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O MAIOR CLÁSSICO DO NORDESTE FICOU NO ZERO A ZERO



A Copa do Nordeste começou ontem para o Fortaleza que, em casa, empatou com o Bahia em 0 x 0 e que se tivesse maior poder ofensivo poderia ter saído com os três pontos. Vale lembrar que o Bahia manteve a base com a qual ascendeu à Série A e ainda se reforçou, a exemplo de jogadores com o Armero, que tem mais de 70 jogos pela seleção colombiana; Mateus Sales e Allione, vindo do Palmeiras e que tem 10 partidas pela seleção argentina. Por todos esses fatores defendemos a premissa de que o Tricolor não enfrentou um time qualquer.


Foi um jogo de dois tempos. No primeiro o Bahia, melhor entrosado, o que seria natural vez manteve a base do time do ano passado, como o qual, como dissemos, ascendeu à Série A teve mais presença de campo, tocou mais a bola e podemos dizer que se assenhoreou das ações. Teve um gol anulado, de forma correta, em que pese as reclamações baianas, num lance dos mais difíceis para o bandeirinha, visto que o autor do gol, o Hernandes, não estava impedido, contudo o Allione, que lhe deu o passe, chamado usualmente de assistência, se encontrava adiantado. Nota dez para o assistente e para o árbitro que confirmou a sua marcação.


Ainda no primeiro tempo um dos principais jogadores do Bahia, o Juninho, do qual o Fortaleza não tem boas lembranças, fez dois dos gols que nos eliminaram da Copa do Nordeste do ano passado, foi expulso em decorrência do recebimento do segundo cartão amarelo, gerando também muita reclamação, especialmente porque os analistas o Esporte Interativo sustentam que houve muito rigor na expulsão.


Pode ser que tenha havido, particularmente na exibição do segundo amarelo, que muitos alegam que teria sido uma “falta de jogo”. Pode ser, contudo o jogador, que já tinha cartão amarelo e que sabia do erro que corria, entrou com “força desproporcional” no nosso jogador, recebendo o segundo cartão e o árbitro não pestanejou e cumpriu a lei. Pode ter havido rigor na primeira falta, vamos dizer assim, mas no que se refere ao cumprimento das normas o árbitro foi impecável.


O domínio territorial do Bahia não encontrou guarida, isto porque, desde o jogo com o nosso rival, o nosso sistema de marcação vem sendo muito aplicado e tudo indica que defensivamente o Hemerson Maria esteja conseguindo aplicar os seus fundamentos, tanto é que até mesmo os críticos de plantão, a começar pelos programas que se dizem tricolores, mas que são recheados de alvinegros, não consegue apontar uma única bola que tenha levado perigo iminente ao arco defendido pelo bom goleiro Boeck.


Após a expulsão o jogo mudou e o domínio territorial, territorial, por pelo menos dois terços da partida foi do Fortaleza que, a exemplo do Bahia, não soube transformar esse supremacia em gols. As causas são muitas. Uma delas diz respeito ao Rodrigo Andrade, que ainda precisa esquecer o individualismo e que buscou o jogo, mas sempre bem marcador não teve chances de jogar mais próximo dos atacantes e de criar jogadas ofensivas mais efetivas, além de não conseguir se aproximar do gol.


Ressalte-se que o Fortaleza hoje é muito dependente da atuação do Rodrigo Andrade, haja vista que os dois volantes não têm cacoetes de armadores sendo, verdadeiros cães de guarda. Marcando o Rodrigo Andrade como fez o Bahia, principalmente no primeiro tempo, o poder ofensivo do Tricolor é de certa forma anulado, sem falar que cansou no segundo tempo.


No ataque, e já estamos na quarta partida, que nos permite fazer uma análise menos precipitada, o Juninho Potiguar não disse a que veio, pois não contribui com a equipe, nem ofensivamente, nem defensivamente e muito menos taticamente. Eu estaria encontrando um atenuante para as suas más atuações se pelo menos taticamente se pudesse dizer que o jogador esteja fechando um setor, enfim, que tem uma função importante em termos estratégicos. Por enquanto tem sido um a menos.


Por outro lado, e não podemos culpar o treinador, que não tem um banco à altura, se não pode fazer as mudanças que se faziam necessárias, pois não contava com as peças que lhe permitisse mudanças táticas brusca ou até mesmo procurar melhorar a qualidade técnica. Tentou com dois jovens, o Patuta e o Wesley, que não responderam à altura.


Num jogo em que o time tem um jogador a mais, algumas situações se apresentar para se tirar proveito. A primeira, caso de ontem, que o Bahia ficou fragilizado no meio de campo, pela perda do seu principal jogador do setor, seria reforçar o compartimento com um meia, melhorando o toque de bola no setor e podendo adiantar um dos seus componentes para reforçar o ataque. O treinador deslocou o Gaston, que não tem atributos de meia e que por isso não conseguiu botar em prática o seu planejamento.


A outra opção seria colocar dois jogadores velozes pelos lados do campo, centralizando mais ainda o centroavante, mais também não tinha um jogador com essas características. Desse modo o Fortaleza não conseguiu marcar, deixando de ganhar mais dois pontos, que lhe seriam por demais úteis em termos de desempate. Não vamos adiantar nada, mas o que posso dizer é que a diretoria está atenta a tudo isso.


A torcida, que sempre mereceu os meus elogios, no jogo de ontem merece ressalvas, pois vem exigindo time, mas não vem dando o apoio que a diretoria precisa, pois ninguém pode formar um grande elenco sem dinheiro e os que influenciam negativamente o torcedor deveria, ou tinham a obrigação de saber disso. Pouco mais de oito mil expectadores é um público muito diminuto para a grande de um jogo Fortaleza e Bahia, um dos maiores clássicos do Nordeste.


Os que fazem da torcida massa de manobra estão fazendo muito mal ao Fortaleza. Infelizmente a história nos diz que esse problema vem desde o final da década de vinte, quando, em função de situações semelhantes perdemos um tetracampeonato, para ser mais preciso, em 1929. Posso ser chamado por diversas alcunhas, desde “chapa branca”, a outros impropérios, mas jamais me prestaria ao papel de fazer articulações e escalar torcedores para vaiar o time, ou trabalharia contra o Fortaleza. Esses não são papeis próprios dignos de verdadeiros tricolores.


Por hoje c’est fini.


 
 
 

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POR TRÁS DO BLOG
Advíncula Nobre

Advíncula Nobre, colaborava com o site Razão Tricolor e quando esse encerrou, passei a colaborar com os Leões da Caponga, que também encerrou as atividades, quando então ainda residindo em Guarabira (PB), resolvi criar o site para publicar a Coluna do Nobre, que eu já publicava no Leões da Caponga. Isso aconteceu há cerca de 11 (onze) anos. Sou formado em História pela Universidade Estadual da Paraíba, turma de 1989 e funcionário aposentado do Banco do Brasil. Torço pelo Fortaleza Esporte Clube desde Outubro de 1960 e comecei a frequentar o Estádio Presidente Vargas, na condição de menino pobre na "hora do pobre". O estádio abria 15 minutos antes do término da partida para que os menos favorecidos tivessem acesso. Foi assim que comecei a torcer pelo Fortaleza. Morei em Guarabira (PB) por 27 anos e sempre vinha assistir a jogos do meu time. Guarabira (PB) dista 85 Km de João Pessoa capital Paraíbana e 650 km de nossa cidade Fortaleza (CE). Também morei em Patos (PB), Pau dos Ferros (RN), Nova Cruz (RN) União (PI) e Teresina (PI). Também cursei Administração de Empresas e Direito, em virtude de transferências, não terminei essas duas faculdades. Era o meu emprego e o pão de cada dia ou as faculdades.

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