TORCIDA E DIRETORIA DEVEM CAMINHAR JUNTAS
- Advíncuila Nobre
- 16 de fev. de 2017
- 3 min de leitura

O Novo regulamento da Copa do Brasil está fazendo muitas vítimas precocemente. Se as mudanças ocorreram para tornar a competição mais democrática, de certa forma estão surtindo o efeito desejado, isto porque alguns clubes melhores ranqueados estão ficando ao longo do caminho, logo na primeira rodada. Os que se põem contra o certame, alegam que esta competição era mais democrática e justa nos seus primórdios, quando reunia os campeões e os vices de todos os estados, bisando a fórmula da extinta Taça Brasil.
Argumentam que essa redução de jogos prejudica os pequenos, e que esse modelo foi concebido pela CBF com o escopo de reduzir despesas, tendo em vista que a citada instituição pouco investe no futebol brasileiro e de modo especial nas competições secundárias. Por outro lado beneficia os grandes, principalmente os que entram na competição a partir das quartas de final. Enfim veem a mudança como uma forma da CBF de cada vez mais, elitizar o nosso futebol.
No meu ponto de vista estão cobertos de razão, pois há algum tempo, além da corrupção, a CBF só se interessa em engordar a conta bancária, esquecendo o futebol brasileiro. Considero essa sua política uma faca de dois gumes e uma estratégia suicida, pois servirá de justificativa para que os próprios clubes criem ligas e passem a gerir os seus próprios destinos.
Por outro lado os calendários vão de forma paulatina acabando com as competições regionais, que estimulam as rivalidades, contribuem para a revelação de novos jogadores, tanto é que os estaduais estão tendo menos espaço a cada ano, desestimulando as equipes a investirem em melhores elencos, vez que algumas delas só têm atividade por no máximo três meses.
São fatores que indicam que o futebol brasileiro tem que ser repensado em todas as suas instâncias. Uma boa medida seria estudar o futebol alemão que em algumas Copas do Mundo foi uma decepção, tendo que se reformular e hoje e um dos mais fortes do planeta.
Na Alemanha governo e confederação se uniram na adoção de medidas que concorreram para a recuperação do futebol e num espaço muito curto de tempo. Pôr em prática esse tipo de ação indiscutivelmente contribuirá para que o nosso futebol volte a ser grande, preferencialmente o maior do mundo.
Uma das medidas urgentes, que pode soar como antidemocrática, seria determinar uma idade-limite para que o atleta pudesse ser negociado para o exterior, dando aos clubes um período mínimo para usufruírem tecnicamente dos seus investimentos. Outras sugestões menos polêmicas e melhores podem surgir, desde que o governo e a CBF passe a fazer simpósios com todos os profissionais do ramo, com o intuito de elencar as medidas prioritárias, que devam ser adotadas, visando a fortalecer o nosso futebol.
Não será eliminando os menores que o futebol crescerá. Voltaremos a ser grandes e temos que ter a humildade para reconhecermos que somos menores, por exemplo, que a Alemanha, atual campeã e que nos deu um baile e nos imprimiu uma grande goleada na Copa de 2014, se cuidarmos das nossas bases.
Quando nos reportamos às bases, incluímos o futebol de várzea, ou na nossa linguagem de subúrbio, nos campeonatos de bairro, nas categorias inferiores dos pequenos e grandes clubes. Assim como aconteceu na Alemanha, que o governo subsidiou investimentos nessas categorias, o mesmo deve ser feito no Brasil.
Os nossos entraves, além dos maus governantes e dos corruptos que grassam em todas as áreas, especialmente no futebol, são as nossas condições econômicas, pois setores importantes, como a Saúde e a Educação estão agonizante e sem falarmos que um grande contingente da população vive em estado sub-humano. Se não há dinheiro, pelo menos essa é a justificativa para investir em setores vitais e essenciais, como então investir no futebol?
O resultado de tudo isso é que nessa Copa do Brasil estamos presenciando um baixo nível técnico e não falamos das equipes pequenas que, com a nova fórmula estão se dando bem. Reportamo-nos a clubes grandes, a exemplo do Fortaleza, desclassificado prematuramente, especialmente por não ter uma base sólida que lhe garante, anualmente a renovação e a manutenção do elenco.
Momento para reflexão e para acertos de rumos, até porque, nas vicissitudes, exercitamos a nossa capacidade de resolução e de discernimento visando encontrar a solução para os problemas. No Fortaleza, por exemplo, faz-se premente que resolvamos a questão do meio de campo, no tocante à meia de ligação, medida essencial para que o time comece a apresentar mais qualidade técnica.
Não apenas a troca de treinador pura e simples resolverá os problemas, necessário se faz que estanquemos os pontos de estrangulamento do elenco. Isso passa por dotar o elenco de qualidade técnica em todos os seus compartimentos, aliado à contratação de um treinador menos chegado à improvisações. A diretoria, sem dúvidas, está atenta e disposta a encontrar as soluções, mediante as quais passará a caminhar lado a lado com a torcida, falando a mesma linguagem e buscando os mesmos objetivos.
Por hoje c’est fini.
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