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VIDA QUE SEGUE!


VIDA QUE SEGUE


Escrevo estas mal traçadas linhas há cerca de 12 anos e, por vezes penso em parar, haja vista que, por mais polidos que procuremos ser nem sempre conseguimos agradar a todos. Por vezes me pergunto: O que estou eu a fazer escrevinhando um protótipo de coluna, desprovida de riquezas linguísticas, gastando o meu parco e quase insignificante português e sem ganhar dinheiro para isso?


Penso dessa forma e quero desistir, mas vem uma “força estranha” que me impele para a frente e me diz para continuar, lembrando-me que a vida é feita de sabores e de dissabores, e que mesmo quando damos um presente, por vezes comprado com imensas dificuldades, mas ofertado com a alegria incontida no fundo do nosso coração, corremos o risco de não agradar e de decepcionar a alguém que, na maioria dos casos esperava um presente melhor.


Pensando por esse lado chego à conclusão que devo seguir em frente, mesmo sujeitando-me a tropeçar e a não ser compreendido. Uma coisa no entanto, me conforta, me alenta e me estimula, que é a certeza de que mesmo quando não agradamos temos a possibilidade de plantar algo de bom e de levar aos que não concordam conosco o benefício da reflexão e isso é o que conta.


Não posso dizer que amanheci o dia alegre, o que é raro, pois sou alegre por natureza, mas iniciamos este dia digerindo a perda do Rogério Ceni que, queiramos ou não, abalou a todos aqueles que acreditavam no seu trabalho e, sobretudo, nos seus propósitos.


Saí sempre em sua defesa, pelo fato de que, desde o momento em que foi contratado, momento de lucidez da diretoria, o Rogério colocou o Fortaleza no circuito nacional e mundial da mídia. O Fortaleza que estava adormecido na Série C, que não mais gerava grande impacto na grande imprensa passou a ser o centro das atenções, passou a ser notícia.


Esse grande sucesso de Marketing já seria o bastante se a sua passagem não fosse vitoriosa também nas quatro linhas. Em primeiro lugar pelo trabalho incessante de procurar dotar o clube de uma grande estrutura, projeto que está se materializando sob à administração do Dr. Rolim Machado e o acompanhamento técnico do Dr. Daniel Levi, que pouco é lembrado.


Sequenciando a sua contribuição inestimável ao Fortaleza, conquistou três títulos consecutivos e um acesso à Série A e há 6 décadas que torço pelo Tricolor, posso assegurar que todos os grandes treinadores que o antecederam foram importantes, mas nenhum conquistou um título nacional, colocando o nosso amado clube no livro de campeões do futebol brasileiro.


Esse assunto já foi abordado, vez que demonstrei que pelo menos nesse início de século, apenas o Rogério Ceni e o Carille conseguiram essa façanha e a respeito disso fui abordado por alguns torcedores, provavelmente do Corinthians, que defenderam a premissa de que os títulos do time paulista foram mais importantes.


Não quero criar polêmica sobre esse assunto, porém continuo defendendo a tese de que as conquistas do Rogério Ceni foram conseguidas com um grau maior de dificuldades, posto que, quando iniciou o seu trabalho e a sua contratação já foi uma “ousadia financeira” ninguém poderia imaginar que o Tricolor, com um plantel dos mais modestos pudesse chegar tão longe e chegou.


Fôssemos falar no legado do Rogério Ceni teríamos que escrever um livro, uma vez que, o maior deles e de valor incomensurável não é medido e nem pesado, que foi o de infundir no Fortaleza a mentalidade de grande clube e de um vencedor. Considero que ele deu o pontapé inicial na caminhada do Fortaleza para se inserir no território dos grandes clubes do Brasil.


Não podemos, contudo, ficar “sentados à beira de um caminho” fazendo apologia e cantando loas para o Rogério Ceni, pois a vida é um círculo que começa em baixo, faz a volta por toda a circunferência e quando retorna ao lugar de origem se fecha e viramos estrelas, lá no céu, no infinito.


Esse círculo tem ciclos e o do Rogério terminou agora, mas poderia ter findado antes ou até daqui a um certo tempo, pois ninguém se perpetua em lugar nenhum, nem mesmo na vida. Vida que segue e que abre um novo ciclo, que esperamos seja tão bom quanto o anterior. E será, pois não tenho dúvidas de que a diretoria tricolor e todos nós trabalharemos com esse escopo.


Por hoje c’est fini.






 
 
 

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POR TRÁS DO BLOG
Advíncula Nobre

Advíncula Nobre, colaborava com o site Razão Tricolor e quando esse encerrou, passei a colaborar com os Leões da Caponga, que também encerrou as atividades, quando então ainda residindo em Guarabira (PB), resolvi criar o site para publicar a Coluna do Nobre, que eu já publicava no Leões da Caponga. Isso aconteceu há cerca de 11 (onze) anos. Sou formado em História pela Universidade Estadual da Paraíba, turma de 1989 e funcionário aposentado do Banco do Brasil. Torço pelo Fortaleza Esporte Clube desde Outubro de 1960 e comecei a frequentar o Estádio Presidente Vargas, na condição de menino pobre na "hora do pobre". O estádio abria 15 minutos antes do término da partida para que os menos favorecidos tivessem acesso. Foi assim que comecei a torcer pelo Fortaleza. Morei em Guarabira (PB) por 27 anos e sempre vinha assistir a jogos do meu time. Guarabira (PB) dista 85 Km de João Pessoa capital Paraíbana e 650 km de nossa cidade Fortaleza (CE). Também morei em Patos (PB), Pau dos Ferros (RN), Nova Cruz (RN) União (PI) e Teresina (PI). Também cursei Administração de Empresas e Direito, em virtude de transferências, não terminei essas duas faculdades. Era o meu emprego e o pão de cada dia ou as faculdades.

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