PERDEMOS O JOGADOR CÉLIO BANDEIRA, UM DOS ÍCONES TRICOLORES
- ADVÍNCULA NOBRE
- 22 de nov. de 2017
- 2 min de leitura

Advincula Nobre , Célio Bandeira e Flávio Novais - Entrega do Leão de Ouro em 2015
Célio Bandeira de Abreu (Nascido em Fortaleza em 8 de Agosto de 1935, 82 anos) mais conhecido como Célio, funcionário público federal (antigo IAPI) começou a carreira jogando no infantil do Gentilândia que o lançou para o futebol cearense e mais precisamente para o Fortaleza, onde viria a brilhar.
Considerado o melhor batedor de pênaltis do futebol cearense em todos os tempos, jamais desperdiçou uma cobrança e chegou a converter uma cobrança de calcanhar. A mais acirrada em pênaltis entre Fortaleza e Ceará ocorreu numa decisão de Torneio Início, e à época só existia um cobrador, em que acertou dezoito cobranças superando o Zé Gerardo, meio-campista do rival, também exímio cobrador, mas que acertou apenas dezessete.
Jogou pelo Fortaleza Esporte Clube do ano de 1958 a 1964 e atuou pela Taça Brasil de 1960, sagrando-se vice-campeão brasileiro, onde foi consagrado como o melhor jogador em campo. Pena que os heróis da daquela conquista não sejam lembrados e reverenciados. Foi um título em tempos difíceis em que o futebol cearense ainda engatinhava e por isso tem valor incomensurável.
Atuou na famosa defesa tricolor: Pedrinho, Mesquita e Sanatiel, Toinho, Célio e Renato. Sempre fui seu fã, por se tratar de um atleta, que não era tão alto para a posição de zagueiro, mas que esbanjava categoria e tinha muita impulsão. Costumava dominar a bola no peito e sair jogando e era exímio passador de bola. Fazia gosto velo jogar!
Quando cheguei da Paraíba em 2011 consegui localizá-lo, nascendo aí uma sólida amizade e, como ainda não apresentava programa radiofônico, levei-o, num dia de sábado, para uma entrevista na Voz da Fiel, comandando pelo Emanoel Magalhães, resgatando do ostracismo um jogador brilhante que fez muita história no Tricolor.
Posteriormente, numa entrevista, já no Fala Leão, o Célio contou muitos “causos” do Fortaleza, reportando-se a uma tentativa de aliciamento de que foi vítima, numa decisão do Cearense, por parte de um proeminente presidente do nosso rival, evidentemente que não aceita e que relembro apenas para evidenciar a sua firmeza de caráter e a sua lisura, enquanto atleta e cidadão e olha que era uma vultuosa quantia. Nos anos sessenta já existia isso.
Infelizmente perdemos ontem o nosso grande jogador, que se faz merecedor de ser incluído no panteão da fama entre os ícones tricolores, por tudo que fez pelo clube. Resgatando a sua história, enquanto Conselheiro, apresentei uma moção para que fosse agraciado com o Leão de Ouro, ainda em vida, homenagem que o deixou radiante, porque em todo esse tempo estava um tanto quanto esquecido. Precisamos cuidar mais dos nossos ídolos.
Nesse ensejo quero apresentar à família enlutada, as nossas mais sinceras condolências, nas pessoas dos seus filhos Narcélio Bandeira e Karine. Estou profundamente triste por ter perdido um grande tricolor e mais do que isso, um amigo, que amava tanto o clube que à época abdicou de uma proposta do futebol pernambucano para continuar defendendo as cores tricolores.
Que Deus o receba entre os seus eleitos com um cortejo e um coro de anjos! Quanto a nós, seus amigos e admiradores, parafraseando a Luiz de Camões, só nos resta dizer que“vamos ficar aqui na terra sempre tristes”.
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