EMPATE SEM SABOR.
- ADVÍNCULA NOBRE
- 29 de jan. de 2019
- 3 min de leitura

Derley arrancou aplausos da torcida
EMPATE SEM SABOR.
Mais um empate entre Fortaleza e CSA e, infelizmente, “por razões que a própria razão desconhece”, para rememorarmos uma frase do filósofo francês Pascal, o Fortaleza continua com o estigma de não conseguir levar de vencido o time alagoano.
Não sou supersticioso, não acreditando, pois, em mula sem cabeça, de forma que tenho enormes dificuldades para explicar esse placar mudo da noite de ontem se enveredando, logicamente, pelo campo do presságio, dos acontecimentos fortuitos, sobrenaturais, ou de coisas que o valham.
Posso afiançar, à luz da razão, que esse resultado não foi obra do acaso, até porque vimos em campo duas equipes com propostas diferentes. O Fortaleza buscando sempre a vitória e o CSA muito fechado, procurando não perder.
Aliás, a imprensa alagoana divulgava que o time viria fechadinho e preparado para não perder e, se possível, objetivando construir a vitória a partir de um erro do Fortaleza, estratégia que foi cumprido à risca e muito rigor e só não conseguiu a vitória porque o time tricolor praticamente não errou.
Inquestionavelmente o Tricolor teve mais posse de bola, contudo, conforme apregoa a filosofia popular do futebol, “posse de bola e bola na trave não ganham jogos”. Eis a questão: Faltou alguém para colocar a bola nas redes.
No primeiro tempo o CSA foi um pouco mais agressivo, exigindo do Boeck três defesas, uma delas de maior grau de dificuldades, quando teve que sair nos pés do atacante, defendendo a bola em dois tempos. Depois defenderia uma cabeçada e um chute perigosos do bom atacante Patrick Fabiano que, enquanto teve fôlego, mesmo sozinho, deu trabalho ao nosso sistema defensivo.
O CSA levou perigo ainda numa estocada pela direita, nas costas do Carlinhos, mas foi só, vez que no segundo tempo, mesmo tendo melhorado um pouco mais a intensidade das jogadas, não criou lances que ameaçassem e levassem pânico à meta defendida pelo Boeck que, a meu ver, especialmente no segundo tempo, foi um expectador privilegiado.
O Fortaleza também não produziu lances de perigo efetivo. No primeiro tempo, um chute de média distância do Edinho, causou preocupação ao goleiro João Carlos, que fez uma bela defesa, colocando a pelota para corner. O Felipe tentou outras vezes, nas mesmas circunstâncias, mas jogadas reais de gols não foram construídas.
A exceção ficou por conta de uma finalização do Roger Carvalho, que podemos catalogar no rol dos gols perdidos e uma do Ederson, que falhou, perdendo a oportunidade de abrir o marcador.
Aconteceu um lance reputado como duvidoso, relativo a uma penalidade máxima cometida sobre o Ederson e não assinalada pelo árbitro. Confesso que no momento do lance fiquei com dúvidas, mas depois examinando as imagens de forma mais acurada posso afiançar que foi pênalti, cuja não marcação nos prejudicou muitíssimo.
O Rogério improvisou o Derley na defesa, na zaga central, o qual se houve muito bem, sendo aplaudido pela torcida, em função da sua raça, virtude que sempre encantou a Nação Tricolor.
O Carlinhos não acrescentou muito, mas o Rogério está certo em testá-lo e o Edinho demonstrou que precisa adquirir mais ritmo. No meu ponto de vista o Marlon, quando deslocado para a esquerda teve uma boa atuação.
Destacaria na partida o Felipe, sempre muito bom quando evita os lances displicentes; o Marlon, cuja atuação pela esquerda me agradou e o Derley, Destaco ainda o Tinga, que por vezes perde o fôlego no segundo tempo, mas que suportou bem a partida.
O Junior Santos não decepcionou, mas jogou pelos lados, muito longe da área, caso do Pedro Júnior, que estreou, mostrou habilidade, mas atuou praticamente na intermediária.
Após a sua entrada o Ederson passou a jogar mais próximo do gol, na função de centroavante, mas essa mudança tática não produziu o efeito esperado pelo Rogério, vez que o atleta não conseguiu render o habitual.
Evidentemente que não sou o dono da verdade, mas na minha ótica o Fortaleza pecou pela falta de velocidade na saída de bola, fundamento em que ainda não se equipara ao time do ano passado. E falta ainda, e isso é evidente, um meia de ligação, o chamado camisa 10, para distribuir o jogo e dar mais qualidade às jogadas.
Descontando o fato de que não quero ser “viúva do Gustavo” faltou também um camisa 9, que atuasse mais próximo da pequena área, posto que, no segundo tempo, em duas ou três estocadas pela esquerda, primeiro do Marlon e depois do Mateus Alessandro, ficou patente que, nesses lances faltou aquele pezinho providencial e oportuno para colocar a bola para dentro.
Agradou-me a distribuição do time em campo, sempre solidário na marcação e, sobretudo o seu espírito de luta, haja vista que empatou, mas durante todo o jogo procurou a vitória e, nesse ponto a configuração está muito próxima daquela que nos levou ao título brasileiro. Com algumas peças e com um pouquinho mais de tempo o Rogério encontrará o ponto do doce.
Por hoje c’est fini.
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