O QUE VOU DIZER PARA OS MEUS FILHINHOS?
- Advíncula Nobre
- 15 de out. de 2017
- 4 min de leitura

LINDA FeSTA!
Homenageando o velho locutor Sílvio Luiz, da estirpe e do quilate do saudoso Luciano do Valle e agora na Rede TV, eu perguntaria: E agora o que eu vou dizer em casa para os meus filhinhos? Diria em primeiro lugar que na coluna anterior ao analisar o CSA eu havia afirmado que se tratava de uma equipe bem montada, que tinha a segunda melhor defesa da competição, um ataque dos mais produtivos e que fora de casa ostentava uma campanha de mandante, com 51,5% de aproveitamento.
Afirmava, outrossim, que a minha esperança residia no fato de que, nas últimas cinco partidas a produtividade das duas equipes se encontrava estritamente equilibrada, visto que, nesses cinco jogos, ambas conquistaram três vitórias, um empate e sofreram apenas uma derrota, somando dez pontos, que lhes garantiram um percentual de desempenho de 66,6%, que asseguravam o equilíbrio na disputa.
O que se viu, no entanto, foi diferente, pois não podemos afirmar que o Fortaleza foi um time apático e sem expressão, por não ser a verdade, uma vez que tivemos uma equipe lutadora, que buscou o jogo, dominou as ações em boa parte do embate, mas que pecou por falta de objetividade na hora de concluir, isto porque, infelizmente o nosso ataque, desde o empate com o ASA, parece ter saído de cena, abicando do papel de protagonista, que por direito lhe seria reservado.
O CSA, por sua vez confirmou a sua boa fase de melhor equipe da Série C do ano em curso, disparada com 44 pontos conquistados e com um percentual de aproveitamento de 63,7%, indiscutivelmente de time campeão e que construiu a vitória sobre o Fortaleza em razão das performances acima do normal dos jogadores Daniel Costa e Edinho. O primeiro reinou absoluto no meio de campo, levando vantagem sobre os seus marcadores e atuando como se estivera num jogo-treino, ninguém conseguia lhe tirar a bola.
O Edinho, pequeninho, habilidoso e atrevido, acabou com o Fortaleza pela direita, sempre como muita velocidade e levando muito perigo para a defesa tricolor. Se me for permitido um reparo tático eu diria que a comissão técnica pecou por não resolver o problema por aquele lado do campo, tendo em vista que o Edinho deitou e rolou pelo setor e os dois gols do CSA foram construídos por aquele lado do campo. Deveriam ter providenciado uma cobertura melhor.
O Daniel Costa teve papel fundamental no primeiro gol, em que saiu driblando pelo meio e lançando de primeira para o volante Dawhan, que se deslocava pela direita e que cruzou na medida para o artilheiro Michel Douglas cabecear inapelavelmente. Ressalte-se que houve um erro de posicionamento da defesa, vez que o Edimar não guardava a posição e o Felipe, que subiu com o jogador do CSA, como se fora zagueiro, perdeu o tempo da bola.
No segundo gol, o Fortaleza já extenuado, não teve pernas para acompanhar o lance desenvolvido pelo CSA, pela direita, e no cruzamento o Pablo, que não fez uma boa partida, atirou contra o próprio patrimônio. O Fortaleza, depois de alguns gols perdidos, descontou com o Gabriel Pereira, mas não teve mais forças para tentar o empate, até porque não tinha mais pernas.
Alguns fatores determinaram a nossa derrota, após 483 dias em que o Fortaleza não perdia em casa pela Série C, a última derrota havia ocorrido no dia 18 de junho de 2016, quando foi derrotado pelo ABC, por 1 x 0. O Fortaleza que vinha quebrando tabus, teve este tabu quebrado e num momento dos mais importantes da sua história.
Primeiro temos que reconhecer que o CSA, e os números nos mostraram isso, é um time bem acertado, de bom toque de bola e dos mais entrosados em termos coletivos, fato que se contrapõem ao Fortaleza, que conquistou o acesso na base da garra e de muita força de vontade, com uma equipe que a imprensa e parte da torcida reputa como limitada.
Em segundo lugar, na tarde-noite de ontem o Fortaleza perdeu a batalha do meio de campo e quando tentou corrigir não obteve êxito, isto porque o Ronny, que deveria ter atuado mais centralizado, confinado na direita, não produziu. O Leandro Lima foi figura apagada, assim com o Pablo, sobressaindo-se apenas o Anderson Uchoa, como sempre, muito produtivo.
A falta de produtividade do ataque, que já vem de longo tempo, posto que, afora o Leandro Cearense, que marcou um gol contra o Sampaio, os demais atacantes estão há 50 dias sem marcar. O último gol marcado por um atacante aconteceu no dia 5 de agosto, contra o ASA, assinalado pelo Lúcio Flávio, também foi decisiva para que o Fortaleza não conseguisse vencer o jogo de ontem. Nesse ponto o treinador nada poderia fazer, isto porque, ao tirar o Leandro Cearense, que nada acrescentou, colocou o Paulo Sérgio que, mais uma vez não correspondeu.
Durante a semana vamos debater mais sobre o assunto, mas respondendo à pergunta do início, vou me reportar ao que disseram os torcedores com os quais troquei ideias: O Fortaleza chegou ao limite máximo do que poderia produzir e até aonde muitos não esperavam que chegasse sendo, portanto, quase impossível vencer uma equipe bem formatada e que vem apresentando um bom futebol. Temos que reconhecer que o CSA mereceu a vitória. Esta é a verdade absoluta.
PENSAMENTO DO DIA - Lute com garra e determinação pelos seus ideais, tudo na vida tem um preço e o que se consegue com esforço é mais valorizado.
Por hoje c’est fini.
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