ROGÉRIO CENI NO CAMINHO CERTO
- ADVÍNCULA NOBRE
- 25 de mai. de 2018
- 3 min de leitura

CAUSANDO INVEJA A GREGOS E A TROIANOS
Não existe nada melhor do que ser comentarista de obra acabada, pois além de não correr risco de contestação ou desaprovação, os quem assim agem, como se diz no Português escorreito, de quebra, ou por extensão, ainda recebem panegíricos (elogios rasgados) e são inscritos e gravados no rol dos grandes comentaristas esportivos.
Nada contra. O que cobro, no entanto, é coerência e conformidade com os fatos e ideias o que, aliás, é uma das definições de coerência. Após o evento da chegada do Rogério Ceni e pelo fato de, com o elenco que tinha em mãos, ter processado muitas mudanças, na tentativa, durante o campeonato, de encontrar o time ideal, o nosso treinador foi impiedosamente criticado, em duas frentes.
Na primeira por um grupo de opositores ao Fortaleza, comandado por determinados programas de televisão, que têm um indisfarçável ódio mortal ao clube, não se sabe por qual moeda de troca, pelo fato do Tricolor, num gesto arrojado, ter contratado um nome de peso para o seu comando técnico.
No segundo pelotão de críticos tínhamos parte da própria imprensa tricolor que, ou por ter tido interesses contrariados, ou simplesmente por se deixar levar pela imprensa marrom, surfando, portanto, nessa onda, criticava o Ceni duramente e até com um rigor exagerado.
É compreensível que o nosso rival, que historicamente sempre invejou o Fortaleza, a quem supera apenas em razão de manobras engendradas e levadas a cabo nos porões da antiética, tenha inveja de um ex-futebolista, dos mais laureados do planeta e que concorreu para dar ainda mais visibilidade nacional e internacional a um clube, que embora sendo um dos mais queridos do país, ficou ainda mais renomado e respeitado.
Alertei de forma constante e reiterada, principalmente aos representando da imprensa tricolor, e conjeturo que alguns deles tenham criticado de forma descabida por simples inocência, para que tivessem cuidado, pois a campanha de desqualificar e até de desmistificar o Rogério Ceni somente interessava aos nossos inimigos que, para tanto, criaram vários boatos e factoides.
O Rogério foi acusado de ser prepotente, de ter brigado com o elenco, de ser detestado pelos funcionários e de ser blindado com relação à imprensa, pecha sustentada até hoje por um programa que se situa entre aqueles que não morrem de amores pelo Fortaleza.
O Rogério silenciosamente foi trabalhando, contando com o apoio de todos, diretoria, elenco, torcida, imprensa que não se deixou contaminar e, como consequência, vem fazendo um belo trabalho sendo, por conseguinte, elogiado pelos seus antigos algozes, a exceção, evidentemente da imprensa “assoldada”, que muitos conjeturam que existe.
Nunca recebi procuração para defender o Rogério Ceni, a quem fui apresentado apenas de relance, mas os que me acompanham sabem que sempre defendi a premissa de que estávamos diante de um profissional da mais elevada monta e de muitas virtudes, dentre as quais, a nobreza de caráter.
Não é à-toa que um profissional da sua estirpe, numa época em que os jogadores, por diversos fatores, não criam raízes nos clubes, tenha atuado por cerca de vinte anos no São Paulo, transformando-se num mito e num ícone da torcida, e que teve a humildade de esperar a sua hora para ser titular, reserva que foi, por exemplo, do Zetti que, como treinador, também foi vitorioso no Tricolor.
Por todas essas razões continuarei defendendo o Rogério, não apenas agora, como se fora São Tomé que só acreditou vendo, mas do mesmo modo que o fiz nos momentos de incertezas.
Dificilmente o Fortaleza ficará invicto durante 38 partidas, recorde que nenhum clube brasileiro conseguiu até hoje. No Mundo o Barcelona ficou 39 partidas sem perder. No Brasil o Flamengo chegou a 25.
O Rogério pode não chegar a esses números, contudo, está no caminho certo e já pode comemorar, na Série B, o recorde de ter ficado invicto em sete rodadas e estou torcendo fervorosamente para que vá mais além.
Defendo essas teses não como o apoiante das últimas horas, mas com a firmeza e a autoridade de quem acreditou no seu trabalho desde as primeiras. Parabenizo, outrossim, a diretoria pela sua contratação e pelo apoio que lhe foi prestado nas horas difíceis. A isso dar-se o nome de serenidade.
Por hoje c’est fini.
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