ESCASSEZ DE JOGADORES E FALTA DE DINHEIRO.
- ADVÍNCULA NOBRE
- 21 de dez. de 2018
- 3 min de leitura

ESCASSEZ DE JOGADORES E FALTA DE DINHEIRO.
Estamos a 10 dias do final do ano e a 12 da apresentação da maioria dos clubes brasileiros para início de temporada, a exemplo do Fortaleza e, em termos de Mercado da Bola, que em anos anteriores, à essa época encontrava-se em ebulição, ou fervendo a 100 graus centígrados, o que temos é uma grande estagnação, que nos deixa, de certa forma estupefatos.
Com pouquíssimas exceções, representadas pelo Palmeiras, as negociações estão paradas, processando-se apenas no campo da especulação, e nenhum clube, por maior que seja, tem conseguido anunciar jogadores que causem entusiasmo à torcida.
O Palmeiras anunciou vários nomes, mas nenhum de impacto: Carlos Eduardo, Matheus Fernandes, Raphael Veiga e Arthur Cabral, que no frigir dos ovos são apostas. Fosse no nosso futebol e teria gente rotulando essas contratações de “traques molhados”.
E por que o Mercado está inerte e adormecido, como se não tivesse forças para se mover por si só? No meu ponto de vista por falta de opções, isto porque, faz tempo que não temos grandes revelações no futebol brasileiro e isso se reflete nos clubes e na seleção.
Se eu pedisse, baseando-se no desempenho técnico das três divisões do futebol brasileiro no ano em curso, que me apontarem 3 revelações de jogadores que possam ser reputados como craques, certamente todos teriam dificuldades para nomeá-las, até porque me parece não existirem.
O problema é muito mais sério e é uma consequência da má administração do futebol brasileiro nas últimas décadas, em que os dirigentes da nossa entidade maior, sem exceção, estão envolvidos em corrupção e em desvio de verbas, tanto é que o Marinho está preso nos Estados Unidos.
Como resultado tivemos a falta de investimentos na estrutura do nosso futebol, nas categorias de base e nas divisões inferiores, de onde surgem os craques. Essas divisões proscritas funcionam por obra e graça do Espírito Santo, tocadas por uns poucos abnegados que ainda não perderam o elã pelo nosso esporte bretão. Não fora isso e o nosso futebol já teria sucumbido.
A CBF, graças à ganância desmedida dos seus dirigentes, deixou de ser uma entidade sem fins lucrativos para se transformar numa entidade caça-níqueis, cujos lucros estratosféricos não são, como preconizado nos seu objetivo-fim, investidos no futebol, tanto é que as Séries C e D, praticamente estão órfãs.
Por outro lado, o Governo ainda não estabeleceu uma política adequada para o Desporto, e nem devemos esperar, uma vez que não existem políticas adequadas, sequer, para atender as necessidades básicas do nossos povo, mormente nos campos da Saúde, Educação e Segurança, somente para citar os principais. O problema é conjuntural.
Mergulhando de relance sobre os nossos vizinhos vemos que o Uruguai, que no momento tem mais jogadores em destaques do que o Brasil e que tem uma população 60 vezes menor do que a nossa, fica fácil concluir, corroborando com a nossa tese, que deixamos de revelar craques, por falta absoluta de investimentos e em função do descaso da CBF.
Os poucos que são revelados, de qualidade técnica mediana, vão de imediato para a Europa, ganham rios de dinheiro e quando chegam à seleção se transformam em fiascos. Estão mais preocupados com o penteado do que em servir à Seleção Brasileira.
O Neymar, único craque de um país que já chegou a ter quatro seleções de mesmo nível em 1958, por vários motivos, incluindo-se à falta de humildade e até desvio de caráter, não consegue ser protagonista, como o foram Ronaldo Fenômeno, Romário, Tostão, Garrincha, Zico e tantos outros.
Diante dessa escassez de recursos e humanos e financeiros e de qualidades éticas e morais, não esperemos grandes contratações neste ano, nem por parte dos grandes clubes, isto porque o futebol brasileiro está crescendo para baixo como rabo de cavalo, consequência natural da sua má gestão.
O Mercado é esse que aí está, sem tirar e nem por, e não há o que fazer, mormente por parte dos clubes de menor poder aquisitivo, cujos horizontes cada vez mais se estreitam, restando-lhes a penas a esperança de que, como num passe de mágica, tudo possa mudar. Não podemos perder a fé.
À demain!
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