PERDÃO FOI FEITO PRA GENTE PEDIR
- ADVÍNCULA NOBRE
- 8 de set. de 2017
- 4 min de leitura

O Clodoaldo pediu perdão ao Fortaleza e à torcida, em razão da sua saída pelas portas dos fundos do Pici, numa espécie de traição que levou doze anos para ser digerida, e a diretoria, em nota oficial, aceitou prontamente o seu pedido, selando as pazes com o maior jogador tricolor das duas últimas décadas.
O Clodoaldo foi para o nossos rival, seduzido pelas luzes da ribalta, para não falarmos em aliciamento, cuja transferência fora dos padrões éticos e moriais, contou com a conivência do Mário Degésio, então presidente da Federação, que prejudicou muito ao Tricolor, ao ponto de se declarar “inimigo público número um do Fortaleza”.
Águas passadas não movem moinhos, mas não podemos deixar de lembrar que, infelizmente o maior prejudicado foi o próprio jogador, em decorrência dessa transferência abrupta, feita na calada da noite e num dia primeiro de janeiro, um feriado de fim de ano, em que não mais havia tempo para o Fortaleza se defender.
O Clodoaldo foi prejudicado porque no nosso rival encerrou a sua carreira de forma melancólica, a qual, tenho certeza, no Fortaleza ainda perduraria por alguns anos, porque no Tricolor de Aço ele era tradado como um filho e no nosso rival como um enteado-problema. O Fortaleza cuidava do corpo e da alma do Clodoaldo, enquanto o nosso rival, nem de longe, se importava com o ser humano e desse modo a sua brilhante carreira foi abreviada.
Isto posto aproveitamos para divulgar a nota oficial do clube, veiculada na TV Leão, aceitando o filho pródigo de volta para a casa e já dizia José Américo que nos caminhos da volta ninguém se perde”. Vamos ao texto:
"De que é feito um ídolo? De dribles, gols, vitórias e títulos. Um ídolo é feito de tudo isso, mas também de carne e osso. Ele acerta muitas vezes, mas também erra algumas vezes. Se é assim, o que diferencia o ídolo de um jogador comum? Difícil dizer. O certo é que o ídolo nasce com um certo espírito de grandeza. Dentro e fora de campo. Nos momentos bons e ruins. Grandeza para realizar conquistas históricas. Grandeza também para pedir perdão.
De que é feito um clube? De títulos, troféus, craques e glórias. Um clube é feito de tudo isso, mas também dos valores que promove. E o Fortaleza é combativo, aguerrido, vibrante e forte. Nunca desiste. Nunca desiste dentro de campo. E também nunca desiste dos seus ídolos. O maior jogador do futebol cearense dos últimos 20 anos voltou para casa. Alguns podem pensar que este não seria o melhor momento. Mas a verdade é que só existe um momento para perdoar: e o momento certo é agora".
Confesso que eu mesmo fiquei chateado com a sua saída repentina do Fortaleza, até porque o nosso clube foi chacoteado pela imprensa marrom, mas ponderando e pensando bem conclui que tenho que seguir os ensinamentos de Cristo que nos dizia que “devemos perdoar setenta vezes sete”. O refrão de uma bela música nos diz igualmente “que perdão foi feito para a gente pedir” e também para dar, digo eu. Vamos ao texto:
Recebi do meu primo Célio Girão um levantamento estatístico que dar conta de que a defesa do Fortaleza, tendo o Rodrigo Mancha na zaga central, em quatorze jogos, sofreu apenas dez gols, ou seja, 0,71 gols por jogo, quase dentro do padrão ideal, que gira em torno de 0,6 gols por partida.
Essa mesma zaga, consoante o citado levantamento nos mostra cabalmente que o time, tendo o Edimar na zaga, em três jogos sofreu cinco gols, ou 1,66 tentos por partida, que representa uma média de time rebaixado e, em todos esses gols, de uma forma ou de outra o Edimar falhou feio, ou por omissão ou por falha na cobertura, como no tento sofrido contra o CSA, em que furou feio.
Alguém pode dizer que estou mostrando esses dados porque não gosto do Edimar. Na verdade não temos um zagueiro como o Lima, que foi jogado às feras como os outros no ano passado, porque o time não subiu, de modo que, comparando os dois, indiscutivelmente, o Mancha me passa mais segurança. Não sei se apenas eu penso desse modo, entretanto, me baseio para defender essa tese, não apenas na estatística apresentada, mas e sobretudo, na insegurança passada pelo jogador.
O Ligger tem sido muito criticado pela torcida e imprensa, contudo, avalio que seja o nosso melhor zagueiro, pela raça e pela entrega dentro de campo. Não há como fazer comparação entre o Ligger e o Adalberto, semelhante a que fizemos entre o Mancha e o Edimar, pelo falto de que o Adalberto não vem jogando, não tendo chance para mostrar o seu futebol, impossibilitando-nos de avalia-lo com mais isenção. Pode ser que entre e ganhe a posição, do mesmo modo que pode não ter mais a desenvoltura técnica de antanho. Jogador não se avalia pelo que foi, mas pelo que é.
A imprensa maranhense, ao que consta, está taxando o Fortaleza como uma equipe ruim, que pode ser perfeitamente batida pelo Moto. O interessante é que esse segmento da imprensa que se preocupa em minimizar o Fortaleza, esquece, por outro lado, que o Tricolor, mesmo em meio às dificuldades, ainda se encontra em terceiro lugar, enquanto o Moto briga para não cair. Essa é a diferença fundamental entre os dois times.
Pensamento – “O amor é a flor mais bonita que o nosso coração produz”.
Por hoje c’est fini.
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