COMERCIALIZAÇÃO DE BEBIDAS NOS ESTÁDIOS: NÃO HÁ COMO SER CONTRA AO QUE JÁ EXISTE.
- ADVÍNCULA NOBRE
- 17 de abr. de 2019
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Por que não liberar o que já existe?
COMERCIALIZAÇÃO DE BEBIDAS NOS ESTÁDIOS: NÃO HÁ COMO SER CONTRA AO QUE JÁ EXISTE.
Reporto-me a esse projeto em tramitação na Assembleia, que trata da venda de bebidas nas dependências dos estádios cearenses, como se essa proibição evitasse a violência que pulula na sociedade e em diversos recantos das cidades, por ocasião dos grandes clássicos em todo o Brasil.
É necessário a coerência nesse momento para fazermos uma análise mais acurada, pois em quase todas as praças esportivas do país bebidas são vendidas e não são necessariamente consumidas apenas por pessoas do mal.
No nosso estado há muitos anos que há essa proibição, entretanto na Copa do Mundo, em função de lei especial, a cerveja foi consumida amplamente durantes os jogos da competição e não se têm notícias de recrudescência da violência.
Nas imediações das nossas praças de esportes, há várias décadas as bebidas são vendidas livremente e isso acarreta grandes prejuízos para o espetáculo, não pela bebida em si, mas pelo fato dos clubes não receberem royalties e ainda por ocasionar tumultos quando o jogo está prestes a iniciar, isto porque as pessoas ficam fora do estádio até o último gole.
Ser contra a comercialização de bebidas e nesse caso, parece-me que a liberação deveria ser apenas para a cerveja, soa como um contrassenso, pois funciona como se os que defendem essa tese fechassem os olhos para o comércio de bebidas que já acontece amplamente a poucos metros da entrada do estádio.
Eu sou a favor porque a comercialização já existe, de forma irregular e nas barbas das autoridades e a lei viria apenas e tão somente regulamentar esse comércio.
Ademais a argumentação do aumento da violência em face da aprovação da lei não se sustenta, uma vez que o comércio existe há décadas, mesmo havendo essa proibição.
Por outro lado, em decorrência do livre arbítrio, bebe quem quer, conforme acontece há décadas nas proximidades dos estádios, sem que os clubes usufruam de quaisquer rendimentos desse comércio.
Sou cristão, sou católico, contudo, estaria sendo hipócrita se fosse contra a venda de bebidas, que oficiosamente já existe nos estádios, de modo que, mediante a aprovação da lei acontecerá somente uma mudança de espaço físico e a necessária regulamentação da venda.
Se esta venda não ocorresse em lugar nenhum, mormente nas imediações dos estádios e no caso do Castelão, praticamente no estacionamento, eu seria contra. Não há, porém, como desconhecer e fechar os olhos para essa venda ostensiva, feita a céu aberto.
Não vejo, outrossim, por qual forma a regulamentação da venda vá prejudicar os que comercializam bebidas nas imediações dos estádios. O que pode ocorrer é que os mesmos terão que se credenciar e cumprirem as normas simples de higiene e segurança.
Por hoje c’est fini.
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