RETORNOS E MUDANÇAS
- ADVÍNCULA NOBRE
- 19 de set. de 2018
- 3 min de leitura
RETORNOS E MUDANÇAS

Pelo que fui informado a crise no Fortaleza é técnica uma vez que tudo está dentro da normalidade e para crises de desempenho não há outro caminho que não seja o da mudança. Mudar também é delicado, porque o treinador, de repente, não pode fazer alterações num time inteiro, sob pena de comprometer o entrosamento e por extensão o rendimento.
Teremos mudança natural na zaga, com a volta do Jussani e diante da suspensão do Ligger o Rogério terá que escolher entre duas opções, Roger Carvalho ou Adalberto, tudo indicando que o Roger continuará como titular. Não sabemos a quantas anda o Adalberto, mas com certeza goza de um grande conceito junto à torcida.
É um jogador que vem passando por uma fase de contusões repetitivas e recidivantes, mas tem a admiração da torcida por ser raçudo, por dar o sangue à cada partida, encarnando o espírito de garra que sempre foi a principal virtude dos grandes craques tricolores, que fincaram o pé na nossa história.
No meio de campo vem o problema maior, para o qual, em parte, pode haver solução. Todos nos arvoramos de ter conhecimentos técnicos e de querer meter o bedelho onde não somos chamados, contudo vou arriscar alguns palpites, que nem sei se acerca dos quais, conto com a concordância de todos. Vou ousar.
Antes de mais nada o sistema defensivo tem que manter o foco, pois diz o ditado popular que “se cochilar o cachimbo cai”. Foi assim nos últimos gols e contra o Sampaio não fugiu à regra. O Felipe perdeu uma bola que estava totalmente sob o seu domínio, aliás não é a primeira vez, originando o contra-ataque rápido que redundou no gol sampaiense.
O atacante penetrou pela esquerda, por onde sofremos cerca de noventa por cento dos últimos gols, o Tinga e o Ligger perderam para o atacante na velocidade, o qual chutou, a bola se chocou com a trave e, por pura falta de sorte, bateu nas costas do Boeck, que não teve culpa alguma, sobrando para o atacante completamente livre marcar um gol que, indiscutivelmente, foi o mais fácil da sua carreira.
Infelizmente a nossa defesa estava desatenta, especialmente no que tange à cobertura do goleiro, posto que o nosso zagueiro, pareceu-me o Roger Carvalho, se encontrava atrás da linha da bola. O Boeck, demonstrando um elevado poder de recuperação ainda se jogou n rebote, tentando evitar o gol, contudo em vão.
Estou narrando esses lances não para criticar esse ou aquele jogador, mas para deixar patente que o nosso sistema defensivo tem que mudar na sua maneira de marcar. Tem que fazer como as demais equipes, que não deixam os adversários respirar e para as quais não há bola perdida. “Tem que morder mais” e fungar no cangote, como se diz no “futebolês”, ao invés de ficar marcando à distância e apenas cercando.
A volta do Marlon, que é um atleta-operário e muito dedicado e de muita obediência tática, deve dar mais consistência ao setor, que deve ter o Derley e o Felipe, ou o Bonilha. A propósito o Felipe é um bom jogador, mas não pode negligenciar. Por fim completando devemos ter o Dodô, por quem torço para que volte a ser aquele jogador importante nesse esquema tático.

Gustavo precisa ser melhor municiado
Tendo esse tripé como suporte o Dodô deve jogar mais próximo do ataque, principalmente para que o Gustavo não fique tão solitário. Acho que o ideal seria prender mais o Derley e liberar os laterais para que o Gustavo volte a ser o destinatário dos cruzamentos, pois quando isso acontecia com frequência foi mais produtivo e, os gols surgiram naturalmente.
No meu ponto de vista e sem querer ensinar padre nosso a vigário, mexer no posicionamento de algumas peças, às quais já me reportei, seria importante, para voltarmos a ter aquela dinâmica responsável por essa excelente campanha.
Ressalte-se que para o Rogério voltar ao 4-3-3, prescindindo de um meio-campista, teria que descobrir um jogador que se assemelhasse às características do Edinho, que jogava praticamente de intermediária a intermediária, ajudando o meio de campo e ainda por cima municiando o ataque em velocidade e até fazia gol.
Não tenho bola de cristal, mas acredito que o Rogério deverá promover mudanças em alguns setores, afora o miolo da zaga, no qual as alterações são naturais. Acho que vai mexer na lateral, nem que seja no segundo tempo, especialmente quando o Tinga demonstrar cansaço.
Por hoje c’est fini.
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