TUDO O QUE O FORTALEZA FAZ É CRITICADO
- ADVÍNCULA NOBRE
- 6 de abr. de 2017
- 3 min de leitura

Tudo o que a diretoria faz recebe críticas implacáveis de parte da imprensa. Teríamos inúmeros exemplos, mas já são de todos conhecido. O mais comum diz respeito ao treino de portões fechados, utilizados por todos os clubes do mundo, inclusive pelo Tite. Quando o Ceará fecha os portões está tudo certo, mas quando é o Fortaleza, está tudo errado. A crítica do momento, além da decisão de fechar os portões está sendo feita de forma impiedosa e, para não fugir à regra, de forma debochada e jocosa, por aquele programa que parece vai voltar à televisão, pelo fato do Jorge Mota e do vice Ênio Mourão terem resolvido, conversar com o elenco no centro do gramado.
Há lugar mais apropriado para falar com o elenco do que no centro do gramado, cara pálida? Não. Exatamente porque a conversa é mais sigilosa, exatamente o contrário de que apregoam os críticos de plantão e contumazes do Fortaleza. Ah! Ia me esquecendo. Quando me refiro à imprensa marrom me reporto a um segmento, e tenho dito isso de forma reiterada, que é inimiga do Fortaleza, pois mesmo que não seja, diariamente age com tal e passa essa imagem, provavelmente porque, como o Fortaleza é grande, criticá-lo dar IBOPE.
Não faz muito, plantaram uma notícia inverídica na imprensa, através de um artigo que não descobri o autor, afirmando, com foto e tudo que o Zé Carlos tinha abandonado o Fortaleza, com foto e tudo, com certeza, obra de um pilantra. Dentro do contexto em que eu conversava a respeito num, por sinal fechado, usei um termo do qual não costumo me utilizar, e chamei esse tipo de imprensa, capaz de tamanha infâmia, de “vagabunda”, que na realidade o é.
De repente alguém pinçou apenas essa frase da conversa, sem divulgar todo o contexto, e passou a impressão de que eu estaria chamando toda a imprensa de vagabunda, inclusive a tricolor, na qual tenho amigos, cujos nomes não vou citar para não cometer injustiças. Aproveito o ensejo para solicitar a alguém que me apresente o texto em que escrevi isso, com certeza não vai apresentar, porque não generalizei.
Aproveito o ensejo para afirmar, e os que me conhecem sabem disso, que reputo a imprensa séria como das mais importantes, que desde à sua criação tem contribuído decisivamente para a Democracia, para a defesa dos menos favorecidos e com certeza tem uma inestimável contribuição para que tenhamos evoluído tanto nas comunicações. Reafirmo no entanto, que continuarei repudiando o segmento da imprensa chamada de sensacionalista, ou de marrom, que outrora já foi cor de rosa e quem duvidar é só pesquisar a história da imprensa.
O meu repúdio, a esse segmento, uma pequena parte da grande imprensa, que se desviou da ética e que vende a alma em nome de uma pretensa audiência e que continuarei sendo apologista da boa imprensa, que foi e sempre será muito importante para a história da humanidade. Vejamos esse texto pinçado de um trabalho acadêmico produzido em 2005, por Paulo Freire, jornalista sergipano:
“Rotulado como sensacionalista, o jornalismo daí proveniente é classificado como de péssima qualidade, de mau gosto e tão somente destinado às camadas populares. A reação a esse tipo de jornalismo ganha consistência ao se observar que, para além do seu conteúdo, essa prática está fundada em outras duas bases sólidas: A
“A primeira é a sua forma expressiva, que se utiliza de uma linguagem carregada de exagero, com grande peso nas imagens e com narrativas orais para estimular o apelo a sensações. A segunda é sua condição funcional, isto é, esse tipo de jornalismo estaria a serviço do mercado, inserindo-se numa estratégia empresarial que transforma a notícia num espetáculo barato, rápido e de fácil consumo pelas audiências, supostamente as de menor renda e nível cultural”.
Como vemos, qualquer semelhança com um certo programa de televisão e de rádio, produzido por um determinado segmento da nossa imprensa esportiva, a quem chamamos de marrom, nomenclatura que adjetiva esse tipo de imprensa, não é mera coincidência.
Os trejeitos, as frase de efeito, os rompantes, o fato de pender apenas para um lado, como se este pagasse a conta; a criação de determinados personagens preferencialmente ridículos; a busca da audiência nas classes de menor capital cultural, se coadunam perfeitamente, sem, tirar e nem por, com a tese defendida no trabalho que citamos. Para que possamos considerar esse trabalho, além de esclarecedor, como profético, faltou apenas citar o nome.
Por hoje c’est fini.
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