PARA QUE SERVE MESMO O VAR?
- ADVÍNCULA NOBRE
- 6 de mai. de 2019
- 3 min de leitura

PARA QUE SERVE MESMO O VAR?
Precisamos reaprender a vencer fora de casa. Saímos duas vezes nesse Brasileirão e não nos demos bem, visto que contra o Palmeiras foi um desastre, 4 x 0, que esperamos e torcemos para que não mais se repita e no embate diante do Botafogo sucumbimos por 1 x 0.
Não vamos mais nos reportar à partida contra o Palmeiras, isto porque já choramos as lágrimas que poderíamos chorar. Contra o Botafogo foi uma derrota que nos deixou acabrunhados, em considerando que o resultado mais justo seria o empate e que até tivemos oportunidades para sair na frente.
A pergunta que não quer calar, no entanto, com relação à arbitragem é uma só: Para que serve o VAR, ou o árbitro de vídeo, para usarmos o português que tanto amamos, ou esta “última flor do Lácio, inculta e bela”, como dizia Olavo Bilac no seu poema Língua Portuguesa?
O VAR detectou a penalidade cometida sobre o Wellington Paulista, que foi empurrado acintosamente pelo zagueiro dentro da área e o árbitro, por seu livre arbítrio não marcou. A conclusão a que chegamos é a de que o VAR, diante de um árbitro caseiro não vale nada e era bem melhor que não tivera, pois lhe falta autonomia.
Alguém pode argumentar que o árbitro pode ter cometido outro erro, que não ficou bem claro, no lance em que o atacante do Botafogo foi pretensamente derrubado. No meu ponto de vista se a falta marcada fosse, e o lance ocorreu nas barbas do árbitro, seria fora da área.
Podem redarguir ainda que a marcação de uma penalidade não garante que o beneficiário possa vencer o jogo, no que concordo plenamente. Ocorre que se fosse marcada e convertida o jogo mudaria de feição, porque o Botafogo sairia para buscar o resultado, abrindo espaços para os contra-ataques tricolores, que poderiam redundar em mais gols.
Inquestionavelmente ocorreu um erro gravíssimo do árbitro, cuja falta deve ser reclamada junto à CBF, tanto por prejudicar o Fortaleza, como por desmoralizar um sistema, que funciona nos outros esportes com eficiência, porque neles o VAR é absoluto.
Fosse para prevalecer a vontade do árbitro não precisaria de VAR. O Brasil, contudo, é assim mesmo. É um país em que as normas e as leis são desmoralizadas ou não cumpridas e, por essa razão, reina a impunidade. Esse estigma há que ser mudado, porém não acredito que o seja com a Justiça que temos que, via de regra, favorece os poderosos.
O nosso negócio é futebol, e nesse diapasão e com relação ao rendimento do time concordo plenamente com o Rogério Ceni, quando reclamava mais intensidade, ou em outras palavras, mais aplicação da equipe.
A impressão que tive e posso estar errado ou não, é a de que a esquipe tricolor não acreditava na possibilidade de sair vitoriosa, sendo muito branda com o adversário, a quem poderia ter agredido mais e de forma mais contundente.
Acreditasse mais um pouquinho e o resultado poderia ter sido outro, entretanto, alguns problemas, para que o time tenha mais segurança e a torcida mais confiança, precisam ser resolvidos, principalmente com referência ao meio de campo e ataque.
O meio de campo, bom na marcação, especialmente com a entrada do Araruna e que pode ficar melhor com o retorno do Felipe, se ressente da ausência de alguém que nos momentos de sufoco toque a bola, acalme os nervos, transmita tranquilidade ao setor e refreie o ímpeto dos adversários.
O ataque, e não sou viúva do Croinha, Geraldinho Saravá e outros e, recentemente o Gustavo, necessita de alguém que jogue no meio da zaga, nem que seja, no mínimo para preocupa-la e evitar que atue livre e possa avançar. Nenhum dos nossos três atacantes têm essas características.
Levamos dois gols bestas de cabeça, o primeiro contra o Palmeiras e agora contra o Botafogo, sem que a zaga subisse, ou estivesse no rebote, após a defesa do goleiro, conforme aconteceu ontem, em que essas duas deficiências apareceram de forma cristalina e num mesmo lance. Há que se acertar essa insuficiência.
O Fortaleza jogou bem, poderia até ter empatado ou vencido, mas ficou no meio de caminho e há que se recobrar e reaver essa capacidade de vencer, mesmo em meio às dificuldades. Foi uma derrota que me deixou frustrado, mesmo assim, no todo o time merece nota 7 e o Felipe Alves nota 9.
Por hoje c’est fini.
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