CONTRA IMAGENS NÃO HÁ ARGUMENTOS
- ADVÍNCULA NOBRE
- 8 de mai. de 2019
- 3 min de leitura

O árbitro poderia até escolher o pênalti que queria marcar - Foto Vitor Silva - Divulgação
CONTRA IMAGENS NÃO HÁ ARGUMENTOS
Para muitos fica difícil aceitar o VAR, em que pese o do futebol brasileiro está apenas engatinhando e nem começou a ensaiar os primeiros passos, isto porque a sua função está sendo tolhida. Serve apenas para consulta do árbitro que, infelizmente continua soberano como se fora um semideus.
Marcou está marcado. É a palavra do rei, que na Era Medieval não voltava atrás. O árbitro mal-intencionado ou incompetente, mesmo o VAR apontando o contrário da sua marcação, ou o desfecho correto do lance, permanece com poderes plenipotenciários para aceitar ou não a sua recomendação, e assim caminha o nosso futebol, retrato do nosso país.
O Brasil tem a bagatela de 181 mil leis, algumas das quais sem o menor sentido, ou que já caducaram, mas que continuam em vigor. Existe lei em vigor desde o início do século passado, que não mais se enquadra no modus vivendi dos tempos modernos.
Com todo esse portfólio de leis o Brasil continua sendo o país da impunidade, em que o ladrão de galinha fica mofando na cadeia, mas o corrupto, que roubou milhões ou bilhões da Nação, vai para prisão domiciliar e pasmem! E sem devolver o produto do roubo.
A conclusão inevitável a que chegamos é a de que as nossas leis e a nossa Justiça protegem os poderosos, aliás está no momento sendo muito bem representada por alguns membros do Supremo, que já cercearam até a liberdade de imprensa. Coisas do autoritarismo? Não. Coisas da democracia brasileira.
Voltando para a nossa norma do futebol, a do VAR, defendo a premissa de que todos nós devemos lutar pelo seu aprimoramento, ao invés de sermos seus opositores. Nos outros esportes a imagem fala mais alto do que a retina humana e nem por isso os árbitros perderam a autoridade.
Ficar defendendo a premissa de que se a imagem do VAR for soberana o árbitro vira “marionete” me parece uma sandice. No mundo inteiro a imagem é conclusiva e por que somente no Brasil o árbitro viraria fantoche?
Temos que lutar, nós que gostamos do futebol, para que doravante os resultados de uma partida espelhem a verdade cristalina e irrefutável do que aconteceu em campo. Temos que dizer não à “Lei de Gerson”.
Estamos enfastiados e revoltados de vermos erros de arbitragem pôr por água abaixo trabalhos feitos com muita dedicação e abnegação e não raro, apenas por paixão e sem o devido retorno financeiro. Temos que lutar para que o Brasil, em todas as suas estâncias, dê certo e não estamos tratando de ideologia política.
O Brasil para dar certo precisa caminhar na Saúde, Educação, Segurança e por que não no futebol? No último ranking divulgado pelo PISA, sigla em inglês que significa Programa Internacional de Avaliação da Educação, relativo ao ano de 2015, o Brasil foi superado pela Colômbia, 57º lugar, enquanto ficamos na 63ª posição.
Esse é o Brasil que não queremos. Será que um dia nos igualaremos à Finlândia, a primeira do ranking, ou à Suécia? Vamos torcer para que isso venha a acontecer, não apenas na Educação, mas em todos os setores ligados ao Bem Comum.
Para que isso aconteça temos que dar o primeiro passo e a minha luta começa pelo VAR, para que não seja desmoralizado como a maioria das quase 200 mil leis do país. Defendo a premissa, parafraseando o ditado popular, por sinal taxativo, que “contra imagens não há argumentos”.
Abaixo o árbitro plenipotenciário e viva o VAR!
Por hoje c’est fini.
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