AINDA HÁ CHANCES, MAS O EMPATE FOI RUIM
- Advínculoa Nobre
- 23 de fev. de 2017
- 5 min de leitura

A quarta rodada da Copa do Nordeste se iniciou ontem com dois jogos. No primeiro, pelo Grupo C, o Juazeirense aplicou uma goleada por 3 x 0 no Sampaio Correa, chegando aos mesmos três pontos do antagonista, superando-o, porém no saldo de gols, 1 contra 4, ambos negativos. Nesse grupo, River e Sport estão bem à frente, com 7 pontos e a 3 da classificação, em se considerando o grande equilíbrio entre os grupos que concorre para que o segundo colocado que chegar a uma dezena de pontos esteja virtualmente classificado.
O Fortaleza, após estar vencendo todo o primeiro tempo e parte do segundo por 1 x 0, cedeu o empate, num resultado que não foi dos melhores. Antes de qualquer comentário acerca da partida temos que ressaltar que o gol do Moto foi consignado de formar irregular, pois no momento da cobrança da falta que resultou no gol havia, pelo menos, três jogadores impedidos, dentre os quais o autor do tento, o zagueiro Ozeia.
Quando analisamos as arbitragens ficamos deveres preocupados pelo fato de que o Tricolor vem sendo sistematicamente prejudicado em jogos decisivos, bastando lembrar o tendo legítimo do Daniel Sobralense, contra o Juventude. A situação se complica por demais quando a arbitragem em regional, cujos mediadores ganham notoriedade não por serem imparciais, mas por fazerem uma arbitragem tendenciosa, chamada pelos analistas de “arbitragem caseira: Na dúvida, pró time da casa”.
Não sabemos porque cargas d’água o Tricolor é ainda mais garfado quando o árbitro é do vizinho estado do Rio Grande do Norte que, por coincidência ou não, é a terra natal do Diretor do Quadro de Árbitros da FCF, o qual, segundo denúncias, tem uma tendência pelo nosso rival e é sabido que historicamente o citado clube, independentemente do staff diretivo que esteja à sua frente, busca por todos os meios prejudicar o Tricolor de Aço, assunto para a nossa Diretoria Jurídica.
Quanto ao Fortaleza, que está invicto na competição, esse empate não foi exatamente a melhor opção, isto porque o time está invicto na competição com um vitória e três empates, os quais poderiam ser substituídos por duas derrotas e uma vitória que corresponderiam aos mesmos três pontos, com a vantagem da vitória servir como o primeiro critério de desempate.
Vendo-se por esse viés, concluímos que o empate, embora seja um pontinho a mais, não influi e nem contribui, pois também significa, dois pontinhos a menos. Ressalvamos que o Bahia, que no momento está em segundo lugar com cinco pontos, mas que tem um jogo a menos, exatamente o que fará em casa, contra o Altos, para qual é o favorito absoluto, também está invicto, mas fatalmente chegará aos oito pontos, ficando a dois à frente do Fortaleza.
Antes do início da rodada o Fortaleza brigava com três equipes pelo acesso à segunda fase, Bahia contra quem lutava pela liderança do grupo e CRB, segundo colocado do Grupo C, com 4 pontos e Sergipe, segundo colocado do Grupo E, com seis pontos. O Fortaleza chegou aos mesmos seis pontos do time sergipano, mas perde a vaga pelo número de vitórias, duas contra uma, configurando-se mais uma vez que a quantidade excessiva de empates é prejudicial.
Após o empate e pelo fato de ter amealhado somente um ponto, além da pugna natural com o Bahia pela primeira colocação do grupo, se engalfinha ainda contra CRB (5 pontos), ABC (4), Itabaiana (4), CSA (3), América (RN) (3) e Botafogo (PB) (3), posto que, quaisquer desses clubes podem galgar às segundas posições, com o agravante de que todos têm um jogo a menos.
O Fortaleza começou dominando o primeiro tempo chegando ao gol aos vinte e três minutos e tendo chances de ampliar o placar. A partir dos trinta e cinco minutos da etapa inicial começou a perder o meio de campo e a sofrer pressão, de modo que o Moto não empatou o jogo ou até mesmo não virou o placar em razão das boas defesas do Marcelo Boeck, seguramente, um dos que garantiram esse empate.
No segundo tempo o panorama não mudou, pois o timer maranhense continuou dominando as ações levando-nos a acreditar que o gol de empate viria em questão de tempo, o que efetivamente ocorreu, embora de forma irregular, conforme comentamos. O Marquinhos tentou modificar, alterando o time, contudo não resolveu o problemas. A saída do Schuster, como o deslocamento do Gaston para o meio, em nada acrescentou, vez que o Alan Vieira ainda não disse a que veio.
O Certo é que perdemos o meio de campo e o que preocupa é que defensivamente o setor, com o Anderson Uchoa, vinha muito bem, contudo, ontem não teve a mesma marcação incisiva. Por outro lado o setor de criação, com o Leandro Lima, não funcionou, pois o jogador teve apenas um lampejo na hora do gol, o que é muito pouco para quem se propõe a articular as jogadas ofensivas de um time do porte do Fortaleza. O Wesley entrou no seu lugar e nada acrescentou.
O ataque com o Zé do Gol, o Lúcio Flávio e o Gabriel Pereira, poderia ter sido a solução, não o sendo pelo fato de que o Gabriel pereira fez uma partida abaixo do que pode produzir; o Lúcio Flávio, embora voluntarioso, não encontrou o seu espaço, sobrando apenas o Zé do Gol, que tem talento, mas falta alguém para dialogar com ele e falando a mesma linguagem.
Exatamente a falta de diálogo no ataque foi o segundo problema do Fortaleza, agravado pelo fato de não ter uma meia para combinar as jogadas com o Zé Carlos, vez que o Gabriel não conseguiu esse intento e o Vinícius Baiano, quando entrou não foi muito acionado, até porque o meio de campo do Fortaleza, totalmente extenuado, começou a errar muitas bolas.
O outro problema do Fortaleza é recorrente: Os alas, ou laterais, pouco vão à linha de fundo, queimando e frustrando uma jogada que poderia ser mortal, pois o Zé Carlos tem muita impulsão e é muito bom no cabeceio, virtudes que, pelas fatos que elencamos, ainda não foram devidamente aproveitada. Acredito que o Marquinhos esteja preocupado com a pouca produtividade dos alas.
Em resumo, o Fortaleza ainda não conseguiu uma regularidade nas suas atuações. Contra o Uniclinic fez um péssimo primeiro tempo, sobressaindo-se no segundo. Ontem fez um bom primeiro tempo caindo, no entanto de produção no segundo. Pelo meio o time ainda não tem saída em velocidade e a bola parece queimar nos pés dos homens de meio de campo.
Ontem praticamente não conseguiram sustentar o Fortaleza no ataque, por um, minuto sequer, especialmente por não trabalhar a bola e não cadenciar o jogo nos momentos precisos e para usar um termo muito em voga os nossos meio-campistas precisam aprender a gastar a bola.
Para não dizer que não falamos de flores o time se apresentou muito mais seguro e acredito que o Marquinhos, quando acertar o posicionamento e a marcação, a partir da saída de bola do adversário, terá um time muito mais produtivo, pois ainda há um hiato na marcação alta e por outro lado as linhas de marcação, consagradas no momento ainda não conseguem ser visíveis a olho nu.
Quanto à articulação das jogadas, no meu modesto ponto de vista, o problema não é assim tão simples, pois é vocacional, vez que o Leandro Lima já deixou patente que não reúne condições para ser o líder que esse time precisa. Dor de cabeça para o Marquinhos, que terá apenas três dias para trabalhar e para melhorar todos esses pontos. Torçamos.
Por hoje c’est fini.
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