A JORNADA É LONGA E A LÉGUA É TIRANA
- ADVÍNCULA NOBRE
- 21 de jun. de 2019
- 3 min de leitura

A JORNADA É LONGA E A LÉGUA É TIRANA.
Reportamo-nos ao Fortaleza, indiscutivelmente, o maior clube do futebol cearense, e nem precisa provar nada, visto que as suas conquistas falam por si só, especialmente as de cunho nacional, testemunhas maior da sua grandeza, para analisarmos o seu plantel.
Evidentemente que podemos nessa análise incorrer em alguns erros, contudo, temos a consciência plena de que não somos os donos da verdade, porque “toda a verdade está em Deus”, e isso é bíblico. Vamos, entretanto, arriscar um olho.
Começamos pelo gol para afirmarmos que somos um dos poucos clubes da Série A que tem dois goleiros tops de linha. Falam que o Santos e o Corinthians têm bons goleiros, entretanto sou mais os tricolores, que são prendas nossas.
Na lateral direita não estamos muito bem, pois o Tinga não vem reeditando as boas atuações do ano passado e o Gabriel Dias não é um lateral de ofício, embora, dentro das suas possibilidades, venha correspondendo. A torcida está sobremaneira apreensiva com relação à posição.
O miolo da zaga nos deixa de certa forma preocupados, haja vista que o Quintero vem atuando continuamente, sem qualquer folga e, praticamente, sem substituto, pois o Patrick, que poderia substituí-lo não tem tido chances para mostrar se tem condições de vestir a camisa tricolor.
Parece-me que teve duas oportunidades, ainda no Cearense e se houve bem, de modo que precisamos vê-lo mais em ação. O Nathan, ao contrário, tem tido muitas oportunidades, mas tem decepcionado e o Roger, por sua vez, ganhou a confiança da torcida, mas tem um histórico forte de contusão.
O setor de contenção está bem servido, o problema maior são os erros de passe e, nesse quesito, o Juninho tem errado muito. Esperamos que esse problema seja resolvido, pois a cada erro de passe o adversário ganha um contra-ataque que, quase sempre, pega o nosso sistema defensivo desprevenido, ou de calças curtas, como se diz usualmente.
O setor de engenharia há que ser fortalecido, pois necessitamos de alguém, de excelente quilate técnico, capaz de fazer o time jogar. Na verdade precisamos de um líder que fique mais perto dos jogadores de linha. O Boeck é um grande líder, mas fica mais longe.
O Dodô jogou bem a última partida, mas não há como antevermos se realmente voltará a fazer boas atuações. Dessa forma, urge que se faça uma contratação de peso para o setor de criação, pois a jornada é longa e o terreno é de areia movediça. Uma verdadeira “légua tirana”, como nos diz Luiz Gonzaga.
Não tecerei críticas acerca do ataque, porque não seria justo, vez que as bolas têm chegado pouco e, por vezes, um tanto quanto quadradas. Quando tivermos um meia de ofício, que melhor municie o ataque ficarei a cavalheiro para fazer uma análise mais acurada.
Em se tratando de ataque estou torcendo para que o André Luiz venha a se constituir no timoneiro que até agora os outros atacantes não conseguiram ser, especialmente o Kieza, que ainda não logrou marcar com a camisa tricolor e o Júnior Santos que teve uma acentuada queda de produção.
Pode ser que de repente tudo mude, pois já vi o Rogério Ceni recuperar o Gustavo, que se encontrava em baixa e que voltou para o Corinthians por cima da carne seca e o Romarinho, que de vilão e vaiado pela torcida, conseguiu dar a volta por cima, passando a ser aplaudido. Isso ele deve ao Rogério.
Em suma, necessitamos de um lateral-direito, de um zagueiro; de um meia de ligação, não confundir com meia-atacante e se os nossos atacantes não deslancharem, necessitaremos de mais um homem de área.
Acredito inclusive que, espelhando na produtividade do jogo contra o Cruzeiro, o Rogério Ceni continue testando o André Luiz como homem-referência, especialmente se considerarmos que nos dois gols demonstrou muito oportunismo e senso de colocação, produzindo mais do que quando atuou pelos lados.
Por hoje c’est fini.
Comments