TOQUE DE LETRA

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ASCENSÃO CONQUISTADA A QUATRO MÃOS

Aos inimigos não se mandam flores? Defendo que sim, até porque no ano passado o Fortaleza quebrou esse estigma, ou essa escrita ao parabenizar o rival pelo acesso à Série A e, neste ano, está vendo o seu gesto de boa vontade ser retribuído e isso é bom para o nosso futebol, cuja guerra deve ser travada apenas e tão somente dentro das quatro linhas.

Na defesa dessa linha de pensamento defendo a premissa de que os dois clubes que, indubitavelmente, têm torcida para lotar o Castelão, a partir do dia 13 de dezembro se unam numa parceria que, até prova em contrário, reputo como salutar, para administrarem conjuntamente o templo sagrado do nosso futebol. E por que não?

São muitas as refutações à minha tese e a principal se embasa no fato de que no passado os acordos entre os dois clubes jamais deram certo, especialmente por parte do nosso rival, que embalado na filosofia de determinada parte da imprensa, dificilmente cumpria os seus compromissos.

Não raro o nosso rival era o mentor da chamada “rasteira no Tricolor”, ou em outras palavras, sempre tentou lhe passar a perna, contudo, gostaria de redarguir que os tempos são outros e no futebol moderno, assim como em todos os seguimentos sociais e econômicos pululam as parcerias como alavancadoras ou impulsionadoras do progresso. Posso até errar, mas vou apostar nisso.

Mudamos o foco para falarmos um pouco da ascensão do Fortaleza à Série A e de forma inédita, com 4 rodadas de antecedência, para dizer que esse feito foi conseguido a quatro mãos: Diretorias tricolores e nessa lista entra a Executiva e os Conselhos, Deliberativo, Fiscal e de Ética, dificilmente lembrados nessas horas; comissão técnica, elenco e, sobretudo, a torcida, que acreditou e encampou esses projeto, quando muitos não acreditavam nas suas possibilidades.

No início do ano, mediante a formação do elenco, então visto com certa reserva e desconfiança, o consenso geral era de que o Tricolor iria lutar para permanecer na competição. De repente e em face de um trabalho bem articulado e bem gerido, especialmente pelo Ceni, o time assegurou a sua permanência e passou a lutar pelo segundo objetivo, o acesso.

Acesso este conquistado no sábado, num jogo dificílimo, atuando com fibra, comprometimento e determinação e esse feito nos levou a fazer algumas análises acerca do elenco tricolor, onde concluímos que, seguramente, não era tido como o melhor da competição, isso pela imprensa local e nacional e, nesse caso tenho que me render às evidências, ou à argumentação apresentada.

Partiam do princípio de que, afora o Boeck, que se consagrou na partida final contra o Tupy em que, no último lance praticou a defesa milagrosa e salvadora, que nos garantiu na Série B de 2018, não temos nenhum medalhão, ou alguém que tenha projeção nacional e internacional.

Alguém lembra o Gustavo, que no Fortaleza voltou ao auge da carreira, contudo, devo rememorar que a sua contratação foi vista com desconfiança, até porque haviam outros nomes mais cotados e até enaltecidos pela imprensa, de que é exemplo o Grampola.

O Gustavo chegou humildemente objetivando buscar o seu espaço, como se diz no futebolês e sob a orientação e batuta do maestro Rogério Ceni, não apenas conseguiu, mas já se configura como uma espécie de celebridade nacional.

Nada demais par nós que estamos acostumados a ver jogadores e até treinadores aqui chegarem desacreditados, sem muitas oportunidades e quase no anonimato, ganharem notoriedade nacional. O Rogerinho, o de Bacabal, é um exemplo disso.

Temos ainda o Jussani, que não tinha tido boas passagens por outros clubes, de que é exemplo o Bahia e que aqui vive o seu melhor momento. Em termos de “prata de casa” pontificam o Felipe, que deve muito ao Rogério e o Bruno Melo, que recebeu muito apoio do treinador. Isso tudo demonstra a capacidade do Rogério de trabalhar em meio às dificuldades, inclusive financeiras, vez que o clube não tinha um bom orçamento.

Queria enaltecer ainda essa conquista, fruto desse trabalho coeso e conjunto de todos, conforme frisamos e ainda mais pelo fato de que, o Fortaleza, em termos mercadológicos tem apenas o oitavo elenco mais valioso da Série B, consoante análise do site Transfermarkt, estando à sua frente clubes como Coritiba, Goiás e Figueirense.

Essa colocação no ranking por parte do Tricolor corrobora e fortalece o nosso ponto de vista de que tivemos um trabalho bem planejado, corretamente coordenado e extremamente bem executado, responsável por essa conquista do Tricolor, com um elenco modesto, mas profundamente comprometido com os objetivos do clube. Por tudo isso os nossos parabéns.

À DEMAIN!

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