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EMPATE FRUSTRANTE COM O RIVER


Não vou dizer que sou um crente agora descrente, como nos diz a música do Nelson Gonçalves, entretanto não posso esconder o fato de que esperava muito mais do Fortaleza, diante de um River que veio com um proposta ultradefensiva e logrou êxito. O sucesso do River, no entanto, foi mais por demérito do Fortaleza do que por mérito próprio, uma vez que veio com um proposta de se colocar na defesa e atuar em cima dos erros tricolores.

Tenho feito rasgados elogios ao Marquinhos, por tudo que tem feito pelo Fortaleza, incluindo-se o fato de ter injetado no time uma boa dose de confiança, exatamente numa equipe que vinha um tanto quanto sorumbática e macambuzia em função de alguns insucessos amargados ainda sob a direção do Flávio Araújo. O Marquinhos chegou, enfrentou uma série de compromissos difíceis e pouco a pouco foi dando ao clube uma identidade e uma nova roupagem e por isso merece todo o nosso crédito.

No jogo de ontem, no entanto, temos sérias restrições a fazer. A primeira delas passa pelo fato de que o Fortaleza, enquanto mandante e diante de um time tecnicamente inferior, pelo menos essa é a voz corrente, deixou de propor o jogo, atuando como se estivera enfrentando uma grande equipe e se acercando de cuidados defensivos exagerados.

O Fortaleza de ontem não mudou nenhuma virgula no sistema empregado contra o Flamengo, que não vem numa séria crise, mas que, inquestionavelmente e por demais superior ao time piauiense e que, ao contrário do Flamengo, veio para jogar retrancado, apostando numa bola vadia, que realmente viria a acontecer na falha clamorosa e injustificável do Berna, inconcebível para um goleiro do seu nível e da sua experiência.

O Marquinhos, no meu ponto de vista, ao tomar ciência da postura do River deveria ter alterado o seu sistema tático. Demorou muito para alterar a equipe e o sistema de jogo e quando o fez continuou sem abrir mão dos volantes, uma vez que colocou o Sobralense, mas atuando muito atrás e apostando no Juninho, que pode ser até habilidoso, mas não tem velocidade. Seria uma partida para dois meias e dois atacantes de área.

Poderia ter optado o Marquinhos por tirar os jogadores que não estavam rendendo nada, a exemplo do Pio, que só se mantinha em campo em função das faltas, mas que foi um jogador sem função tática, visto que nem marcava e nem atacava. Somando-se à péssima atuação do Dudu cearense e temos a radiografia perfeita do meio-campo tricolor que, praticamente nada produziu, aqui, ali e acolá umas jogadas esporádicas do Everton, que mesmo sem jogar bem ainda foi o melhor jogador do setor..

Tivesse sido mais ousado e o Marquinhos ficaria com o Juliano na contenção, colocaria mais um meia, como de fato colocou, mas jogando atrás, deixando o Jean Mota em campo, que poderia ter sido fixado na lateral esquerda, onde rende mais do que o Willian Simões, que não disse o que foi fazer em campo e que, ao lado do Pio e do Dudu Cearense, foi uma figura das mais apagadas do time.

No primeiro tempo dessa partida, insossa, do ponto de vista da paixão, vez que não contou com o calor da torcida para incentivar o time, o Fortaleza criou poucas oportunidades, foi um time muito lento, especialmente pelo fato das suas principais peças não virem atuando bem e pelo erro excessivo de passes. Notava-se que o time tinha dificuldades em sair do chão.

Colocou duas bolas no travessão, mas foi um time de certa forma apático, que poderia ter ido para o intervalo com um bom resultado se não tivesse se acomodado e se acreditasse um pouquinho mais nas suas possibilidades. Não foi o time criativo que todos nós estamos acostumados a ver. Diria que foi uma equipe fira que parecia estar se ressentindo da falta do calor da torcida. Em suma: Faltou garra.

No segundo tempo o River começou a gostar do jogo e quando estava trazendo dificuldades para a zaga do tricolor eis que numa arrancada pela esquerda o Everton cruza a bola e, numa falha do goleiro, a bola sobrou para o Jean Mota abrir o placar. O Fortaleza continuou apático, como se estivesse administrando o jogo e num cruzamento do lateral esquerdo do River, pela esquerda, a bola cruza toda a extensão da área para entrar no gol, numa falha clamorosa do Ricardo Berna, que vem se tornando uma constante.

O Fortaleza perdeu dois pontos por ter sido exatamente, um time irreconhecível, que jogou com o River com um sistema previsível e sem nenhuma criatividade. Na verdade em alguns momentos o River chegou a incomodar e andou muito perto de virar a partida, num chute do Eduardo, numa falha de marcação do Willian Simões.

Para que se tenha uma ideia do desempenho do Fortaleza, basta que se diga que nenhum jogador mereceu destaque na noite de ontem, pois ninguém se sobressaiu, ao ponto de merecer elogios. Temos a ressaltar as fracas atuações de jogadores como, Dudu Cearense, Edimar, William Simões e o Berna pela falha clamorosa.

Podemos afirmar, sem medo de errar, que esse foi um jogo em que o Fortaleza, perdendo para si mesmo, desperdiçou a oportunidade de ouro de assumir a ponta da tabela e agora de forma preocupante tem dois embates fora, que nos deixa apreensivo diante desse declínio técnico. Oxalá! Tenha sido apenas nessa partida.

Efemérides – Em 24 de maio de 1964, pelo Campeonato Cearense, Fortaleza 2 x 0 Gentilândia. Essa vitória aconteceu há exatos 52 anos.

Por hoje c’est fini.


 
 
 

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POR TRÁS DO BLOG
Advíncula Nobre

Advíncula Nobre, colaborava com o site Razão Tricolor e quando esse encerrou, passei a colaborar com os Leões da Caponga, que também encerrou as atividades, quando então ainda residindo em Guarabira (PB), resolvi criar o site para publicar a Coluna do Nobre, que eu já publicava no Leões da Caponga. Isso aconteceu há cerca de 11 (onze) anos. Sou formado em História pela Universidade Estadual da Paraíba, turma de 1989 e funcionário aposentado do Banco do Brasil. Torço pelo Fortaleza Esporte Clube desde Outubro de 1960 e comecei a frequentar o Estádio Presidente Vargas, na condição de menino pobre na "hora do pobre". O estádio abria 15 minutos antes do término da partida para que os menos favorecidos tivessem acesso. Foi assim que comecei a torcer pelo Fortaleza. Morei em Guarabira (PB) por 27 anos e sempre vinha assistir a jogos do meu time. Guarabira (PB) dista 85 Km de João Pessoa capital Paraíbana e 650 km de nossa cidade Fortaleza (CE). Também morei em Patos (PB), Pau dos Ferros (RN), Nova Cruz (RN) União (PI) e Teresina (PI). Também cursei Administração de Empresas e Direito, em virtude de transferências, não terminei essas duas faculdades. Era o meu emprego e o pão de cada dia ou as faculdades.

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