UM EMPATE TIRADO DA ALMA...DA ALMA TRICOLOR
- Advíncula Nobre
- 5 de set. de 2016
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Rafhael Lucas - Boa estréia
O Fortaleza empatou com o ASA, num resultado tirado da alma e assumiu provisoriamente a primeira posição do Grupo, haja vista que pode ser ultrapassado pelo ABC, desde que esse vença o River, na noite de hoje, no Albertão e, portanto, fora dos seus domínios, partida em que a vitória do time piauiense, ou pelo menos um empate, nos interessa muitíssimo, isto porque um dois nossos principais concorrentes, o time norte-rio-grandense, não avançaria muito na tabela.
O empate leva o ABC à primeira colocação, pelo critério de saldo de gols, contudo, a pontuação passa a ser a mesma. Vitória do ABC o levaria ao primeiro lugar, com vinte e oito pontos e dois a mais do que o Fortaleza sendo, pois um resultado ruim para o Tricolor. Consoante os especialistas o River tem um ligeiro favoritismo, com 37% de chance de vencer, ficando o empate com 28% e a probabilidade de vitória do ABC com 35%. Vamos fazer figa para que os especialistas estejam certos.
Antes de falarmos do jogo do Fortaleza vamos nos reportar a aquele em que as previsões falharam, e que favoreceu ao Fortaleza, que correria o risco de deixar o G-4, no caso de derrota se o favoritismo de todas as equipes tivesse se confirmado. Foi um resultado muito bom para o Fortaleza e para os demais clubes que lutam pelas quatro vagas do G-4.
Referimo-nos ao empate surpreendente do Remo com o Salgueiro, que evoluiu um pouco na rodada, uma vez que se encontrava a um ponto da zona de rebaixamento e ficou a dois, respirando um pouquinho mais aliviado. O Remo era o terceiro maior favorito da rodada, perdendo apenas para Botafogo (SP) e Botafogo (PB), com 60% de chances de sair vencedor. O empate, o resultado que se confirmou, tinha apenas 31% e a possibilidade de vitória do Salgueiro contava com 19%.
Isto posto vamos analisar o jogo do Tricolor, que não jogou bem e que teve algumas peças abaixo do que costumar render, a exemplo do Everton, que não voltou bem, possivelmente em razão da falta de ritmo de jogo e por não estar ainda no máximo da sua capacidade clínica, acreditamos que tenha atuado no sacrifício.
O Rodrigo Andrade foi outro que nem de longe repetiu a boa atuação que teve contra o Salgueiro e o Daniel Sobralense, principalmente no primeiro tempo não rendeu a contento. No segundo, quando o Marquinhos soltou o time e ficou sem volantes o Daniel recuou, para suprir a lacuna tendo assim, no meu modo de entender um papel tático preponderante, capaz de justificar um pouco o seu fraco desempenho técnico.
Para complicar tudo tivemos a expulsão do Pio, que conforme já afirmei em análises anteriores se estudarmos a questão pelo prisma do custo e benefício o jogador não mais entraria no meu time, se treinador eu fosse. Primeiro que não é um marcador nato e tampouco um jogador que municie o ataque e faça o time jogador, vivendo apenas de alguns chutes, o que é muito pouco para um profissional que defenda as cores tricolores.
A expulsão irresponsável do Pio, uma palavra muito forte, mas necessária para exprimir a gravidade dos fatos, deixou o Fortaleza vulnerável e de mangas curtas e tendo que se desdobrar defensivamente, diante de uma equipe que, se não é das melhores, dentro de casa e no seu campo, que conhece cada pedaço, tem sido imbatível. O Fortaleza literalmente teve que se virar nos trinta, ou por mais de trinta minutos para conter o ASA.
São lances típicos de um grande desequilíbrio emocional, visto que, na expulsão anterior o Pio saiu do lado direito do campo para dar uma entrada violenta no goleiro, isto sem a menor necessidade e nessa, de forma descomedida entrou no defensor do ASA como se estivesse lutando karatê, não adiantando, pois, escalar um jogador para quem a expulsão, pelo que denota o seu semblante, parece o acontecimento mais natural do mundo. Escalá-lo daqui para a frente será jogá-lo contra a torcida.
Para complicar, a defesa, e vínhamos alertando e continuamos preocupados, sofreu mais um gol, confirmando o estigma de levar um gol por partida e, como provamos, essa regularidade negativa, começou no campeonato cearense, passou pelas Copas do Nordeste e do Brasil e se confirmou mais ainda na Série C. São dezesseis jogos e dezesseis gols. Nós que analisamos sempre embasados em dados reais estamos deveras apreensivos.
Quando falamos em sistema defensivo inclui-se os laterais e o setor de contenção e neste gol e neste gol, em que houve uma falha geral, os maiores responsáveis são o Edimar, que recebeu uma bola nas costas, estando desatento, o William Simões que não acompanhou o lance e por fim o Berna, que hesitou em sair do gol, quando saiu já era tarde. O Lima tentou fazer a cobertura, mas não tem velocidade e nem esperava por esse desfecho.
Infelizmente, e vimos batendo nessa tecla, a defesa tricolor tem peca pela desatenção, e esse gol, assim como os demais, é uma prova disso e por erros de posicionamento, vez que vem marcando a bola e esquecendo o jogador. Quando deixa solto um jogador rápido como o Reinado Alagoano a desgraça está feita. Estou torcendo para que o Marquinhos e o seu auxiliar técnico, que é o encarregado de treinar a defesa, debelem esse problema.
O Marquinhos cometeu o equívoco de achar que o Rosinei tem capacidade técnica para desempenhar o mesmo papel do Corrêa e pagou por isso, posto que tivemos um time sem praticamente qualquer transição da defesa para o ataque. Acredito que doravante vá pensar duas vezes antes de tirar o Corrêa do time.
No segundo tempo o Marquinhos foi corajoso, além de evidentemente ter feito uma boa leitura do jogo, pois tirou um volante sem papel tático e sem desempenho técnico e colocou o Rafael Lucas, que deu mais opções ofensivas ao time, até porque fez uma boa estreia. Mais adiante tirou o Wiliam Simões, um dos jogadores que menor produziram na partida, substituindo-o pelo Junior e passando para o quatro, três, três, que é o sistema que acredito seja usado contra o Remo.
O Fortaleza equilibrou um pouco mais as ações, vez que o ASA vinha mandando no jogo, tanto é que em determinados momentos esteve mais perto do segundo gol do que o Fortaleza do empate e num cruzamento perfeito do Rafael Lucas, chegou ao empate com o Anselmo de cabeça.
Reputo como um resultado heroico, que contraria a imprensa marrom, tanto tricolor quanto a preto e branca, principalmente se consideramos que o Fortaleza tinha menos um, pois o Pio, que substituíra o Daniel Sobralense, foi excluído do jogo jogador e enfrentava um time que é soberano nos seus domínios. A imprensa marrom está sustentando que o Fortaleza não mereceu o empate. Mereceu sim o empate e mereceria até a vitória pelo espírito de luta.
Por hoje c’est fini.
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