NUMA TARDE DE FALHAS O FORTALEZA PERDE
- ADVÍNCULA NOBRE
- 4 de fev. de 2019
- 3 min de leitura

Junior Santos - O destaque do Fortaleza
NUMA TARDE DE FALHAS O FORTALEZA PERDE
O Fortaleza foi derrotado pelo Botafogo da Paraíba, no apagar das luzes, com um gol surgido de uma falta, que poderia ter sido evitada e que exprime a falta de concentração do time no segundo tempo, durante o qual cometeu muitos erros sobre os quais vamos discorrer.
Primeiro queremos deixar patente que não é em função de uma derrota, que vamos execrar o time e disseminar a política da terra devastada afirmando, como alguns fizeram, que o time é fraco, razão por que não chegará a lugar nenhuma.
Tampouco vamos fazer coro com quantos apregoam que o Rogério desfigurou o time com as modificações, porque seria uma espécie de hipocrisia, haja vista que todos queriam ver os novos contratados em ação e como não deu certo, fazem de conta que não alimentavam esse desejo.
Quero patentear ainda, que tenho bom relacionamento no Fortaleza, inclusive com alguns jogadores, de modo que esta análise, será feita do modo mais racional possível e, dentro do possível, sem individualizar as falhas, evitando ferir suscetibilidades.
Para começo de assunto tivemos dois tempos distintos em que o time apresentou duas performances, ou duas faces diferentes. No primeiro tempo, afora umas duas saídas de bola precipitadas, o sistema defensivo tricolor se houve muito bem, atuando de forma muita segura e sem merecer reparos.
O problema era o mesmo da partida contra o CSA, com uma pequena diferença, por parte do Botafogo que, pelo fato de atuar em casa foi um pouco mais ofensivo do que o time alagoano, mas mesmo assim o Fortaleza apresentou mais voluma de jogo.
Pecou no meio de campo, e acredito que o Ceni tenha observado isso, visto que nas jogadas mais agudas voltava muito a bola para a defesa, Esta estratégia de voltar a bola, quando o time contrário se encontra muito fechado é boa e recomendável, só não pode ocorrer em 80% da partida, porque nesse caso denota falta de criatividade do sistema de organização das jogadas.
Outro problema do Fortaleza e não apenas no primeiro tempo, mas em toda a partida é que muitos jogadores tentaram ocupar a meia de ligação, mas nenhum, por mais esforçado que fosse, conseguiu render o suficiente: Ederson, Edinho e Marlon, este com melhor rendimento, especialmente por se deslocar muito e por ser esforçadíssimo.
No segundo tempo tivemos outro Fortaleza, visto que a defesa, que no meu entendimento havia sido o ponto alto do time, começou a falhar muito, não na marcação, mas em quase toda saída de bola, ocorrendo um erro atrás do outro, que por muito pouco não redundaram em gols para o Botafogo.
E nesse caso todo o sistema defensivo errou, ninguém escapando ileso. Para completar, num lance em que a defesa estava desatenta surgiu o gol do Botafogo, através de uma falta praticamente desnecessária, cometido pelo Derley, considerando-se que não havia perigo iminente de gol.
Na cobrança o Boeck soltou a bola nos pés do volante do Botafogo, que tocou de lado para o atacante que, sozinho e sem marcação, teve apenas o trabalho de empurrá-la para dentro do gol.
A defesa parou na jogada, pedindo impedimento, que não houve, visto que os dois jogadores se encontravam atrás da linha da bola, quando na verdade teria de ter sido mais proativa, oferecendo a cobertura necessária ao nosso goleiro.
O Rogério vai ter que fazer os devidos acertos, isto porque, taticamente os dois laterais pouco foram à linha de fundo e o ataque precisa ser mais efetivo. A rigor o melhor jogador do Fortaleza foi o Júnior Santos, que sozinho não pode fazer muito.
Dos estreantes, embora ainda seja cedo para se fazer uma análise mais acurada, gostei do Quintero, que cometeu apenas um senão, pois também errou uma saída de bola. Afora isso me pareceu seguro, e até clássico e com possibilidades de ser titular.
O Romero, bem que procurou dar conta da meia esquerda, mas, na verdade, não tem intimidade com a posição. O Gabriel Dias, sem êxito, andou chutando de média distância, mas preciso de tempo para avalia-lo melhor.
O lateral-direito foi discreto e ficou devendo mais jogadas de linha de fundo. Aliás, por falar em jogadas da linha de fundo, quando o Bruno Melo se aventurou um pouquinho mais, coisa que não vem fazendo com frequência, o Fortaleza foi mais produtivo e mais fiel ao modelo do Ceni, que prevê laterais mais atuantes e ofensivos.
Destacaria três jogadores: O Junior Santos, sobre o qual já me reportei; o Marlon, que ao entrar deu mais ritmo ao time e o Quintero, que se mostrou muito seguro.
Por hoje c’est fini.
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