FORTALEZA E BOTAFOGO (SP) - OS MAIORES PERDEDORES DA RODADA
- ADVÍNCULA NOBRE
- 14 de ago. de 2017
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Uma rodada de reviravoltas nos dois grupos da Série C. No Grupo A o CSA manteve, sem dificuldades, a hegemonia, permanecendo em primeiro e virtualmente classificado, mas o Fortaleza, em face da atuação muita fraca diante do Cuiabá, perdeu a segunda posição, caindo para o terceiro lugar e tendo agora a companhia do Salgueiro, que deu uma arrancada da lanterna para o grupo de classificação.
No Grupo B o rebuliço ainda foi maior tendo em vista que o Botafogo, então em primeiro lugar, ao ser derrotado em casa pelo São Bento que ocupava a segunda posição, de repente em razão de outros resultados que lhes foram desfavoráveis, se viu guindado à quarta posição do grupo, protagonizando o maior debacle da rodada.
O Tupi ao vencer o Macaé assumiu a segunda posição e o Tombense perdeu o quarto lugar para o Botafogo que, como vimos, despencou para a quarta posição. Antes da rodada eu conjecturava que o Ypiranga perderia a segunda posição, como de fato perdeu e passaria a ser o adversário do Tricolor, contudo eu não contava com essa derrocada do Fortaleza, de modo que o Tupi continua sendo o adversário tricolor no mata-mata.
No Grupo A, num jogo cheio de alternâncias e de viradas, o Botafogo que vinha de seis rodadas consecutivas, às duras penas, venceu o Moto por 3 x 2 e saiu da beira da lanterna para a sexta colocação voltando Á briga por vaga no G-4. Ressalte-se que o time botafoguense ainda tem em casa dois confrontos diretos, com equipes que lhe estão abaixo na tabela e consideradas inferiores tecnicamente, , podendo ainda chegar ao G-4.
O Fortaleza foi um dos grandes perdedores da rodada, isto porque cedeu um empate ao Cuiabá, num descuido do Wellington Reis, que ao combater o jogador Bileu, que entrava despretensiosamente, fez a barreira, mas sofreu um leve empurrão, ficando o jogador cuiabano na cara do gol.
Consideramos o gol irregular, entretanto isso não redime o jogador tricolor de ter ido para a jogada de forma displicente num momento crucial da partida. Foi um gol parecido com o que o Fortaleza sofreu no campeonato, após uma falha do Ligger e, pelo qual, foi crucificado. Ainda bem que está dando a volta por cima, sem falar que é a terceira que o Fortaleza faz um gol e sofre outro quase de imediato..
Tivemos um time com vários problemas. O primeiro deles e mais grave se configurou pelo excessivo erro de passes no meio de campo e no ataque, superando a cada dos 50, que originaram contra-ataques perigosos contra a defesa tricolor, até porque o Cuiabá, que praticamente nada criou, se valeu desse tipo de lance, durante toda a partida, e sempre atuando em cima dos erros tricolores, aliás, nada diferente do que tem feito em todas as partidas fora de casa, em que conquistou, nada mais e nada menos, do que sete empates. Do grupo do G-5 faltava empatar apenas com o Fortaleza, agora não falta mais.
Outro problema sério enfrentado pelo Fortaleza na partida diz respeito à falta de aptidão para a criação de jogadas no meio-campo, que no jogo de ontem concorreu para a inoperância do ataque. Temos que dizer, por uma questão de justiça, , que o Hiago bem que tentou, mas não tem os predicados e nem cacoete para tal.
No setor de meio de campo, independentemente do cochilo que redundou no gol de empate, o Wellington, na minha ótica, foi o melhor jogador, não só do setor, mas do Fortaleza, como um todo. O Everton se soltou mais, entretanto não tem tendência para assumir a liderança do time e fazê-lo jogar e o Pablo, foi o pior jogador. Não entendo a sua permanência na equipe, parece até que comprou um feudo. Ontem, entre ele e o Hiago eu o tiraria.
O ataque não funcionou, isto porque o Lúcio se movimentou muito, mas teve contra si os problemas do ombro, que lhe tiram muito a mobilidade e a garra e o Paulo Sérgio, nos cansou a todos com mais uma atuação sofrível, desperdiçando várias oportunidades de gol, numa delas foi dantesco, pois chutou em direção ao gol e ao bola foi sair na lateral.
Entraram o Roni, que mostrou oportunismo, mas não foi o jogador que precisávamos no meio de campo; o Jô ficou muito parado na esquerda e em momento nenhum buscou ser efetivo ofensivamente e o Vinícius Baiano, pela direita e que fez uma excelente partida, não obstante ter perdido uma opção clara de gol, a mais límpida e cristalina que o Tricolor construiu.
Por fim tivemos os problemas dos laterais, vez que o Felipe pouco foi à linha de fundo, fato que deixa claro o erro de posicionamento entre ele e o Pablo, pois se houvesse o devido entrosamento ou até mesmo uma disposição tática correta, um dos dois teriam que se revezar em jogadas pelos flancos. No jogo todo o Pablo não fez nenhuma passagem, ou como se diz no nosso rico e querido futebolês, o um, dois, pecando também por falta de triangulação.
Por tudo isso, e pelo que o Fortaleza não produziu, afirmo que não há o que reclamar do empate, vez que o Tricolor foi um time apático, que criou algumas situações de gol, mas apenas em duas delas, apresentou jogadas de maior lucidez, as outras foram quase ocasionais. A verdade é que foi um jogo fraco tecnicamente, em que os dois goleiros, em quase toda a partida foram meros expectadores.
Ninguém foi chamado a fazer uma defesa sobre a qual se possa afirmar que salvou o time da derrota. A verdade é que o Fortaleza tem duas partidas difíceis pela frente, Sampaio Corrêa e CSA e vem de dois embates em que praticamente nada produziu, ou deixou a desejar, trazendo-nos uma preocupação adicional. Vai ter que urgentemente mudar a postura, saindo dessa apatia.
Por hoje c’est fini.
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