O FORTALEZA VOLTOU A VENCER COM AUTORIDADE
- Advíncula Nobre
- 30 de mai. de 2016
- 4 min de leitura

O Fortaleza venceu o Confiança com autoridade e categoria desfazendo a má impressão que ficou para a torcida em função do resultado negativo contra o River, na sua rentrée na Série C deste ano. É evidente que em termos absolutos, dois pontos perdidos, especialmente em casa, são irrecuperáveis, contudo, em termos relativos esse tipo de perda pode ser amainada se vier respaldada por um bom resultado ao exemplo da vitória incisiva, inquestionável e insofismável conseguida contra o Confiança que, conforme vínhamos informando, historicamente, vinha sendo um adversário difícil e complicado para o Tricolor.
O Confiança não teve nem tempo para respirar e logo no início, aos quatro minutos o Anselmo recebeu livre, numa bola desviada de cabeça pelo zagueiro, para fuzilar a meta do time sergipano, estando consignado o gol que abriria caminho para a vitória tricolor. Foi um lance rápido fruto de um lançamento do Jean Mota, que pegou a defesa desprevenida, cuja precisão do lançamento pelo alto, como se diz popularmente, tirou a defesa de tempo, principalmente porque jogava em linha ficando fácil para o Anselmo receber livre.
O Fortaleza adotando uma estratégia próxima daquela utilizada contra o Flamengo, de forte marcação e de saída rápida para o ataque protagonizou jogadas envolventes, ainda no primeiro tempo, numa delas ensejando que o goleiro fizesse grande defesa ao espalmar a bola para corner, além do lance do Pio, em que o jogador recebeu a pelota pelo lado direito da área e fuzilou, a qual desviou no zagueiro e caprichosamente, beijando a trave, saiu pela linha de fundo.
No início do segundo tempo foi a vez do Pio lançar a bola, no que chamamos de “ponto vazio”, ou como diria um ex-treinador do Flamengo, o Cláudio Coutinho, que morreu precocemente afogado, quando praticava mergulho, que era um dos seus hobbys prediletos, lançou no “ponto futuro”, para o deslocamento do Anselmo que, penetrando célere pela direita fuzilou pelo alto, na saída do goleiro, dando números finais à essa vitória, fruto da boa tática, da boa técnica e da determinação do time.
Claro que depois de um vitória dessas, que poderia inclusive ter sido mais dilatada, as críticas são mínimas e eu diria que até desnecessárias, contudo, não devemos esquecer que temos que melhorar um pouco mais na nossa defesa, que em alguns lances não foi tão firme quanto deveria ser, ensejando algumas oportunidades para que o Confiança abrisse o marcador.
O Confiança, em casa e precisando da vitória, pressionou muito, principalmente nas bolas aéreas, quesito em que a defesa se houve e criou umas duas oportunidades para marcar, mas por baixo, onde enfatizamos que deve haver maior cuidado, entretanto o nosso sistema de marcação, como um todo, foi quase perfeito, especialmente porque na maioria das jogadas tem mostrado eficiência na dobragem da marcação, fato que se configura como um aprimoramento do sistema de marcação.
Todos os jogadores, sem exceção estiveram bem, a começar pelo nosso “sempre capitão” Corrêa, que agora jogando mais à frente, teve uma boa atuação levando-nos a em nenhum momento sentir a falta do Dudu Cearense que, evidentemente, em termos de elenco, foi uma perda para o Tricolor, que não sei se vai ser reposta. Inclinar-me-ia a fazer a recomposição do elenco com um meia diferenciado vez que, aparentemente, estamos muito bem de volantes.
Os jogadores que entraram no decorrer da partida tiveram pouca chances de aparecer. Deles o mais agudo foi o Juninho, que ainda teve tempo para escaramuçar pela direita. O Daniel Sobralense ainda participou de algumas jogadores, nada que levasse perigo ao adversário e o Ronaldo, no meu entendimento, foi o grande sacrificado, pois com a incumbência tática de fechar a saída do Confiança pela direita, pouco apareceu na área, estando sendo alvo de críticas.
Não foi uma boa estreia, é verdade, pois para a torcida o centroavante ideal é aquele que funga no cangote dos zagueiros e, ainda por cima, fazendo gols. Não vou, no entanto criticar a sua rentrée, isso porque foram apenas quinze minutos dentro das quatro linhas e, ainda por cima longe da área e por outro lado entrou num momento em que o Fortaleza, provavelmente de forma inadvertida, tirava o pé do acelerador.
Essa diminuição de ritmo foi, inclusive, tema da entrevista do treinador, que se mostrou alegre com o resultado, mas que criticou a produtividade da equipe que, se tivesse se esforçado um pouquinho mais poderia ter conseguido um placar um placar mais dilatado, até porque o saldo de gols é muito importante como um dos principais critérios de desempate.
Concordo com o treinador, vez na nossa ótica o fortaleza poderia ter sido um pouco mais ofensivo, até porque a saída desesperada e desarticulada do adversário dava margem para que o Tricolor, que voltou a sair rápido e de forma eficiente nos contra-ataques pudesse transforma em gols o seu domínio das ações que passou a acontecer, efetivamente, nos quinze minutos finais.
O que ficou patente é que o time se redimiu da má atuação contra o River e voltou a ter personalidade e a atuar com segurança, como se em pleno “Batistão” estivesse em casa. Não vou avaliar individualmente os jogadores, mas gostei do desempenho do Filipe e do Pio, que esqueceu as firulas e jogou para o time. O Corrêa foi outro que mostrou que continua sendo o grande jogador do meio de campo tricolor. No cômputo geral foi nota oito para o time.
Efemérides – 30 de maio de 1965 – Fortaleza 2 x 1 Ferroviário.
Por hoje c’est fini.
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