O SISTEMA 3-5-2 É DEFENSIVO OU OFENSIVO?
- ADVÍNCULA NOBRE
- 9 de fev. de 2018
- 3 min de leitura

O 3-5-2 surgiu na Europa, em 1984, idealizado pelo treinador alemão Sepp Pionek, que treinava a Dinamarca, à época cognominada de “Dinamáquina”, semifinalista da Euro 84, que revolucionou o futebol de então, mediante essa inovação, que surgiu como uma alternativa de alteração mais ofensiva para o já consagrado 4-4-2.
O Sepp Pionek verificou que no 4-4-2 os times atacavam somente com dois atacantes, que eram marcados por quatro zagueiros, ocorrendo uma espécie de desperdício de capacidade ofensiva. Dessa forma idealizou um modelo em que um dos zagueiros, que foi chamado de líbero, ficava encarregado de apoiar o meio de campo, quando a equipe tinha a posse de bola, voltando para a marcação quando estivesse se defendendo.
Na verdade estávamos diante de um modelo dos mais ofensivos, atualmente o terceiro mais utilizado no mundo, mas que, no Brasil sofreu uma mutação, ou uma deturpação, mediante a qual passou a ser reputado como defensivo. Ocorre que o líbero europeu, que no original tem a função de atacar, no Brasil virou o zagueiro da sobra, com a missão de defender.
Ademais, no modelo original, o time no meio de campo é composto de laterais, ou alas, com a função de armar a equipe; dos volantes e um meia, formando o quinteto intermediário que tem por objetivo apoiar os dois atacantes. No Brasil, não raro, além dos três zagueiros, em que um dos quais raramente apoia, os treinadores ainda utilizam três volantes, transformando o sistema ainda mais defensivo.
O Rogério, por exemplo, assim como a grande maioria dos treinadores brasileiros, na partida deste sábado, contra o Guarani de Juazeiro, dividirá as linhas tricolores do seguinte modo: Primeira linha: Três zagueiros: Jussani, Roger Carvalho, que deve ser o da sobra e Ligger. Segunda linha: Cinco jogadores, entre alas volantes e meias: Tinga, Uchoa, Igor Henrique, Pablo e Leonan. Terceira linha; Dois atacantes: Alípio e Leo Natel.
Quais são as críticas ao modelo? Residem especialmente no meio de campo em que deveria sair um volante para entrar um meia de ofício, o qual se juntaria ao ataque visando dar mais consistência ao setor ofensivo. Por outro lado no 3-5-2, no ataque há que ter, pelo menos um atacante de ofício, o homem- referência, para aproveitar os cruzamentos.
Em termos de composição do ataque o Rogério Ceni não pode ser censurado, até porque não tem esse homem, contudo, em termos de meio de campo, objetivando escalar um time mais criativo, o ideal seria que abdicasse de um volante, entretanto surge uma pergunta: Fisicamente como andam os meias tricolores Alan Mineiro e Gérman Pacheco? O Alan, por exemplo, suportaria noventa minutos?
A resposta sendo positiva eu não hesitaria em escalá-lo ao lado do Uchoa e do Pablo, mas deixando o Igor Henrique de sobreaviso, na eventualidade de ter que reforçar a marcação. Preocupa-me o meio de campo tricolor pelo fato do Pablo não ter ainda encontrado o seu posicionamento tático ficando, assim, meio perdido.
Na minha avaliação o Ceni vai ter que decidir acerca do seu posicionamento, ou entre ser volante de ofício e de marcação, ou segundo volante. Exigir do Pablo a função de uma meia, para a qual não tem cacoete, não vem trazendo muito resultado. Defendo essa tese em considerando os últimos resultados, nada impedindo que o jogador possa se aprimorar, passando a desempenhar melhor o seu papel tático.
Pelo que tenho observado o Pablo, e tenho falado muito nele, porque vem sendo titular absoluto, tanto é que em nenhum momento no ano em curso foi substituído e até ganhou a braçadeira de capitão em uma das partidas, me parece que rende mais exercendo uma função defensiva, posto que, mais ofensivamente, apoiando o ataque e com a missão de municia-lo, não tem se saído muito bem. Vou observá-lo atentamente no jogo de amanhã.
Pensamento do Dia - "Magia é acreditar em um mundo melhor, mesmo que ele piore a cada dia”.
Por hoje c’est fini.
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