ESSA É A LIÇÃO: TEMOS QUE TER UM TIME COM SIMILARIDADE TÉCNICA DO GOLEIRO AO PONTA-ESQUERDA.
- Advíncula Nobre
- 4 de nov. de 2016
- 4 min de leitura

Diariamente lemos nas Redes Sociais a postagem em que uma professor a de matemática coloca no quadro uma continha de Aritmética elementar: 3 x 1 = 7; 3 x 2 = 6 e assim sucessivamente até 3 x 10 = 30. Começa a balbúrdia e as críticas pelo fato da renomada mestre ter errado uma operação das mais simples, pois 3 x 1 = 3. A professora espera pacientemente que os comentários e o barulho cessassem para explicar, diante de uma classe admirada, que colocou a operação de forma errada de propósito.
Sem mais delongas explicou em dez operações de multiplicação colocou nove certas e apenas uma errada, ou seja, 90% de acertos e apenas 10% de erro, mas em momento algum foi parabenizada pelos acertos sendo, porém, execrada pelos erros. Essa postagem, não por acaso, retrata fielmente o que está ocorrendo no Fortaleza, em que a Diretoria, que teve inúmeros acertos, cujo resumo se configura pelo fato de ter colocado o Fortaleza nos trilhos e pelo que não recebe tantos elogios, mas está sendo pisoteada por não ter conseguido o acesso a Série B.
Não somos os donos da verdade e tampouco sabichões, contudo, ao analisarmos a situação do Fortaleza, nestes últimos oito anos, verificamos que o clube que não tinha como pagar as dívidas, que não tinha um time para colocar em campo, que não era o dono da sua marca e que se equilibrava na corda bamba não existe mais. Temos um clube muito mais forte, com uma estrutura muito mais sólida e pronto para novas conquistas.
Esse é o ponto, posto que, muitos são os grupos que se predispõem a se candidatar à Diretoria Executiva, mas será que todos reúnem condições para gerir o Fortaleza? O que será melhor: Dar mais um voto de confiança na Diretoria atual, que não é mais a mesma, visto que o Jorge Mota será o cabeça de chapa, ao lado do Ênio Mourão e do Evangelista Torquato e com apoio de grandes ícones tricolores, a exemplo do Ribamar Bezerra, ou votar num candidato que promete renovação, mas que carece de um apoio mais efetivo?
Nenhum, homem é uma ilha e no futebol especialmente. Se fosse para se candidatar sem uma base para dar suporte, apenas por ser tricolor, eu me candidataria à presidência, pois ninguém quer ver o progresso do Fortaleza, mais do que eu. Não tenho como fazer isso, porque não tenho suporte financeiro para esses cinco meses em que o Fortaleza não tem rendas de bilheteria, mas que precisa honrar o custo Fortaleza, fazer distrato com jogadores, contratar um treinador e formatar o elenco, não um elenco qualquer, mas um plantel para ser campeão.
Quando falamos em ser campeão, estamos nos referindo a todas as competições das quais o Fortaleza faz parte: Cearense, Copa do Nordeste e Série C. Diariamente vemos programas de televisão, inimigos do Fortaleza, fazendo pesquisas, nas quais, em face dos comentários que as precedem, induzindo a torcida tricolor a afirmar que trocaria qualquer outra conquista, especialmente o Cearense, pela ascensão. Troca não.
E não troca, primeiro porque não é necessário, não existe essa imposição e em segundo lugar porque o Fortaleza, investido da condição de maior clube do estado e de maior torcida, obrigatoriamente, tem que entrar nas competições para vencer, porque cada uma tem a sua história, a sua importância e a sua contribuição para o Tricolor melhorar a sua posição no ranking, ora muito aquém do seu desempenho histórico.
A Nação Tricolor não se deve deixar levar por esse tipo de indução. Aquele que assumir o Fortaleza deve levar em conta que dirigirá um time de massa, que tem por escopo disputar o título de todas as competições em que participa, até mesmo da Copa do Brasil, mesmo sendo mais difícil. Para que isso aconteça o Fortaleza tem que ter um plantel à altura do seu nome, o que inclui um time homogêneo do goleiro ao ponta esquerda.
Em todos os anos temos tido problemas em determinados compartimentos ou setores. Neste ano um dos nosso problemas foi a meia de ligação. Enquanto o Jean Mota esteve no Fortaleza estivemos bem, depois que saiu ninguém mais ocupou a posição com destaque. O Rodrigo Andrade foi o que se houve melhor, mas foi muito irregular, alternado partidas regulares e outras ruins e a meia de ligação é uma posição chave.
Nas laterais tivemos outros problemas. O Felipe foi o melhor, mas mesmo assim não foi muito regular e o William Simões jamais ocupou a posição com autoridade, sem falar que a maioria dos gols sofridos pelo Fortaleza foi nas suas costas e nas costas do Edimar. Essa é a lição que fica: O vencedor tem que formar um time cuja qualidade técnica seja parelha em todas as posições, além da necessidade de ter reservas à altura. Há que ter 22 jogadores de mesma capacidade técnica, só assim teremos briga por posições e dor de cabeça para o treinador.
Por hoje c’est fini.
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