DERROTA E MUITOS GOLS PERDIDOS
- Advíncula Niobre
- 30 de jan. de 2017
- 4 min de leitura

O Fortaleza perdeu uma partida em que era favorito e o pior, contra o lanterna da competição e nós dizíamos que seria um jogo de risco e para nossa desdita a nossa previsão se confirmou e por vários fatores que buscaremos elencar. Em primeiro lugar, mesmo o time não criando muito teve quatro oportunidades claras e cristalinas de marcar o placar e que uma a uma fora desperdiçadas. Gabriel, Lúcio Flávio, Rodrigues Andrade e Jefferson não tiveram a clarividência necessária para colocarem a bola no gol.
Aliado a isso o Fortaleza teve um gol anulado, cujo motivo não conseguiu vislumbrar, isto porque se houve uma carga, esta foi do defensor no Lúcio Flávio e não o contrário, de forma que no meu ponto de vista o gol foi mal anulado saindo o Fortaleza no prejuízo, porque se tivesse aberto o marcador ficaria mais tranquilo para administrar a partida, esperar o Horizonte e sair nos contra-ataques, invertendo o desenho estratégico da partida.
O Fortaleza, embora não tenha feito um primor de partida dominou o primeiro tempo, mormente no meio de campo e em função do que elenquei, não soube transformar esse predomínio em gols. Por outro lado, dois jogadores vinham destoando e no meu ponto de vista tinham que ser substituído, já no intervalo, o que efetivamente não ocorreu, Allan Vieira e Juninho Potiguar.
O Juninho Potiguar era o mais desgastado com a torcida, pois além da má atuação, saliente-se que começou até bem, mas voltou ao lugar comum, perdeu a bola num ataque em que o Fortaleza fazia praticamente três contra dois, cuja perda originou o contra-ataque que redundou no gol do Horizonte. Acontece que quando o Hemerson Maria se dispôs a alterar, tirou corretamente o Allan, colocando em seu lugar o Bruno Melo, que deu mais qualidade ao setor.
Errou, no meu parco entendimento na segunda substituição, pois ao invés de sacar o Juninho Potiguar, tirou o Eduardo, por razões que desconhecemos, pois não vinha comprometendo. A não ser que tenha tido problemas físicos. Quando resolveu sacar o Juninho pôs em seu lugar o Bruninho, que até hoje não disse a que veio e que, se não aprovou na lateral, a sua posição de corrigem, com certeza não aprovará no meio de campo. A entrada do Bruninho vem sendo recorrente, mas nada tem acrescentado.
Gostei do Ortega, entretanto, o jogador, taticamente, atuou na posição errada, como segundo volante, passando o Vacaria à condição de armador, para a qual não tem a menor vocação. Não tenho criticado o Hemerson Maria, isto porque, no meu entendimento lhe faltam opções, contudo, depois dessas substituições e dessa configuração estratégica equivocada, o Fortaleza passou a procurar o gol de empate sem qualquer organização tática, mesmo assim ainda levou perigo e mais uma vez perdeu a chance de marcar, posto que o Gabriel recebeu livre e colocou a bola no travessão.
Avalio que o Hemerson não foi muito bem nas alterações que, no meu ponto de vista pareciam ser mais simples, apenas uma troca de seis por meia dúzia, ou seja o Bruno na esquerda e a entrada no Cássio na vaga do Potiguar, passando o time a atuar com dois meias e dois atacantes, com um desses meias passando a atuar como terceiro atacante, que já seria um progresso, vez que o Juninho Potiguar já vinha fazendo esse papel.
Queremos afirmar, no entanto, que do outro lado tinha um time que foi muito eficiente no dever de casa e muito fiel à estratégia que decidiu utilizar. No primeiro tempo se propôs a jogar no contra-ataque e, se aproveitando de um descuido na defesa, fez o gol que lhe daria a vitória, e que pelo menos em duas jogadas, andou muito perto do segundo gol. Dois jogadores se sobressaíram, o Robert e o Franklin, o pequeninho da camisa sete que deixou a defesa do Fortaleza sobremaneira apavorada. Mérito do Horizonte.
No Fortaleza, a exceção do Boeck, que transmite paz e muita segurança, praticamente não tivemos destaques. Destacaria o Ligger na defesa e, mesmo perdendo um caminhão de gols, o Gabriel Pereira, que ainda é o nosso atacante mais lúcido. O Jefferson começou bem, jogando de cabeça erguida e contribuindo para o domínio tricolor no primeiro tempo, mas ao ser deslocado para a lateral não rendeu o mesmo, pois nem defendeu bem e nem foi à linha de fundo.
Das substituições enalteceria o Bruno que, em pouco tempo, fez mais do que o Allan Vieira em dois terços da partida e o Ortega entrou bem, mas jogando muito recuado, melhorou a saída de bola, mas o time perdeu a articulação na frente, isto porque, premissa que já vimos defendendo, o Rodrigo Andrade não é meia de ligação e sim um meia atacante e que, por essa razão o Fortaleza se ressente de alguém que saiba organizar as jogadas ofensivas.
Não diria que o time “involuiu” porque não existe essa palavra, mas defendo a tese de que o que vinha sendo construído perdeu a consistência, isto porque até a defesa, que vinha demonstrando segurança, falhou no lance do gol e em outras jogadas e por pouco o Horizonte, que andou mais perto de fazer o segundo gol, do que o Fortaleza do empate, não ampliava o marcador.
Está tudo perdido? Não. O Fortaleza vai ter que ser repensado a partir do meio para a frente e com outra alternativa tática, isto porque, nesse 4-3-3 em que o Juninho sem função tática e sem bom desempenho técnico, o time em termos de ataque não tem sido muito eficiente. Na minha ótica o Ortega atuando na sua verdadeira posição, a meia, será mais produtivo e eficiente. Não há como não considerar que os dois jogadores não fizeram falta, isto porque representar 20% do time e nesse plantel resumido as substituições ficam prejudicadas. Bola pra frente.
Por hoje c’est fini.
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