PRECISAMOS ENCONTRAR SAÍDAS
- Advíncula Nobre
- 24 de abr. de 2017
- 4 min de leitura

Marquinhos Santos, após o desastre representado pela eliminação do Fortaleza do campeonato, a terceira do ano, tendo em vista que já havia sido defenestrado da Copa do Brasil e da Copa do Nordeste, concedeu entrevista à imprensa, que está sendo analisada, como se fora bombástica. Não vejo por esse lado, ou por esse ângulo, uma vez que o treinador foi enfático a afirmar que vários são os culpados por esses insucessos.
O Marquinhos se inclui entre os responsáveis, visto que, não conseguiu o time ideal e nem dar um volume de jogo e uma nova cara ao time, que continuou com os mesmos erros apresentados, quando comandado pelo Hemerson Maria. No nosso ponto de vista o time peca muito na saída de bola, que continua neutra, ou praticamente inexistente pelas laterais; não consegue trabalhar a bola pelo meio e, praticamente, em todo esse período não apresentou um padrão de jogo que infundisse confiança à torcida.
O time do Fortaleza conseguiu dominar as ações nos jogos contra o Ferroviário, mas sem qualquer objetividade. No primeiro jogo dominou todo o primeiro tempo, perdeu várias chances de gol e teve o dissabor de ver o adversário, em dois lances em que a defesa tricolor falhou, consignar dois gols que lhes deram a classificação. No segundo jogo o time fez um a zero, perdeu uma carrada de gols e ainda por cima, para completar a desdita, teve o desgosto de ver o adversário empatar o jogo no último minuto, em mais uma falha da defesa, desta feita do Max Oliveira.
No terceiro jogo, embora não tenha sido brilhante, se assenhoreou do jogo, mas a rigor, teve apenas duas ou três oportunidades para ganhar o jogo, o que é muito pouco para quem precisa vencer para se credenciar à disputa de pênaltis. Ressalte-se que, como o Ferroviário foi um time que buscou o antijogo, ou como dizem os analistas, jogou com o regulamento debaixo do braço, faltou o Fortaleza ser mais incisivo.
O Marquinhos declarou que faltou competência nas finalizações. Concordo, entretanto, faltou também competência na organização das jogadas, posto que, venho dizendo isso, e já faz algum tempo, o Fortaleza anão pode depender para vencer, para ser campeão e para ascender à Série B, de um meio de campo formado por Wesley, Rodrigo Andrade e Leandro Lima, tressaltando que todos eles tiveram inúmeras oportunidades para se firmarem como titulares, mas não corresponderam. O pior é que não haviam substitutos e, analisando por esse prisma, nem posso culpar o treinador, pois lhe faltavam as peças. Se não vejamos:
Comecemos pelos que vêm sendo aproveitados. Já falamos dos três e falta dizer que o Ronny, ou o Renatinho nada acrescentaram, pode até ainda virem a ser os craques do time, mas por enquanto ficaram devendo. O Esquerdinha que, ao que consta não é meia, foi escalado nessa função, mas em que pese ter agradado, não atuou mais do que vinte minutos e se contundiu e temos que ressaltar que após se recuperar de uma lesão que já chegou com ela no clube.
O Cássio Ortega, está na mesma situação, nas poucas partidas que jogou, não conseguiu se sobressair e, ainda por cima, se contundiu, passando a fazer parte e, para complicar o seu empresário andou concedendo entrevista à imprensa, ao segmento antitricolor, denegrindo a imagem do clube.
Esses são os problemas do Marcelo Paz. Será que na sua visão esses jogadores devem permanecer no Pici? Será que o Fortaleza, para a competição mais importante da sua vida, vez que vai para o oitavo ano na Série C, em termos estratégicos avalia como interessante contar com atletas que só vivem no estaleiro, principalmente numa competição em que a compleição física faz a diferença?
A defesa complicou e depois falaremos sobre isso, mas o meio de campo, em todas essas competições foram o nosso calcanhar de Aquiles, e não podemos nem criticar o ataque pela pouca produtividade, haja vista que faltou sempre alguém para colocar a bola no chão e chamá-la de amiga. Todos os nossos meio-campistas até agora chamam-na de “senhora”.
No meu ponto de vista, e até vou fugir das minhas características, porque normalmente não costumo opinar sobre jogadores que devam ou não, permanecerem no clube, há que se fazer uma avaliação e proceder a consequente reformulação nesse setor, que é a alma do time.
Vejamos: Rodrigo Andrade, Leandro Lima, Ronny, Esquerdinha e Cássio Ortega, sem falar no Wesley, que é prata de casa e precisa que tenhamos um pouco mais de paciência: São cinco meias e o Fortaleza não tem nenhum, nem para o gasto. Desses aí, se eu tivesse que dar o veredito, daria uma chance ao Esquerdinha, desde que respaldada pelo Departamento Médico e possivelmente daria mais uma oportunidade ao Ronny, que teria uma tempo para mostrar serviço.
Os outros nada acrescentaram ao Fortaleza nessas três competições e, ainda temos o Renatinho, que também eu deixaria em stand by, ou em espera, como se diz no português fluente. Nessa reformulação defendida por todos nós, pela Diretoria e pelo Marquinhos, conforme declarou na entrevista, não há mais margem para erro, ou para apostas, só há um caminho: Qualificar realmente o time.
Só tem um problema: Cash. Esse é grande! Identificamos o problema. Qual seria a solução? Existem salvadores da pátria, dispostos a ajudar sem impor condições? Tudo indica que não. O Fortaleza tem alguma maneira de levantar junto aos tricolores mais abastados uma quantidade “x”, sobre a qual não vou especular para não gerar celeuma, que lhe permita respirar um pouco mais aliviado? Ao que parece, não.
O Fortaleza, com a aprovação do Conselho Deliberativo, tem como levantar o capital de que necessita, oferecendo ao banco alguma garantia? Não se sabe. O certo é que só vejo essas três alternativas, e se pelo menos uma delas não for possível, não vejo como fazer a reformulação e as respectivas contratações. A não ser que volte ao passado e deixe para as diretorias vindouras um caminhão de ações trabalhistas. Lembro apenas que agora a lei não permite, de forma que os dirigentes respondem subsidiariamente pelos desmandos praticados.
Por hoje c’est fini.
Comments