FORTALEZA MAIS UMA VEZ PREJUDICADO PELA POLÍTICA
- Advíncula Nobre
- 30 de nov. de 2016
- 4 min de leitura

Terminada a Série B e após a queda do último clube, o Joinville que comporá o Grupo B, já temos a configuração final da Série C de 2017, cujos grupos ficaram assim constituídos:
Grupo A
Fortaleza (CE), ASA (AL), Botafogo (PB), Confiança (SE), CSA (AL), Cuiabá (MT), Moto Clube (MA), Remo (PA), Salgueiro (PE) e Sampaio Corrêa (MA).
Grupo B
Botafogo (SP), Bragantino (SP), Joinville (SC), Macaé (RJ), Mogi Mirim (SP), São Bento (SP), Tombense (MG), Tupy (MG), Ypiranga (RS) e Volta Redonda (RJ).
O Grupo A, no nosso modo de entender, está mais encorpado tecnicamente, exatamente por ser formado por clubes mais tradicionais e de grandes torcidas: Fortaleza, Remo, Sampaio Corrêa e Botafogo (PB), são sinônimos de casas cheias, a CBF infelizmente ainda não atentou para esse filão. Cuiabá, ASA e Salgueiro, não têm grandes torcidas, mas costumam formar times competitivos e já têm experiência de sobra na Série C.
Não podemos esquecer o CSA, o Sergipe e o Moto Clube, que também têm torcidas relativamente grandes e que ratificam ainda mais o nosso ponto de vista de que no grupo A, quaisquer dos clubes estão credenciados a brigar pelas quatro vagas e o prenúncio é de um campeonato muito equilibrado.
O Grupo B tem como principal clube o Joinville, seguido do Botafogo de Ribeirão Preto, do Bragantino e do Ypiranga de Erechim, sérios candidatos às quatro vagas. Correm por fora Mogi Mirim e Macaé, pela experiência na Série C.
O Fortaleza, por tudo que tem construído a nível local e nacional se configura como o “gigante da Série C” e o clube de maior expressão. Para termos uma ideia, no momento, compilando-se todas as quartro divisões, o Tricolor é o novo colocado no Brasil em média de público, com média de 15.949 pagantes, perdendo apenas para oito clubes da Série A e ficando à frente de todos os clubes da Série B.
O Remo, que é o segundo da Série C, com média de 11.339 é o 12º no geral e o Botafogo, terceiro clube da Série C com média de 7.569 pagantes é é o 22º no ranking geral. Para patentear ainda mais a força dos clubes do Grupo A, o primeiro clube do Grupo B, com melhor média de público de 6.526 pagantes é o Botafogo de São Paulo, que ocupa no ranking geral a 23ª posição.
Todos estes dados provam cabalmente a supremacia do Fortaleza e aumenta a responsabilidade do presidente a ser eleito no próximo sábado, que terá obrigatoriamente que formar um elenco à altura da grandeza do Fortaleza.
Diríamos que a tarefa não é das mais difíceis, tendo em vista que o Fortaleza tem uma grande torcida, que tem provado ao longo dos anos que é fiel e solidária e tudo que ela quer é um grande time, que seja protagonista e seja capaz de amealhar grandes conquistas. Essa é a voz das arquibancadas que terá que ser ouvida por um dos vencedores, Alexandre Borges, Jorge Mota ou Renan Vieira.
O Fortaleza não teve um bom começo de ano nas categorias de base, ao ponto de perder quase todas as decisões, exceção do Sub-15, cujo título surgiu após o retorno do Jário Vieira. Essa decadência nos certames estaduais aconteceu, não por negligência da diretoria que trouxe, inclusive, um executivo da Bahia, dos mais renomados e a peso de ouro. Não deu certo e diante desses fracassos, sucumbiu não apenas o Luciano Reis, mas também o Jorge Veras, que tem uma história de conquistas no clube. São os redemoinhos do caminho.
Voltou o Jário Vieira a ocupar a Diretoria de Esportes Amadores, num resgate que representou um ato de justiça para com um tricolor abnegado, que conquistou muitos títulos e que revelou alguns bons valores, a exemplo do Everton do Grêmio. Somos testemunhas de que o Jário sacrificava, deixa de acompanhar, os seus próprios negócios para servir ao Fortaleza. É um abnegado.
O Jário, tendo como suporte o coronel Mota, outro tricolor de quatro costados e com o comando do técnico do Evandro Forte está virando a página de insucessos e voltando a colocar o Fortaleza no rumo certo, tanto é que após a Copa São Paulo, existe a perspectiva real de que jovens valores sejam agregados aos profissionais.
Dentro dessa estratégia o Fortaleza está participando da Copa do Nordeste Sub-20, tendo competido na primeira fase num grupo que se poderia chamar de “grupo da morte”, pois além de classificar apenas um, contava com o Tricolor, o CRB, o Vitória e, correndo por fora, o Imperatriz, referência em termos de categorias de base do Maranhão.
O Fortaleza se classificou invicto e vencendo de goleada o Vitória, clube que mais investe em categorias de base no Nordeste e que é referência no Brasil, pelo placar de 3 x 0, que não admite contestação, escore que traduziu a supremacia absoluta do nosso Leãozinho.
Por essa razão parabenizamos efusivamente a todos os integrantes das Categorias de Base do Fortaleza, por esse belo desempenho. O Fortaleza pode até nem vir a ser o campeão, contudo, os indícios são de que o clube começa a experimentar a recuperação, depois de um ano ruim nas categorias de base onde, nos últimos anos reinara absoluto.
Pode ser o começo de um novo tempo de conquistas e alegrias. Parabéns a todos, especialmente aos nossos jovens valores que são os artífices dessa recuperação, que pode redundar em grandes conquistas. Oxalá! Aconteçam logo na Copa São Paulo.
A possibilidade do Fortaleza lutar pelo título foi cerceada por interferência política, tendo em vista que um deputado federal de Coruripe conseguiu junto à CBF reverter o mando de campo levando o jogo para aquele município, de modo que o Tricolor, após estar vencendo o jogo por 3 x 0, vítima de pressão por todos os lados sofreu a virada. O Fortaleza, mais uma vez, conforme acontecera no embate contra o Juventude, foi prejudicado pela política partidária suja e pela parcialidade da CBF.
Por hoje c’est fini.
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