EMPATE COM GOSTO DE DERROTA
- ADVÍNCULA NOBRE
- 3 de jul. de 2017
- 4 min de leitura

Eu havia dito na coluna de ontem que o Confiança seria um adversário perigoso e complicado e não escrevia por escrever ou de modo aleatório, mas com conhecimento de causa. Baseava-me no fato de ter assistido o jogo do nosso adversário de ontem, contra o CSA, em que agiu da mesma maneira, ou seja, mesmo perdendo, procurou retardar o jogo, ou fazer a clássica cera, como se diz popularmente, para se aproveitar de um erro ou de um descuido do adversário e para minha tristeza acertei em cheio.
O Fortaleza teve o controle do jogo, representando pela maior posse de bola, fez um gol, perdeu inúmeras oportunidades, uma delas com o Pablo, que cara a ara com o goleiro, tentou desviar demais e mandou a bola para fora; perdeu outra claríssima com o Hiago, chutou bola no travessão e outra na trave, enfim, abusou de perder gols e o castigo, como diz o adágio, veio a cavalo.
Numa jogada pela esquerda da nossa defesa, que se descuidou e foi pega de calças curtas, o atacante penetrou em diagonal, quase no bico da pequena área e o Boeck, ao sair precipitadamente, cometeu a penalidade. Fiquei com a impressão que o Boeck não era para ter saído, pois o atacante estava sendo pressionado e quase sem ângulo e o correto teria sido fechar o canto e sair para deixa-lo sem ângulo. Um pênalti infantil que nos custou dois pontos.
A situação ainda não é de todo ruim, vez o Fortaleza está com quatorze pontos, mesma pontuação do Botafogo, mas no segundo lugar, por superar o time paraibano no saldo de gols. Se não é desesperadora, é no mínimo preocupante, isto porque o Tricolor, nas duas últimas partidas, em seis pontos disputados somou apenas um, apresentando um percentual de desempenho de apenas e tão somente 16,6% acendendo-se, pois, uma luzinha amarela.
Quando analisamos esses dados, efetivamente, ficamos preocupados, haja vista que, se cotejarmos os resultados dos cinco principais concorrentes por uma vaga no G-4, relativos às duas últimas rodadas, vemos obviamente que o Fortaleza tem o pior desempenho, com apenas um ponto conquistado, enquanto o CSA, o líder, somou seis pontos ou 100% de aproveitamento.
Continuando a comparação vemos que o Remo e o Sampaio têm três pontos, conquistados apenas na sétima rodada, vez que ainda não jogaram a oitava, vindo, portanto, em segundo lugar. O Botafogo tem três pontos, mas em duas rodadas, situando-se, pois, qualitativamente, em terceiro, enquanto o Fortaleza é o fona. Hora de abrir o olho e acertar os erros.
No nosso modesto ponto de vista estão faltando ao Fortaleza três coisas fundamentais: Capricho nas finalizações, falta de velocidade na saída de bola e aperfeiçoamento do sistema tático para evitar que o centroavante, qualquer que seja ele, deixe de atuar muito isolado. O Lúcio Flávio, como tem mais mobilidade soube administrar essa deficiência, mas o Leandro que é paradão, foi uma figura apagada, em parte porque não havia que lhe passasse a bola em boas condições.
As alterações do Bonamigo, de certa forma equivocadas em parte, não resolveram os problemas. Cada um tem a sua verdade e a sua maneira de enxergar o jogo, mas na minha compreensão, nas duas últimas partidas o treinador errou em deixar o Pablo em campo, cansado e extenuado e sem função tática definida. Pode até deixar um jogador solto, mas um craque e não um atleta comum. Tirar o Felipe, que se não vinha fazendo uma grande partida, mas vinha no nível dos outros foi um erro.
Também, pela segunda vez insiste em colocar o Leandro Lima, que não acrescenta nada, já entra cansado e não tem sangue nas ventas, como diz o ditado popular. A torcida agraciou o treinador com alguns impropérios, exatamente por isso. O Jô entrou, mas ficou confinado na direita e sem falar, que esteve muito mal, permanecendo o Leandro sozinho no meio da zaga do Confiança.
Nessas duas últimas partidas não gostei da zaga e especificamente do Mancha, que vem demonstrando muita insegurança. Nas laterais o Pablo não disse por que foi deslocado, nada acrescentou e o Bruno foi o nome do Fortaleza, fez um gol, quase fazia o segundo, suprindo as deficiências do ataque. O Bonamigo terminou o jogo com três meias, mas nenhum com capacidade para se aproximar da área, mormente o Everton que vem fugindo dela.
No ataque o Leandro Cearense, sem mobilidade e muito pesado e ainda por cima sem receber bolas a caráter, foi um dos jogadores com pior desempenho. O Hiago continua sendo um jogador de um tempo só. A arbitragem, por sua vez, nos prejudicou muito, marcando qualquer encontrão a favor do Botafogo e não usando o mesmo critério para o Fortaleza, sem falar que deixou de assinalar uma penalidade claríssima cometida no Hiago, ao passo que contra o Tricolor foi muito rigoroso. O Tricolor há que protestar.
Um ponto, evidentemente, é melhor que nenhum, mas ficamos com a sensação de derrota, até porque, de todos os clubes que aqui vieram, no meu ponto de vista, o Confiança foi o menos aquinhoado tecnicamente. Não é um jogo para esquecer, pelo contrário, trata-se de uma partida para se estudar os erros e processar os acertos, afinal de contas o Fortaleza vem numa curva descendente e precisamos voltar a crescer.
Por hoje c’est fini.
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