FORTALEZA 3 X 0 TIRADENTES - TEMOS QUE APRENDER A VALORIZAR AS NOSSAS VITÓRIAS
- Advínculoa Nobre
- 27 de mar. de 2017
- 3 min de leitura

ZÉ CARLOS - GOL MAGISTRAL CONTRA O TIRADENTES
O Fortaleza venceu o Tiradentes por 3 x 0 e se classificou para as semifinais do Cearense. Foi um embate difícil, especialmente no primeiro tempo e no início do primeiro, em que o Boeck, teve que se virar nos trinta e fazer defesas monumentais, que garantiram a inviolabilidade da nossa defesa. Numa delas, após uma espirrada de taco do Max Oliveira, foi lá no ângulo para evitar o gol que seria contra.
Já no início do segundo tempo, placar ainda em zero a zero, após uma pixotada bisonha do Heitor, que poderia mandar a bola para onde quisesses, mas preferiu dar uma espécie de puxada deixando a bola limpa para o atacante, o Boeck saiu de forma precisa, fechou o ângulo, evitando assim que o Tiradentes abrisse o placar.
Quando o Fortaleza já vencia por um a zero, num chute de longe do Michel, de mãos trocadas mandou a bola para escanteio, naquela que foi, seguramente, a sua maior defesa da noite. Em outra saída precisa evitando o gol do Tiradentes, assim como mandou uma bola rasteira para corner, configurando-se com o melhor jogador do Fortaleza e quiçá do jogo.
Estou presenciando nas redes sociais e grupos do WatsApp torcedores criticando a atuação do time. Pra falar a verdade e nem podemos tampar o sol com uma peneira, tivemos falhas, a começar pelos excessivos erros na troca de passe e como sabemos, um passe errado se transforma numa arma letal para o adversário, especialmente nos contra-ataques.
A nossa defesa, por outro lado, inspira cuidados, haja vista que é muito lenta, principalmente pelo lado esquerdo, a cargo do Max Oliveira, que está muito pesado e que precisa se recondicionar. Qualquer atacante de velocidade, mesmo partindo de trás, ganha do mesmo na corrida. Por outro lado o jogador, que tem como principais qualidades a antecipação e a saída com a bola dominada, não está, em razão do sobrepeso, conseguindo desenvolver essas habilidades. Essa foi uma preocupação nossa e provavelmente do Marquinhos.
O outro ponto diz respeito a saída para o ataque, que considero como muita lenta, precisamos imprimir mais velocidade e a excessiva troca de passes na defesa, principalmente para trás, que no jogo de ontem mexeu muito com a nossa adrenalina. Temos que trocar passe sim, mas do meio para frente e isso subtende a existência de uma meia de qualidade que saiba administrar as necessidades do time, ou seja, que acelere quando necessário e que cadencie o jogo quando for preciso, e que seja capaz de municiar com competência o nossa ataque, que é bom.
Falamos até agora de pontos negativos, abordemos, pois, os positivos. Primeiro é inegável que o time está melhor distribuído em campo e que já tem uma configuração tática que nos permite ver as linhas de marcação a olho nu. Depois temos que considerar a entrega, pois no segundo tempo, em que o Tiradentes pressionou mais, o time soube superar as dificuldades e construir um placar dilatado, que não pode ter o seu valor desmerecido e diminuído.
Temos que considerar, outrossim, que o Tiradentes é uma equipe bem montada, que jogou com garra e disposição e que valorizou a nossa vitória. Não chegou às quartas de final por acaso, sem falar que foi, ao lado do Horizonte, a única equipe a nos derrotar na fase de classificação e que tem alguns destaques, a exemplo do Leo Olinda que, enquanto esteve em campo deu muito trabalho ao nosso meio de campo.
O que ocorre é que estamos seguindo uma tendência, que não é boa, de desvalorizar os nossos triunfos. Apenas para traçar um paralelo, o nosso rival está sendo reputado com o melhor time do campeonato e como provável campeão, mas ninguém fala que venceu o Horizonte por 4 x 1, em que a defesa horizonte deu três gols de mãos beijadas. Enfrentamos o Tiradentes, um time mais arrumado e é como se na nossa vitória não tivesse mérito nenhum.
Quero destacar o conjunto do Fortaleza, que já se mostrou mais entrosado e os jogadores Boeck e Jefferson. Os demais estiveram praticamente no mesmo nível, excetuando a defesa que nos deixou apreensivos e num degrau um pouco mais acima o Everton e os nossos atacantes, que nos dão a certeza de que, se bem municiados, podem nos dar muitas alegrias, a exemplo dessa obra prima, que foi o gol do Zé Carlos e o do Lúcio Flávio de muito oportunismo.
Fiquei com a impressão de que com um pouquinho mais de tempo e não demorará tanto, o Marquinhos Santos encontrará o ponto do doce. Aliás, o nosso treinador foi muito bem nas substituições. Gostei do Ronny, apesar de estar sem ritmo e do Rodrigo Mancha me parece ser um jogador que dará mais personalidade ao nosso meio de campo de contenção. Joga com altivez, fazendo-me lembrar o Dudu Cearense, nos melhores dos seus dias. Gostei do que vi.
Por hoje c’est fini.
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