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EMPATE  HEROICO DO FORTALEZA


EMPATE HEROICO DO FORTALEZA

Fortaleza e Bahia protagonizaram o clássico mais importante e mais eletrizante da Copa do Nordeste de 2019. Arrisco-me a afirmar que um clássico dessa magnitude só ocorrerá se Fortaleza e Bahia decidiram o certame, em não sendo assim, seguramente não teremos outra partida semelhante em raça, entrega e técnica.


O Bahia começou o primeiro tempo dominando territorialmente, porém sem muita objetividade, visto que não me lembro de ter visto o Boeck praticar uma grande defesa, daquela que se diz que foi salvadora da pátria. Foi um ilustre e privilegiado expectador.


O Tricolor optou por jogar nos contra-ataques, possivelmente por não ter alguém que distribuísse as jogadas e ditasse as normas do jogo e, em alguns momentos pecou pela ligação direta, precisamente por não ter alguém com maior capacidade de arquitetar as jogadas ofensivas.


Numa das raras e bem-sucedidas trocas de passe o Júnior Santos entrou na cara do gol e chutou em cima do goleiro, que fez uma grande defesa e no rebote o Ederson, com o gol a sua mercê, chutou novamente forte, mas o goleiro, já recuperado, com as pontas dos dedos e de forma milimétrica, desviou para corner. O lance foi tão rápido que o árbitro não viu o toque do goleiro.


Em que pese reclamarmos um pouco da “ligação direta”, foi num desses lances que o Fortaleza abriu o marcador. A bola foi lançada da defesa para o Júnior Santos, que dividiu com o goleiro, que falhou dantescamente, sobrando limpa para o nosso atacante dominá-la e penetrar livre, com as traves à sua disposição e só não entrou com bola e tudo por consideração ao adversário.


No segundo tempo o cenário continuou o mesmo, até que o Quinteiro se contundiu, sofrendo um corte profundo no pé e nos 3 minutos em que ficou recebendo atendimento na beira do campo o Bahia virou o jogo para 2 x 1, cujos gols, sem tirar o mérito do seu ataque, surgiram em razão de falha e desatenção da defesa.


No primeiro gol, segundos depois do Quintero sair de campo, nenhum dos volantes voltou para a zaga, ensejando que os dois atacantes do Bahia fizessem uma linha de passe no meio da nossa zaga, culminando com o gol do jovem Ramires, que durante toda a partida deu muito trabalho ao nosso setor de marcação, mesmo o Fortaleza atuando com 3 volantes.


No segundo gol, um minuto depois, o centroavante recebeu a bola dentro da área, se enroscando com o Felipe e o Patrick. O Felipe, que fazia o papel de zagueiro, deu um leve toque na bola, por trás do atacante Gilberto, contribuindo para que o mesmo se livrasse facilmente do Patrick, que vinha na cobertura. O revés estava consumado.


Após a marcação do segundo gol o Bahia martelou um pouco mais, contudo começou a reforçar o sistema defensivo recuando e ensejando que o Fortaleza, que até então jogara nos contra-ataques passasse a propor o jogo.


O Fortaleza dominava a partida, encurralando o Bahia, mas similarmente ao que vem ocorrendo nas últimas partidas o gol não saía. No lance mais agudo o Júnior Santos recebeu perto da marca do pênalti e chutou forte indo a bola se chocar no travessão e após mais duas tentativas com o gol aberto, o nosso atacante, que não tinha mais pernas, chutou pela linha de fundo.


O empate surgiu no pau do canto com o Tinga cobrando um corner na cabeça do Quintero. Nesse caso falemos dos dois jogadores: O Tinga me parece recuperado fisicamente, razão por que elogiei o Departamento Físico do Tricolor.


O Quintero foi o nosso melhor jogador e quiçá do jogo, título que disputa com o Ramires, o melhor jogador do time baiano. O nosso zagueiro vem se sobressaindo desde o jogo com o Ferroviário e vem chamando a atenção da imprensa e dos times do Sudeste. Inquestionavelmente um jogador que encarna a garra tricolor. Uma grande contratação.


O nosso sistema defensivo, em termos de miolo de zaga foi muito bem, isto porque os dois gols surgiram de uma fatalidade, combinada com a desatenção da zaga. Quanto aos laterais já nos reportamos sobre o Tinga, contudo, o Carlinhos levou algumas bolas nas costas, problema a ser corrigido, que envolve também os volantes. Fosse o Derley e os dois gols do Bahia não teriam saído com essa facilidade.


Do meio para a frente é nítido que o Fortaleza precisa urgentemente de reforços. Há que ter um meia e um camisa 9. O Júnior foi o melhor jogador no ataque, o Ederson não fez uma boa partida e o Edinho jogou melhor no primeiro tempo.


No segundo, em alguns momentos, ficou fora de sintonia e no último minuto dos acréscimos teve a oportunidade de marcar o gol da virada. Não foi feliz na finalização possibilitando que o goleiro fizesse uma grande defesa. Era a bola do jogo.


Vimos um Fortaleza raçudo, que mesmo sofrendo um revés oriundo de uma fatalidade, ou de um acontecimento fortuito, buscou sempre a vitória. Apesar do empate, que ocorreu contra um time tradicional, na minha ótica foi a melhor partida do Tricolor no ano em curso. Parabéns ao time por esse empate heroico que teve gosto de vitória.


Por hoje c'est fini.


 
 
 

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POR TRÁS DO BLOG
Advíncula Nobre

Advíncula Nobre, colaborava com o site Razão Tricolor e quando esse encerrou, passei a colaborar com os Leões da Caponga, que também encerrou as atividades, quando então ainda residindo em Guarabira (PB), resolvi criar o site para publicar a Coluna do Nobre, que eu já publicava no Leões da Caponga. Isso aconteceu há cerca de 11 (onze) anos. Sou formado em História pela Universidade Estadual da Paraíba, turma de 1989 e funcionário aposentado do Banco do Brasil. Torço pelo Fortaleza Esporte Clube desde Outubro de 1960 e comecei a frequentar o Estádio Presidente Vargas, na condição de menino pobre na "hora do pobre". O estádio abria 15 minutos antes do término da partida para que os menos favorecidos tivessem acesso. Foi assim que comecei a torcer pelo Fortaleza. Morei em Guarabira (PB) por 27 anos e sempre vinha assistir a jogos do meu time. Guarabira (PB) dista 85 Km de João Pessoa capital Paraíbana e 650 km de nossa cidade Fortaleza (CE). Também morei em Patos (PB), Pau dos Ferros (RN), Nova Cruz (RN) União (PI) e Teresina (PI). Também cursei Administração de Empresas e Direito, em virtude de transferências, não terminei essas duas faculdades. Era o meu emprego e o pão de cada dia ou as faculdades.

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