CONTRA TUDO E CONTRA TODOS O FORTALEZA ELIMINA O CEARÁ.
- ADVÍNCULA NOBRE
- 12 de out. de 2017
- 4 min de leitura

Gostaria de no início dessas mal traçadas linhas tornar púbico o meu repúdio a um determinando programa de televisão, cujos componentes, a exceção de um, afirmaram peremptoriamente que “o Clássico-Rei de ontem seria jogado por laranjas podres”. Cada um tem o direito e o livre arbítrio para dizer o que bem entender, contudo reputo como um desrespeito a seres humanos que procuram bem exercer as suas funções, mas nem sempre conseguindo, por motivos diversos, dentre eles, falta de oportunidade.
Pode ocorrer que entre esses jogasdores existam alguns que não são exatamente um poço de ética, mas generalizar é perigoso e injusto, razão por que manifestamos o nosso desagrado com relação a esse segmento da imprensa marrom, sensacionalista e “urubulina”, ressaltando que esse termo vem de uma alusão ao “Urubulino”, personagem do Walt Disney. Parece-me que o termo “imprensa urubulina”, utilizando-me de um refrão da Globo, tem tudo a ver.
Como iniciei com protesto quero também expressar o meu desagrado e exarar a minha moção de censura contra o Ceará e mais precisamente contra o seu presidente, tendo em vista que não se pode falar de paz fomentando a guerra. Ontem por pirraça e ranço o Ceará desalojou o Fortaleza do seu vestiário, se arvorando da condição de mandante e isso é cretinice, “mau caratismo”, como diria o Odorico Paraguaçu, ou em outras palavras, é uma atitude que não constrói a grandeza do futebol cearense.
Todos os que leem os meus modestos escritos sabem, e usando uma expressão do português de Portugal “que já lá se vão 15 anos” que defendo que a rivalidade tem que se ater às quatro linhas e que fora, Fortaleza e Ceará são irmãos siameses que, para sobreviverem, dependem um do outro, posto que o nosso futebol não teria um futuro brilhante sem a existência de um dos dois.
Também é sabido que só me reporto ao nosso rival em situações extremas, de modo que me sinto no direito de repudiar essa “violência psicológica” perpetrada pelo Ceará contra o Fortaleza. Espero ainda que o presidente do alvinegro, que deve estar movido pelos arroubos da juventude e pelos instintos, por vezes irracionais, de torcedor, leia esse texto e possa refletir sobre o mesmo, porque a grandeza do futebol cearense depende da grandeza e do desprendimento de cada um dos seus dirigentes.
Não vou mais falar sobre os motivos que levaram o nosso rival a entrar na Fares Lopes porque os mesmos já foram sobejamente debatidos. Reportar-me-ei apenas à partida para dizer que desta vez o árbitro não influenciou no seu resultado, pecando apenas na parte disciplinar, vez que deixou o time do Ceará soltar a botina, tanto é que antes dos dez minutos o Fortaleza já tinha um jogador lesionado.
Quanto ao jogo, passados os minutos iniciais em que o Ceará foi pura pressão, o Fortaleza começou a equilibrar as ações, construindo um domínio territorial em todo o primeiro tempo, que lhe permitiu vencer por 1 x 0, placar que poderia ter sido ampliado, em razão das oportunidades desperdiçadas. O Ceará, a não ser através de chutes de longa distância, praticamente não incomodou o Fortaleza.
O primeiro gol surgiu de uma penalidade em que o Adenilson limpou na marca do pênalti e quando foi chutar foi aterrado, tive impressão que houve precipitação por parte do experiente zagueiro do antagonista. O Vinicius Pacheco cobrou e converteu, bola em um lado, Fernando Henrique no outro, para delírio da torcida tricolor.
No segundo tempo o jogo foi mais equilibrado, tanto é que o Max Walef defendeu duas bolas difíceis, evitando o gol do adversário. Defendo a premissa de que após a mesma pressão inicial e natural do Ceará, o time do Fortaleza voltou ao jogo. Fez 2 x 0, com um belo chute do Paulo Sérgio, que chutou com efeito da entrada da área e perdeu outras chances, de modo que o placar se tivesse sido de quatro gols, não estaria fora do contexto.
O Ceará fez o seu gol com o Artur, após a sobra numa rebatida, após uma grande defesa do goleiro tricolor em que a defesa não conseguiu afastar. Afora o gol podemos afirmar que o time de Porangabuçu não incomodou muito a meta do Fortaleza, até porque, por boa parte do segundo tempo, praticou um jogo improdutivo, de muitos toques, como se estivesse ganhando a partida.
Melhorou mediante a entrada do Magno Alves e do Cafu, que deram mais movimentação ao ataque, mas não o suficiente para empatar o jogo. Ressalte-se que no finalzinho o Vinícius Pacheco, completamente extenuado perdeu a chance de marcar o terceiro, diante de uma trave sem goleiro, visto que o Fernando Henrique, na cobrança e um corner havia ido para a área para tentar o cabeceio. Antes o Fortaleza já havia perdido um gol, num contra-ataque, de três contra dois, por pura inexperiência dos seus jovens jogadores.
O Tricolor segue em frente e com a proeza de ter tirado o Ceará, com um time de Série B, que em algumas partidas foi titular da Segunda Divisão e impingindo ao rival a desmoralização de ter sido eliminado por um time tido como inferior pela imprensa, o qual, como desespero final, se reforçou ainda mais com o Magno Alves que, a bem da verdade, está no ocaso da carreira.
Os nossos parabéns aos atletas tricolores, mormente aos novos valores, como o goleiro Max, o zagueiro Guilherme, o lateral Danilo, o volante Andrei e o atacante Romarinho, todos revelados pelo Tricolor. Tivemos ainda os valores da terrinha, Jonathans e Adenilson, sendo que este foi o nome do Tricolor e da partida e quando substituído o time do Fortaleza começou a perder o meio de campo.
Pensamento do Dia – Nenhuma partida, assim como tudo na vida, é vencida de véspera. Há que se jogar o jogo.
Por hoje c’est fini.
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