PARA O FORTALEZA BASTA MANTER O FOCO E A PEGADA.

PARA O FORTALEZA BASTA MANTER O FOCO E A PEGADA.

Não deu nem para ruminar, remoer ou mesmo digerir a derrota para o Goiás e já começa a 25ª rodada. Aliás, no meu parco entendimento, esta derrota não está entre aquelas para as quais existam explicações lógicas, isto porque se o Fortaleza não foi brilhante, mas não fez, a bem da verdade, uma partida apagada.

Em verdade o Tricolor perdeu a partida em alguns lances pontuais, especialmente, em dois gols, em falhas de marcação e mais precisamente de cobertura, haja vista que ocorreram duas metidas de bola muito semelhantes pelo mesmo lado do campo, situação que deve merecer atenção especial do Ceni.

Não consigo, porém, concordar com essa política da terra arrasada de alguns e nem com comentários, alguns jocosos e outros mordazes, isto porque, brindado ou não pela sorte o Tricolor conseguiu manter a distância de 6 pontos para o CSA e de 9 para o quinto, in casu, o Guarani, que tem 37 pontos.

Ressalte-se que manteve também essa diferença para o sexto, o Figueirense, seu adversário de logo mais e para o sétimo, o Atlético Goianiense, que têm a mesma pontuação do time campineiro. Vale salientar que mantem também essa vantagem para o oitavo, o Vila Nova, que já atuou na rodada.

Com relação à essa derrota para o Goiás podemos até questionar o placar, mas não o resultado, tendo em vista que o Fortaleza o venceu no primeiro turno por 3 x 0 e perder fora de casa está dentro da normalidade, pois enfrentou uma grande equipe, que tem uma história vitoriosa no futebol brasileiro. Tivesse sido empate também não seria desusado.

O que se vê é muito desânimo diante desse insucesso, o qual, de certa forma, tem a ver com a opinião midiática que se comporta como se o time estivesse atravessando uma situação caótica. Já pensaram se o Tricolor fosse o lanterna ou o vice? Com certeza parte da imprensa já teria decretado a falência múltipla de todos os seus órgãos.

Diante dessa espécie de guerra de nervos e de terrorismo fora de propósitos resolvi verificar os números do Fortaleza, cotejando-os com os do campeão do ano passado, o América Mineiro, que está entre os times que mais pontuaram na competição, e do Paraná, o quarto colocado.

O América terminou com 72 pontos e com um aproveitamento de 64%, oriundos de 20 vitórias, 13 empates e 5 derrotas estando, indiscutivelmente, entre os que menos perderam e os que mais empataram. No tocante ao aproveitamento, o do Fortaleza é de 63,9%, similar ao do time mineiro e, por extensão, de campeão.

No que concerne às vitórias o Fortaleza tem 14, faltando 6 para se igualar ao América, restando 14 jogos. Em termos percentuais o Tricolor perdeu 6 jogos em 24, que correspondem a 25%. Se em 14 jogos mantiver a performance, sofrerá mais 3,5 derrotas, que tanto pode ser arredondado para cima, sofrendo 10, como para baixo, chegando a 9.

Com relação aos empates o Fortaleza cedeu 4 em 24 jogos que correspondem a 16%. Aplicando 16% em 14 jogos faltantes temos que o Fortaleza pode empatar 2,24 jogos, arredondando para cima, pode empatar mais 3 partidas.

Podemos agora fazer a projeção: 14 jogos menos 4 derrotas ficam 10; menos 3 empates ficam 7, de modo que se o cenário se mantiver o Tricolor terminará o certame com 70 pontos: Os 46 atuais, mais 21 pontos provenientes de 7 vitórias e mais 3 oriundos de 3 empates.

O Paraná foi o quarto com 64 pontos relativos a 18 vitórias, 10 empates e 10 derrotas. Para chegar à essa pontuação o Fortaleza necessita somar mais 18 pontos em 42 possíveis, que correspondem a 6 vitórias, ou por outra, necessita conquistar 5 vitórias e 3 empates em 14 jogos. Há que ter um desempenho de 43%, quando o atual é de 64%.

Então a situação não é tão caótica quanto querem pintá-la. O que o Tricolor tem que fazer é manter o foco e a pegada, ou seja, necessita seguir com o mesmo desempenho e sempre contando com a compreensão e o apoio da torcida, sem os quais as coisas ficam mais difíceis.

Não queremos ser exageradamente otimistas, mas também não podemos ser excessivamente pessimistas. Temos motivos reais, e os números provam isso, para confiarmos num futuro promissor, cuja construção só depende de nós. Então, levantemos a cabeça e sigamos em frente.

Por hoje c’est fini.