ESTAMOS NO LIMITE
- ADVÍNCULA NOBRE
- 15 de set. de 2018
- 3 min de leitura

O Fortaleza perdeu para o Sampaio Corrêa por 1 x 0 e mais uma vez teve um pênalti desperdiçado pelo Bruno Melo e numa partida em que a vitória do Fortaleza era uma necessidade premente nesta luta pela ascensão, especialmente por ter estacionado nos 47 pontos.
O que me causa espécie é que o 47, que no momento emperra a nossa caminhada, é um número cabalístico para todos nós e de modo mui particular para mim, que nasci no ano de 1947, ano em que o Fortaleza foi bicampeão invicto e em que aplicou grandes goleadas: 8 x 2 no Flamengo (CE), 6 x 1 no Peñarol, 5 x 2 no Ceará e 5 x 0 e 4 x 1 no Ferroviário.
Volto a questão do pênalti para lembrar o nosso grande centromédio Célio, Vice-campeão Brasileiro em 1960 e que nos deixou neste ano, que sempre foi o cobrador oficial de pênalti, não somente no Fortaleza, mas no Gentilândia, o clube que o revelou e que jamais desperdiçou nenhum.
No Torneio Início, me parece que o de 1960 o Fortaleza foi campeão em disputa de penalidades com o Ceará e naquela época apenas um jogador cobrava, pelo Fortaleza o Célio e pelo Ceará o Zezinho, cobrador oficial do nosso rival. O Célio acertou 17 cobranças e o Zezinho 16, demonstração mais do que cabal de que ambos eram exímios cobradores.
Já dizia o Neném Prancha, filósofo das praias cariocas, que o "pênalti é uma coisa tão importante que quem deveria bater é o presidente do clube”. O de ontem era importantíssimo, pois, além de colocar o Fortaleza à frente do marcador, poderia ser o caminho aberto para a vitória, infundindo confiança ao time e ao elenco, que me parece estar um tanto quanto abalado, em razão dessa queda de produção.
Não quero aqui colocar o nosso jogador à execração pública, mas gostaria de lembrar que nesse campeonato o Bruno tem 6 gols, 4 dos quais de pênalti em 6 cobrados. Perdeu 2 em 6, apresentando um percentual de 33,33% de desperdício, de certa forma elevado para um cobrador oficial. Terá que treinar mais.
Não vou criticar, porque seria uma incoerência para quem prega que esse é o momento de apoiarmos o time, em quaisquer circunstâncias, mas acredito que esteja na hora de fazermos uma avaliação da situação, ratificando o meu ponto de vista de que as contusões constantes, mormente de jogadores do setor de contenção preocupa muitíssimo.
O Fortaleza tem 11 jogos pela frente ou 33 pontos a disputar e para chegar à Série A, sem transtornos, precisa somar 65, faltando 18, que correspondem a 6 vitórias, necessárias para atingir à essa marca.
Em casa terá exatamente 6 jogos: Vila Nova, São Bento, Paysandu, Ponte Preta, CSA e Juventude e terá que vencer a todos, pois se desperdiçar algum ponto terá que buscar a compensação fora. Vemos assim, realisticamente, que por enquanto ainda estamos no limite.
Fora de casa enfrentará Brasil de Pelotas, Oeste, Atlético Goianiense, Avaí e Coritiba, os três últimos brigando pela ascensão e se quiser ser campeão, possibilidade que já esteve mais próxima e começa a ficar um pouco mais difícil, terá que vencer também fora dos seus domínios.
Tudo é possível, mas para isso terá que voltar a ser aquele time que enfrentava de cabeça erguida a qualquer equipe, independentemente de ser ou não o mandante. Recobrar esse nível de confiança me parece a principal missão da comissão técnica, pois a impressão que tenho, posso estar errado, é a de que o time se abalou com essas derrotas. Oxalá! Eu esteja equivocado.
Por hoje c’est. fini.
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