VITÓRIA PARA DAR CONFIANÇA E SERENAR OS ÂNIMOS
- Advíncula Niobre
- 23 de jan. de 2017
- 4 min de leitura

Realizou-se ontem a terceira rodada do campeonato cearense e praticamente sem nenhuma surpresa, isto porque, em que pese o Ceará ter sido reputado como favorito, a sua derrota para o Fortaleza está dentro da normalidade, tendo em vista que em clássico só existe um vencedor quando é trilhado o apito final, afora isso tudo pode acontecer.
O Maranguape, que após a derrota para o nosso rival por 2 x 0 fora considerado como uma equipe das mais fracas do certame, reabilitou-se plenamente ontem ao derrotar o Horizonte por 3 x 1. Provavelmente esse foi o resultado mais inesperado. Ressalte-se que o Horizonte no ano em curso vem contrariando de forma negativa todas as expectativas.
O Tiradentes, que assim como o nosso rival tem um jogo a menos, vez que o confronto entre ambos, pela primeira rodada foi adiado, por razões que desconhecemos, vem fazendo uma excelente campanha, vez que em duas partidas obteve duas vitórias, estando com 100% de aproveitamento.
Ao vencer o Uniclinic por 4 x 2, resultado que não era esperado, chegou aos 6 pontos passando a ser o segundo colocado e apresentando o ataque mais positivo do campeonato, com seis gols marcados e média de 3 gols por partida. O time da Polícia Militar até aqui vem sendo o destaque positivo. A sua partida a menos, precisamente contra o Ceará somente ocorrerá no dia dois de fevereiro.
Guarani (J) e Ferroviário, justamente os adversários que o Fortaleza havia enfrentando, antes do confronto com Ceará, empataram em 0 x 0, resultado que não me causa pasmo, haja vista que em comentários anteriores sempre defendi que são duas equipes bem montadas e que têm paridade de capacidade técnica. Melhor para o Ferroviário que foi buscar um precioso pontinho fora dos seus domínios.
Por fim, num jogo bem disputado o Guarani de Sobral venceu o Itapipoca por 3 x 2, resultado dentro da normalidade, deixando o time itapipoquense na vice-lanterna da competição e com grande propensão para o rebaixamento, considerando-se, porém que ainda faltam seis rodadas e a sua diferença para o oitavo, o Ceará é apenas de dois pontos e de três para o sétimo, o Uniclinic.
Por fim tivemos o Clássico-Rei, em que o Fortaleza, que não era tido como o provável vencedor por ninguém da crônica esportiva, desde o menos afamado aos maiores medalhões, venceu por 1 x 0 e convenceu, isto porque diante do Guarani de Juazeiro a vitória magra, também por 1 x 0 tinha deixado a torcida irrequieta e insatisfeita, ao ponto de vaiar o time, quando do recebimento da Taça do Torneio dos Campeões, atitude fora de propósitos com a qual não concordamos.
Ressalvamos que a partida entre os dois clubes era válida, tanto pelo Cearense, como pelo Torneio dos Campeões, que reúne o campeão cearense do ano anterior e o campeão da Copa Fares Lopes, explicação que se faz necessária para deixar inteirados os que não acompanham pari passu o nosso futebol que, em função da vitória do Tricolor, ficou com o nossos clube. Tivesse sido empate a decisão seria através de pênaltis.
É voz corrente por parte de todos os analistas que o Ceará teve mais volume de jogo e se mostrou mais ordenado e mais organizado taticamente dentro de campo e que tem maior capacidade técnica do que o Fortaleza, no que vou concordar para deixar patente que todas essas virtudes valorizaram a vitória tricolor, para muito tidas como impossível.
E não poderia ser diferente porque o Fortaleza, diante do Ferroviário se mostrou como um time bisonho e como se fora um amontoado dentro de campo e sem qualquer organização tática, tanto é que naquela partida, afora o Boeck, ninguém se destacou. Nessa partida a torcida de forma intolerante vaiou por demais o Felipe, em razão de uma declaração equivocada e inconsequente e também não poupou o time.
Contra o Guarani (J), apesar de ter vencido às duras penas, por 1 x 0, partida em que o Boeck foi o herói, houve um pequeno progresso, mas nada que levasse a torcida a ter convicção da vitória, como líquida e certa contra o Ceará. Para muitos, principalmente para os mais céticos e os críticos de plantão, o empate já seria um bom negócio.
O que se viu foi um Fortaleza mais voluntarioso, embora técnica e taticamente ainda tenha muito a progredir e que na base da raça e da força de vontade soube neutralizar o adversário e num dos poucos lances em que teve chances para marcar e não tão cristalina, conquistou a vitória com um belo gol do Rafael Pereira, por cobertura, aproveitando-se de um rebate em falso do goleiro do adversário.
Começando a analisar pela defesa vemos que evoluiu muito, especialmente se confrontarmos com a estreia em que se enrolou nos dois gols do Ferroviário e podemos falar em evolução porque enfrentou uma ataque dos mais poderosos da competição. A surpresa ficou por conta da lateral-direita em que o Hemerson Maria sacou o Felipe, que não vem fazendo bons jogos e que está muito desgastado com a torcida, substituindo-o pelo Jefferson, que deu conta do recado.
O meio de campo, que era um dos compartimentos mais criticados do time, teve um progresso acentuado, especialmente pela entrada do Vacaria, que joga de cabeça erguida, é um bom marcador e sabe sair para o ataque. Por outro lado o Rodrigo Andrade, que vinha sendo censurado, fez uma boa partida, fatores que contribuíram para a evolução e o progressos do setor.
O ataque do Fortaleza, que não está ainda entre os melhores da competição, foi mais efetivo no jogo de ontem, isto porque o Lúcio Flávio, além de se deslocar bem e de demonstrar uma certa habilidade, concorreu para prender os zagueiros adversários, que desta feita não tiveram a mesma liberdade que os defensores de ferroviário e Guarani (J). O Juninho Potiguar apresentou um pequeno progresso e o Gabriel Pereira confirmou nossa tese de que é o jogador mais lúcido e de mais efetividade do setor.
Foi uma vitória que contribuiu para serenar os ânimos de muitos, principalmente daqueles que criticavam sem motivos consistentes, apenas por criticar ou por motivações políticas e deixa o Fortaleza mais confiante para o confronto da próxima quinta-feira, contra o poderoso Bahia, pela Copa do Nordeste.
Acreditamos que para esse jogo já tenhamos um Fortaleza melhor delineado taticamente e com maior capacidade técnica, pois, ao nosso ver vem apresentando uma evolução gradual e consistente, ao ponto de alguns jogadores, que vinham rendendo menos, já se apresentam melhor tecnicamente, caso, por exemplo, do Allan Vieira, que mesmo fora da posição demonstrou raça e comprometimento.
Por hoje c’est fini.
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