duvido, embora me reserve ao direito de fazer algumas ponderações que creio sejam oportunas.
Não é demais lembrar que os adversários dos dois clubes são os mesmos e que, em algum interstício do campeonato, os mesmos terão graus de dificuldades semelhantes. O do Fortaleza foi no início e do Ceará está sendo agora, conforme demonstram os dados.
No início da jornada, nas 10 primeiras rodadas, o Fortaleza enfrentou os gigantes: Palmeiras, Atlético (PR), São Paulo, Botafogo, Vasco, Flamengo, Grêmio e Cruzeiro e embora alguns desses clubes não estejam bem momentaneamente são, contudo, pesos pesados do futebol brasileiro, ademais estamos utilizando os mesmos critérios que usaremos para avaliar o nosso rival.
De times do mesmo porte, ou mesmo inferiores, nessas rodadas, o Tricolor enfrentou somente 2: Chapecoense e Avaí, dados que comprovam sobejamente o seu grau de dificuldades nas rodadas citadas e que se repetirão nas 10 primeiras etapas do Segundo Turno.
O Ceará nas 10 primeiras rodadas enfrentou os pesos pesados Cruzeiro, Atlético (MG), Grêmio, Santos, Vasco e Fluminense, num total de 6. De mesmo porte ou inferiores se digladiou com CSA, Goiás, Avaí e Bahia, num total de 4 clubes, o dobro do Fortaleza.
Agora na reta final do Primeiro Turno, da 15ª rodada à 19ª, o Fortaleza medirá forças com Internacional (C), Santos (F), Goiás (C), Fluminense (C) e Bahia (F) e não consigo vislumbrar essas facilidades tão decantadas e acentuadas.
O Ceará enfrentará São Paulo (F), Flamengo (C), Athlético – PR (F), Corinthians (F) e Botafogo (C), coincidentemente clubes com os quais o Fortaleza já jogou, corroborando mais ainda com o nosso ponto de vista de que o Tricolor, até aqui, tem enfrentado adversários mais complicados e mais fortes, motivo pelo qual não entendo a razão desse chororô.
O Rogério já passou pelo Tricolor, fez um excelente trabalho, mas já está em outro clube, de modo que na minha visão temos que evitar fazer comparações com o Zé Ricardo, até porque poderia funcionar como um desestímulo e lima afronta ao nosso atual treinador, contudo, a observação que farei me parece vir a propósito ou a tempo.
A Nação Tricolor, que costuma se manifestar e demonstrar o seu amor e o seu apoio em ocasiões importantes, não se fez de rogada e compareceu maciçamente ao Pinto Martins, agora Aeroporto de Fortaleza, para receber o Zé Ricardo numa festa acalorada, que ele jamais teve na sua carreira.
O Rogério Ceni chegou ao Aeroporto da Pampulha, sendo recepcionado pela diretoria do Cruzeiro e sem nenhuma festa. Repentinamente eclodiu um movimento de ovação e de aplauso que todos julgavam que fosse para ele. Para decepção do nosso mito, não foi.
A torcida que lá se encontrava, nem se quer lhe deu atenção e os aplausos efusivos eram para uma atleta que, provavelmente participara do Pan-Americano, situação que deve tê-lo deixado frustrado e constrangido.
Nada que nos cause admiração, pois o Rogério Ceni, que no Fortaleza tinha o status de rei, no Cruzeiro será apenas mais um súdito da Coroa, embora com trabalho e dedicação possa reverter esse quadro dos mais bisonhos e desanimadores.
A diferença é exatamente essa. Enquanto a torcida tricolor se jogou de corpo e alma nessa nova empreitada, apostando no Zé Ricardo, a do Cruzeiro se mostrou fria e alheada, como se o Ceni não fosse o treinador preferido e desejado. Pode ser impressão, mas pelo sim pelo não, fica a dúvida!
A nossa torcida, e isso me orgulha, desnudou a sua alma, enquanto a do Cruzeiro se mostrou distante e cética, fechando-se em copas, não sei se por apreço ao Mano Menezes ou por se encontrar desiludida, preferindo esperar para ver o desempenho do Rogério e para se certificar se que a escolha foi certa.
Nada que me deixe perplexo ou admirado, diante dessa inconteste demonstração de amor, pois o calor humano exarado pela Nação Tricolor é diretamente proporcional ao calor do sol que brilha no nosso arrebol.
Mesmo com tantos anos de estrada essa torcida maravilhosa a cada dia ainda consegue me emocionar. Falo de uma torcida que é um tesouro e que põe a alma e o coração em tudo que faz.
Por hoje c’est fini.
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