CLÁSSICO-REI: 98 ANOS (OFICIALMENTE).
- ADVÍNCULA NOBRE
- 18 de dez. de 2018
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TOQUE DE LETRA
ADVÍNCULA NOBRE

TOQUE DE LETRA
ADVÍNCULA NOBRE
CLÁSSICO-REI: 98 ANOS (OFICIALMENTE).
ONTEM, historicamente, foi um dia que se configurou como muito importante para o Fortaleza, isto porque em 1967, há 51 anos, ao vencer o Ferroviário por 3 x 2, sagrou-se Campeão Cearense da nossa principal competição.
A vitória foi consignada com 2 gols de Croinha e um do Coelho. Nossa homenagem ao Croinha, o segundo maior artilheiro da história do Tricolor, perdendo apenas para o Geraldino Saravá.
Os seus gols, sem esquecer o do Coelho, o do título, vez que foi o de desempate, contribuíram para que o Fortaleza recuperasse a hegemonia do futebol cearense, em poder do América.
Em função deste acontecimento histórico, e permanecendo fiel à história do nosso futebol aproveitamos o ensejo para contestar essa afirmação de que o Clássico-Rei no dia de ontem completou 100 anos.
Discordamos. Oficialmente e filiada a CBD, denominação da CBF, à época, a FCF foi fundada tão somente no dia 23 de março de 1920, quando então tiveram início os campeonatos oficiais, de modo que o primeiro centenário dos confrontos entre os dois clubes, só ocorrerá em 2020.
Ademais contestamos o Penta do nosso rival, isto porque, em caráter oficial, ou seja, chancelado pela Liga Metropolitana, o Fortaleza foi o campeão de 1918, fato que faz parte da história, acontecimento que coloca ano ralo a pretensa conquista do nosso rival.
Inconformado com a conquista do Fortaleza, logo no início da sua trajetória, o Ceará promoveu, em parceria com os seus aliados, um torneio “paralelo”, disputado sem aquiescência da Liga, que viria depois de quase cem anos respaldar essa conquista inexistente, tanto sob o ponto de vista da História como da Moral.
Escudado nesse motivo e ainda numa frase de um escritor, presumidamente tricolor, que fazia alusão ao Penta, o Mário Degésio, então presidente da FCF, de ofício, seguindo disposição do TJD-F, outorgou ao nossos rival o título fajuto de pentacampeão cearense. É a velha história de “atirar com a pólvora dos outros”.
Lembramos apenas, por oportuno, que o Mário Degésio, que outorgou graciosamente 5 títulos ao Ceará, de mão beijada, foi o mesmo que se declarou numa entrevista de rádio e televisão “inimigo público número um do Fortaleza”, afirmação esta que confirma o seu partidarismo.
Ficamos até constrangidos em fazer esse tipo de comentário, por se tratar de uma pessoa que não mais se encontrar entre nós e porque nutrimos respeito pela sua família, mas como se trata de um fato histórico não há como não fazermos o registro.
Mesmo diante do seu ranço e autoritarismo, rogamos a Deus, pai de infinita bondade, que perdoe os seus pecados. Quanto a nós estamos tentando perdoá-lo, mas fica difícil. Nem o tempo abrandou a nossa decepção.
Em que pese defendermos com convicção a união fora de campo entre os dois clubes, que será por demais benéfica para o futebol cearense, mormente na administração do Castelão, essa é uma causa pétrea, inegociável e da qual não abrimos mão.
Defendemos a premissa de que não há como reescrever a História ao nosso feitio, similarmente ao que fez o Time de Porangabuçu ao criar uma competição, para ser campeão e para burlar a “verdade histórica” e ainda se dar bem no futuro.
Essas coisas só aconteciam na “Idade Média em que cada imperador tinha o seu escritor particular”. Por todas essas nuances vamos continuar lutando para que a verdade prevaleça e para provar a nossa tese, não por ouvir dizer, mas embasados em fatos históricos.
Com a graça de Deus e com o apoio do Departamento Jurídico do Fortaleza, dos demais dirigentes e da torcida conseguiremos provar a inexistência desse Penta. . Esse assunto não pode ser tabu para o Fortaleza. Temos que esmiuçá-lo.
A propósito, conforme prática que o Ceará adotou por algumas vezes no decorrer da primeira década da existência oficial do futebol cearense, o nosso rival, tendo a hegemonia perdida, retirou-se do campeonato de 1920, ou como se diz popularmente, “correu de campo”.
Essa decisão estapafúrdia, que tinha como escopo rebelar-se contra a Federação, aconteceu por diversos motivos. No maios inusitado, por discordância com os jornais da época, que apontavam o Guarany como o clube de maior torcida, com 49,6% de preferência; ele próprio, em segundo, com 28,6; o Fortaleza em terceiro com 12,9% e os demais clubes com 9,8%. Essa história poucos, ou nem todos contam.
À demain!
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