CLÁSSICO É CLÁSSICO E VICE-VERSA
- Advíncula Niobre
- 20 de jan. de 2017
- 3 min de leitura

Dizíamos no Programa Fala Leão que tanto eu quanto o Araújo somo torcedores há bastante tempo, eu desde os anos 60 e o Araújo desde os anos 70 e temos passado por momentos de alegrias, em maior escala, e de tristeza em menor graduação, experiência que nos credencia a comentar sobre o Tricolor com mais propriedade e menos arroubos e estritamente dentro da realidade, sem tirar e nem por.
Por essa razão fazemos coro com aqueles que avaliam que devemos ter um pouco mais de comedimento e de compreensão com o atual estágio do time, ainda em formação, oferecendo-lhe um pouco mais de tempo para que as coisas se ajustem e se amoldem, posto que, se houver necessidade de correção, não temos dúvidas de que elas serão feitas.
Analisando o jogo desse domingo verificamos que o time já experimentou um certo progresso, isto porque, diante do Ferroviário, a exceção do Boeck, que vem mantendo a regularidade, não tivemos nenhum destaque. Ontem pelo contrário, alguns jogadores já se soltaram mais, ao ponto de fazerem uma boa partida, a exemplo do Boeck, que foi o salvador da pátria e garantiu o “bicho”; do Anderson Uchoa, que demonstrou possuir boa saída de bola e do Gabriel Pereira, muito rápido e que carece apenas de uma companhia mais centralizada na área.
Vimos também jogadores que se apresentaram abaixo da crítica, como dizem os analistas, a exemplo do Juninho Potiguar, que nas duas partidas deixou muito a desejar e do Allan Vieira, muito lento e que parece nitidamente fora de forma. Tivemos o caso do Gaston, que fora da sua posição de origem pouco rendeu, em que pese ter feito o gol, por sinal foi importante e que ao voltar à lateral-esquerda, sua posição de ofício, calafetou as brechas existentes e deu mais dinamismo ao setor.
Do ponto de vista tático, e nesse caso diz respeito à comissão técnica, o Fortaleza não tem ainda um padrão de jogo definido e tem pecado pela falta de velocidade e pela falta de corredores para sair para o ataque. Esse ajuste terá que vir logo e por certo acontecerá e não temos dúvidas, à medida em que o time for se entrosando. Acredito que o treinador esteja vendo todos esses problemas, especialmente as bolas alçadas nas costas dos nosso defensores originadas de erros de posicionamento.
Tecnicamente é voz corrente que a equipe necessita de um meia de qualidade e essa é a opinião geral, desde o Conselheiro mais importante e laureado ao torcedor mais simples, capaz de fazer a equipe jogar e para dar consistência tática e técnica ao setor mais importante de um time, o meio de campo, o setor de engenharia.
Tudo isso estamos presenciando, porém não concordamos com essa pressão que está sendo colocada nos ombros da equipe, cujos jogadores, pelo que temos notado estão se esforçando, mas o caminho ainda e pedregoso. Essa vaia articulada até no recebimento de uma taça, por uma minoria, pois quem foi ao estádio há de concordar comigo, que não podemos dizer que a torcida inteira apupou, não se concebe. Parece coisa feita, até porque os que apupam se colocam em pontos estratégicos, passando a impressão de que é o estádio inteiro.
Isto posto sabemos que a diretoria não é neófita estando, portanto, acompanhando todo o desenrolar dos acontecimentos e que por certo adotará as medidas cabíveis para sanar as dificuldades momentâneas, até porque estamos falando de homens inteligentes e que sabem dos anseios da Nação Tricolor, que são pertinentes. Um clube como o Fortaleza tem obrigatoriamente que ter um jogador de destaque, capaz de estabelecer a necessária empatia com a torcida.
Por todos esses motivos, não estamos aqui para pedir paciência à torcida e sim para nos alinharmos com aqueles que pedem compreensão, porque não podemos fazer do futebol e do Fortaleza uma luta de classes: Torcida contra diretoria. Temos que fazer do futebol e do Fortaleza uma luta de todos em que todos falem a mesma língua e torçam pela consecução dos mesmos objetivos. Não cresceremos quebrando vidraças e sim juntando as pedras.
Não podemos esperar, no entanto, para juntar os cacos, temos que ser proativos, adotando as medidas que se fazem necessárias e tempestivamente. Quem espera tempestade é o João de Barro que ao primeiro prenúncio da sua vinda muda o lado da janela para o poente. Temos que ser como João de Barro, temos que mudar as coisas antes que tudo var por água abaixo e nesse caso, fazendo as correções inadiáveis, que se fazem prementes.
Por hoje c’est fini.
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