VITÓRIA CATEGÓRICA SOBRE O AMÉRICA
- Advíncula Nobre
- 7 de jun. de 2016
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Berna - Um dos melhores em campo
O Fortaleza conquistou uma bela vitória sobre o América, quebrando um tabu de 12 anos que não vencia em Natal. A última vitória havia acontecido em 2004 pela Série B. O triunfo foi fruto de um primeiro tempo primoroso em que o time colocou a bola no chão, chamou o América para o seu campo e saiu em velocidade, consignando dois gols no momento preciso, diria que cirúrgico. A impressão que ficou é que o Tricolor administrou o jogo de modo a assinalar os gols no momento em quem bem entendeu.
O primeiro tento foi uma primazia. O Juliano vislumbrou o Felipe penetrando no espaço vazio, ou no ponto futuro e com um passe longo lançou o lançou pela direita, o qual que teve tempo de olhar para a área e cruzar com precisão para o gol de cabeça do Daniel Sobralense, que recebeu a bola no segundo pau e só teve o trabalho de colocá-la dentro do gol, pegando a defesa americana de calças curtas. Ressalte-se que o cruzamento do Felipe foi um passe.
O segundo gol saiu de um escanteio, batido pelo Pio, também no segundo pau em que o Edimar nem precisou subir para fuzilar de cabeça e vazar a meta americana, para consignar o seu segundo gol com a camisa tricolor. Inquestionavelmente um gol de centroavante.
No segundo tempo o América voltou melhor, fustigou o Fortaleza, exigindo do Berna grandes defesas, mas não passou disso e num contra-ataque pela esquerda, numa triangulação rápida, o Corrêa foi derrubado na área e o árbitro não teve dúvidas, mandou colocar a bola na marca da cal. O Anselmo bateu com categoria e converteu, chegando ao seu décimo oitavo gol na temporada.
Foi uma vitória maiúscula protagonizada e construída por um time que jogou com mais autoridade e propriedade, através da qual foi guindado à liderança merecida do grupo. Todas as peças estiveram bem, a exceção do William Simões e do Everton, que não estava numa noite inspirada, mas que tem crédito. Como o lado esquerdo não esteve bem as principais jogadas ofensivas do Fortaleza foram articuladas peal direita, graças ao bom desempenho do Felipe e do Pio. Liderança inquestionável, isto porque o Fortaleza venceu e convenceu.
As substituições pouco influenciaram no desempenho do Fortaleza, mormente do Clebinho, que bem poderia ter aproveitado a oportunidade para deixar patente que vai brigar pela titularidade. O Juninho entrou meio disperso pela direita, perdendo, pelo menos, duas bolas importantes e o Leozinho buscou mais o jogo, mas não teve tempo de deixar claro que brigará por uma vaga no time. Precisa de mais chances.
No meu ponto de vista, pelo que trabalhou no segundo tempo, nos momentos de maior pressão do América, o Berna se constituiu no melhor jogador da partida. Quanto a pressão do América era de se esperar, visto que o time estava vendo a liderança escapar das suas mãos, jogava diante da sua torcida e seria natural que procurasse e lutasse por um melhor resultado. O Fortaleza teve o mérito de suportar bem a pressão e de volta a equilibrar o jogo nos momentos finais.
Antes da partida existia uma preocupação da imprensa, em parte fomentada por determinados segmentos da imprensa, com relação ao comportamento do Tricolor sem o Jean Mota e até porque o substituto seria o Daniel Sobralense, que não vinha praticando um bom futebol. Dizíamos nesses espaço que se o jogador desse um pouquinho mais de si, jogando com mais determinação a ausência do Mota não seria assim tão sentida.
Bingo! Acertamos em cheio. O Daniel não foi exatamente um jogador que impusesse uma velocidade maior, mas taticamente foi preciso e precioso e o que mais nos deixou confiantes é que o jogador está esbelto e me parece que recuperar a plenitude da forma física será apenas uma questão de tempo, posto que, para ser titular técnica não lhe falta. Sem falar que ante do Mota e de se contundir era o jogador preferido da torcida.
Agora se alguém foi analisar o Daniel Sobralense pensando no Jean Mota, por certo, não será bem sucedido na análise isto porque são jogadores que se notabilizam pela obediência tática, mas os estilos são diferentes, eu diria que são diametralmente opostos, além do mais cada um tem a sua individualidade própria e inerente a cada ser humano, pois até mesmo os gêmeos univitelinos são iguais em quase tudo, menos no comportamento, então não podemos pretender que o Daniel sobralense seja igual ao Jean Mota.
São estilos diferentes, como dizíamos. O Jean Mota, até mesmo em função da idade tem mais explosão e velocidade, além de chutar muito bem em gol, tanto é que fez até gol de falta. O Daniel Sobralense tem menos velocidade e cadencia mais as jogadas, predicado que pode ser usado sobejamente quando o Fortaleza estiver vencendo e necessitar tocar ainda mais a bola.
Aliás, o toque constante de bola é a principal característica do time do Marquinhos, que no jogo de ontem se diferenciou do América nesse quesito. Enquanto o time americano, bem marcado apelava constantemente para os chutões, na chamada ligação direta o Fortaleza apostava na aproximação e no toque rápido e foi assim que, de forma categórica goleou o América trazendo na bagagem três preciosos pontos.
Nesse aspecto e não me lembro a quanto tempo isso ocorreu o Fortaleza saiu para disputar seis pontos e trouxe os seis na bagagem, apresentando 100% de aproveitamento. E o que é mais significativo é que assinalou 5 gols e não sofreu nenhum, a despeito de ter perdido o seu zagueiro central, o Lima, titular e capitação do time. Fazia tempo que o Fortaleza não apresentava tamanho desempenho.
Efemérides – Em 7 de junho de 1928 – Fortaleza 3 x 0 Ceará.
Por hoje c’est fini.
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